segunda-feira, 29 de março de 2010

Carta Vieja Pinot Noir Limited Release 2006 (Reserva / Single Vineyard)

A Pinot Noir é uma das uvas mais complexas do mundo do vinho. Manuseá-la nas vinhas exige muito trabalho e, para prová-la, é necessário uma compreensão diferente das que temos normalmente sobre outros vinhos tintos. Na produção de tintos, ela dificilmente é blended com outras uvas, tendo sua fama calcada em varietais. Os vinhos tintos a base da Pinot Noir são, de uma maneira geral, sensuais, pálidos, perfumadamente doces e muitas vezes para reflexão.

Aqui vamos abrir um exemplar Chileno, não esperando que chegue perto dos sensacionais vinhos da Borgonha. No Chile a Pinot Noir foi desenvolvida em três regiões: Casablanca, a leste de Valparaiso, Vale de Santo Antonio, ao sul de Valparaiso, e o Vale de Limarí, a cerca de 400 quilômetros ao norte de Santiago. Casablanca está consolidada e já leva tempo produzindo bons fermentados desta uva, mas o Vale de Santo Antonio, onde está incrustada a sub-região de Leyda, tem mostrado, talvez, os mais espetaculares Pinot Noir de toda a América do Sul. O Vale de Limarí, também novo, recentemente vem apresentando bons vinhos a base da uva - uma das que mais crescem no plantio nos últimos cinco anos.

O rótulo que provamos, da Bodega Carta Vieja, aparentemente realmente foi uma edição limitada pois não consta nem no site deles. Comprei numa promoção do Supermercado Sonda por R$18,00. O preço normal dele por lá é de R$24,00. Foi degustado em um dia de semana, sem nenhuma formalidade, na espera de mais um jogo do Mengão na luta pela Libertadores das Américas 2010. Espero ter o prazer de abrir um grande rótulo para comemorar mais este título do mengão!!!

Visual: Garrafa simples, mas chama atenção por ser uma edição limitada, ser um vinho reserva e de single vineyard. Rolha bem trabalhada. Na taça faz uma bela tonalidade rubi, com boa transparência. Gotas lentas e bonitas.

Aroma: Decantou por meia hora antes de começarmos a degustação. A primeira impressão foi de surpresa por ser tão aromático. Uma delícia. Trouxe bastante fruta vermelha de forma suculenta, aqueles morangos e framboesas no ponto de serem comidos. Senti também notas florais, não conseguindo chegar ao detalhe de quais flores. Os outros vinhos da linha “Limited Release” ficam em torno de 10 meses no carvalho. Como este não consta no site, não temos como saber. O fato é que no Olfato não consegui sentir sinais de madeira.

Paladar: Como eu esperava é um vinho leve. Volta a trazer os sinais de frutas vermelhas, mas não senti as notas florais. Na boca senti leve vanilla ao final, vindo da passagem pela madeira. A madeira se sente principalmente no final que também é frutado mas não muito longo, nem tão curto, um final de duração média. Senti leve “pinicar” na língua, trazendo um pouco de pimenta de forma bem suave. De forma geral me agradou bastante.

Harmonização: Aqui, na verdade, eu já tinha o prato e precisei escolher o vinho. O prato era o meu Risoto de Camarão Mediterrâneo, receita disponível no Enoleigos em breve. Muitos devem falar que eu deveria escolher um branco ou um espumante, no máximo um Rosé. Só que o dia estava bem fresco, pedindo para que um tinto fosse aberto. Arrisquei então abrir este Pinot Noir, por ser uma uva mais leve e fresca. Por incrível que pareça, foi uma excelente combinação que recomendo a todos. Achei melhor a harmonização com o Chardonnay, mas o Pinot não fez feio e fez o prato crescer, bem como foi realçado. Talvez pela receita levar alho poro e pimentões, que fazem o paladar apurar mais. Vale conferir!

De modo geral o vinho me agradou bastante, principalmente pela faixa de preço em que se encontra. Me agradou mais que vinhos mais caros que já tomei.

Não vai levar um 4, mas fica com 3.5!

(GK)

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