Lembram do vinho da garrafa PET que meu pai me deu em Agosto? Pois é, há umas semanas atrás eu finalmente abri o dito cujo.
O vinho é servido na Air France, classe econômica. Vem em uma garrafa PET (isso mesmo!) de 187ml. O vinho pertence a um grande, e recente, grupo francês, o Les Grands Chais de France ou Grupo CFG.
O grupo foi fundado em 1979, e rapidamente se tornou um dos principais comerciantes mundiais de vinhos franceses.
O grupo GCF está presente e ativo nos vinhedos franceses, com principal respeito pela tradição e know-how regional. Hoje, o grupo tornou-se o produtor privado líder na França.
Localizado no Petersbach, no coração do parque natural Vosges du Nord, a sede do grupo desfruta de uma posição logística privilegiada no centro da Europa.
O grupo GCF emprega mais de 1.400 pessoas em 16 empresas.
O volume de negócios anual em 2007 foi de € 680.000.000, dos quais 70% vieram de exportações.
A La Baume é apenas uma das empresa do grupo CFG e está localizada próximo a Béziers, no Sul da França, ao lado do Mediterrâneo, na região do Languedoc-Roussillon. É uma casa bi-secular, estabelecida pela Família Prat, e que pertence ao grupo Les Grands Chais de France (LGCF), este último, detentor de 17% de toda a produção de vinhos franceses, comercializando fenômenos de venda como os exemplares das marcas J.P.Chenet e Baron D’Arignac, entre outros.
Este La Baume Chardonnay, assim como outros vinhos da Herdade, é extraído dos cerca de 30 hectares de vinhas plantadas pela La Baume em terras próprias (50% da propriedade) e de outros 350 hectares de outros produtores da região.
É no Languedoc-Roussillon que se concentra também, atualmente, a maior área de vinhedos do mundo, com o cultivo de 300 mil hectares.
Três enólogos conduzem os vinhedos da La Baume, contanto, na época das vindimas, com apoio de uma equipe internacional. O modelo de produção prioriza o frescor dos vinhos, com vinificação e descanso em tanques de inox com temperatura controlada.
São elaboradas anualmente cerca de 60 mil garrafas deste La Baume Chardonnay, de acordo com gerente de exportação da vinícola, Walter Cramer. O vinho está pronto para consumo, devendo ser bebido, no máximo, em três anos.
Vamos então ao que achei deste Chardonnay:
Visual: A primeira coisa que chama, e muito a atenção, é o vinho vir em uma garrafa PET! Ao servir mostrou na taça uma coloração palha bem claro, gotas finas, lentas e abundantes. A garrafa é um charme!
Olfato: Frutado e refrescante. Álcool totalmente imperceptível mesmo a 13,5%. As frutas aqui são amarelas e maduras, com um leve toque de limão siciliano. Melão e nêspera se destacam. Não mostra muita complexidade mas é muito agradável.
Paladar: Gostoso, fácil de beber, mas não diz ao que veio! As frutas aparecem, mas bem mais sutilmente do que no exame olfativo. O final é curto e traz uma leve ponta de amargor.
O que a vinícola diz sobre seu vinho:
Não encontrei as notas técnicas no site da vinícola. Vou transcrever alguns comentários do importador para o Brasil, a La Pastina:
Para melhor entender a proposta de um vinho, é preciso antes compreender quais foram as intenções do enólogo responsável pela obra no momento da elaboração, avisa o sommelier da importadora La Pastina, Maurício Leme. “E a proposta do La Baume Chardonnay é o frescor”, resume.
Assim, ele destaca o frescor “extremamente agradável” do olfato e paladar deste exemplar. “É um Chardonnay dotado do frescor e da delicadeza da Sauvignon Blanc”, comenta.
No exame olfativo, destacou a presença de aromas cítricos, sobressaindo limão siciliano e um pouco de abacaxi não maduro. “Também tem o interessantíssimo cheiro de pedra branca molhada, de fundo de rio”, aponta.
Reforçou, logo depois, o caráter refrescante no exame gustativo, com a confirmação de sabores frutados e seu equilíbrio com acidez e álcool. “É um vinho bastante ácido, embora não pareça, exatamente por estar integrado com o frescor e álcool”, ressalta.
A untuosidade é de média para baixa, segundo o especialista, compondo adequadamente ao conjunto do exemplar. “Tem também a persistência média no retrogosto, com um leve toque doce, muito interessante”, analisa, ao recomendar o serviço em temperatura de 8ºC a 10ºC para a preservação das características jovens do exemplar. “A harmonização com queijo de cabra é muito feliz”, acrescenta.
Até o momento deste post não haviam análises pela Wine Advocate nem pela Wine Spectator.
Em linhas gerais, como eu imaginava, é um vinho simples, que beberia novamente, mas que não compraria. O charme aqui é a garrafa e não o vinho. Ah, importante dizer que o vinho não tinha gosto de plástico!
In Vino Veritas!
Gustavo Kauffman (GK)
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