Série Uvas – A Branca Riesling

E cá estamos prezados leitores para mais um capítulo desta série.

Hoje iremos falar da primeira Cepa branca, e a escolhida foi a Riesling, uma uva, como iremos ver, de origêm alemã!

Esperamos que todos gostem.

In Vino Veritas!

(GK)

Série Uvas – A Branca Riesling

Riesling é uma casta de uva branca que se originou na região do Reno na Alemanha. Riesling é uma casta de uva aromática exibindo florais, quase perfumados, aromas, bem como acidez elevada. Ele é usado para produzir a seco, semi-doce, doces e vinhos espumantes brancos. Os vinhos Riesling são geralmente mono varietais e raramente são envelhecidos em madeira, Geralmente é incluída no emtre as três cepas mais importantes para o vinho branco variedades juntamente com Chardonnay e Sauvignon Blanc. A Riesling é uma variedade que é altamente definida pelo seu terroir, o que significa que o caráter de vinhos Riesling é claramente influenciado pelo lugar do vinho de origem.

Em 2006, a Riesling foi a variedade mais cultivada na Alemanha, com 20,8% e 21.197 hectares, e na região francesa da Alsácia, com 21,9% e 3.350 hectares. Há também plantações significativas de Riesling, na Áustria, Luxemburgo, norte da Itália, Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos, Canadá, África do Sul, China e Ucrânia. Nos países onde é cultivada, a Riesling é mais comumente cultivadas em regiões mais frias.

História

A Riesling tem uma longa história, e há várias referências escritas à variedade que datam do século 15, embora com diferentes ortografias. A mais antiga dessas referências data de 13 de marco de 1435, quando o estoque de armazenamento do alto nobre conde João IV. de Katzenelnbogen em Rüsselsheim (um pequeno principado no Reno, perto de Rheingau hoje) enumera "22 ß Rießlingen seczreben umb em wingarten die" ("22 shillings para Riesling mudas de videira, a vinha"). A ortografia Rießlingen é repetida em muitos outros documentos da época. A ortografia moderna Riesling foi documentada pela primeira vez em 1552, quando foi mencionado em “Hieronymus Bock’s Latin Herbal”.

Um mapa de Kintzheim na Alsácia de 1348 contém o texto “zu dem Russelinge”, mas não é certo que esta referência é a variedade de uva. No entanto, em 1477, a Riesling foi documentada na Alsácia sob a ortografia Rissling. Em Wachau, na Áustria, há um pequeno riacho e uma pequena vinha chamados Ritzling, que são requeridas localmente a ter criado o nome Riesling. No entanto, no parece haver qualquer prova documental que sustente isso.

Parentescos

Anteriormente, a Riesling foi algumas vezes reivindicada como se tivesse origem nas selvagens vinhas da região do Reno. Mais recentemente, o DNA, analisado por Ferdinand Regner, indicou que um dos pais da Riesling é a Gouais Blanc, conhecida pelos alemães como Weißer Heunisch e que foi amplamente cultivada pelos camponeses franceses e alemães na idade medieval. O outro pai é um cruzamento entre uma planta silvestre e a Traminer. Presume-se que a Riesling nasceu em algum lugar no vale do Reno, uma vez que a Heunisch e a Traminer têm uma longa história documentada na Alemanha, mas com os pais de ambos os lados do Adriático o cruzamento poderia ter acontecido em qualquer lugar no caminho.

Também tem sido sugerido, mas ainda não comprovado, que a versão de “pele vermelha” da Riesling é o precursor do tradicional Riesling “branco". Muito provavelmente, as diferenças genéticas entre Riesling branca e vermelha são minúsculas, como é o caso de a diferença entre Pinot Noir e a Pinot Gris.

Longevidade

Os vinhos Riesling são freqüentemente consumidos quando jovens, quando fazem um vinho frutado e aromático, que pode ter aromas de maçãs verdes e de outras frutas como a grapefruit, pêssego, mel, rosa ou ainda grama verde. Normalmente possuem também um sabor fresco, devido à sua alta acidez. No entanto, a acidez naturalmente elevada Riesling e sua variedade de sabores acabam o tornando adequado para um envelhecimento prolongado. Os Vinhos doces feitos com a Riesling, como o alemão Trockenbeerenauslese são especialmente adequados para o envelhecimento em garrafa, devido ao seu alto teor de açúcar, que mantém sua conservação. No entanto, vinhos secos de alta qualidade também são conhecidos por não só terem sobrevividos, mas por também terem se mantido quase intactos, por idades superiores a 100 anos!

A Câmara Municipal de Bremen, na Alemanha, armazena vários vinhos alemães, incluindo vinhos produzidos da Riesling, em barris, e da safra de 1653!

Os períodos mais comuns de envelhecimento para os vinhos da Riesling seriam de 5 a 15 anos para vinhos secos, 10 a 20 anos para vinhos semi-doce e 30 ou mais anos para as versões doces.

Regiões Produtoras

A Riesling é considerada uma das variedades de uva que melhor expressa o terroir do local onde é cultivada. É particularmente adequada para ardósia e argila do solo arenoso.

Alemanha

Originária em solo alemão hoje a Riesling é a variedade líder da Alemanha, conhecida por sua transparência nos aromas, e seu equilíbrio entre frutas e aromas minerais. Na Alemanha, a Riesling amadurece normalmente entre Setembro e novembro, e a colheita tardia da Riesling pode ser colhida até janeiro.

A Riesling alemã raramente é misturada com outras variedades, quase nunca é exposta a leveduras comerciais e, geralmente, nunca são expostas ao sabor do carvalho. Para o último item, existe uma exceção nas regiões vinícolas de Palatinado (Pfalz) e Baden que estão começando um experimento com o envelhecimento em carvalho novo. As temperaturas mais altas nestas regiões produzem vinhos mais pesados e com maior teor de álcool e, por isto, as experiências com o carvalho.

França (Alsácia)

Existem registros de que a Riesling começou a ser plantada região da Alsácia em 1477, quando a sua qualidade foi elogiada pelo duque de Lorraine. Hoje, mais de um quinto dos vinhedos da Alsácia são cobertos com vinhas Riesling, principalmente no distrito de Haut-Rhin. Esta é a parte da diferença no solo com a argila do solo da Alsácia que possui um domínio maior de áreas calcárias que a composição de ardósia de Rheingau. As outras diferenças vêm dos estilos de vinificação, com a Alsácia francesa preferindo métodos que produzem vinhos de teor alcoólico mais elevado (normalmente em torno de 12%) e mais redondos devido a longos períodos de tempo gasto em tanques de aço. A Riesling da Alsácia nunca são envelhecidos em barris de carvalho. Em contraste com leis sobre o vinho alemão, o Riesling alsaciano pode ser “chaptalizado”, num processo em que o teor alcoólico é aumentado através da adição de açúcar ao mosto.

Austrália e Nova Zelândia

Em 1838, William MacArthur plantou uma vinha de Riesling perto de Penrith em New South Wales. A Riesling foi a uva branca mais plantada na Austrália até o início de 1990, quando a Chardonnay teve grande aumento em popularidade. A Riesling ainda floresce no Clare Valley, em especial nas áreas de Watervale. A Riesling também está sendo cultivada com crescente popularidade nas regiões da Austrália em Ocidental Albany, Frankland River e Porongorup. O clima mais quente da Austrália produz uvas com pele mais espessa, às vezes sete vezes a espessura da uva cultivada em solo alemão. As uvas de maturação no solo livre de drenagem composto por terra vermelha sobre calcário e xisto, produzindo um vinho magro que, a medida que amadurece, gera aromas tostados, favo de mel e limão. É comum que os Rieslings australianos sejam fermentados em baixas temperaturas em tanques de aço inoxidável sem oxidação do vinho, seguido do engarrafamento. O Rieslings australianos são conhecidos por sua textura oleosa e sabores de frutas cítricas em sua juventude.

A Riesling foi plantada na Nova Zelândia na década de 1970 e floresceu no clima relativamente fresco da região de Marlborough. Em comparação com Riesling australiano, a Nova Zelândia produz vinhos mais leves e delicados.

Estados Unidos

No século XIX os imigrantes alemães levaram vinhas Riesling para os Estados Unidos. Nova York, em especial na região dos lagos finger, foi um dos primeiros produtores americanos de Riesling. Plantações começaram a aparecer na Califórnia por 1857 e, em seguida, no Estado de Washington, em 1871.

A Riesling de Nova York geralmente tem um corpo de luz característico, com aromas de melão. O vinho pode ser dinâmico, embora raramente robusto, e varia de seco ao doce. Nova York é também um notável produtor de Riesling “Ice Wine”.

Na Califórnia, a popularidade da Riesling é muito aquém da Chardonnay e, conseqüentemente, não é tão plantada. Uma exceção notável é o desenvolvimento crescente da qualidade dos vinhos de sobremesa Late Harvest. Os vinhos Riesling que saem da Califórnia tendem a ser mais macios, cheios, e tendo sabores mais diversificados do que um "típico alemão" Riesling.

Harmonização

Riesling é um vinho versátil para harmonizar com os alimentos, por causa de seu equilíbrio entre açúcar e acidez. Pode ser combinado com peixe de carne branca ou carne de porco, e é um dos poucos vinhos que pode levantar-se para os sabores mais fortes e especiarias da cozinha tailandesa e chinesa. A Riesling possui aromas típicos como flores, frutas tropicais, minerais e pedras (como ardósia ou de quartzo).

A Riesling quase nunca é fermentada ou envelhecida em barricas de carvalho novo (embora grandes barris de carvalho são muitas vezes utilizados para armazenar e estabilizar os vinhos Riesling baseado na Alemanha e na Alsácia). Isto significa que os vinhos Riesling tendem a ser mais leves e, portanto, adequados para uma ampla gama de alimentos. A acentuada relação acidez / doçura nos Rieslings pode servir como um bom equilíbrio aos alimentos que têm um alto teor de sal.