Meu último post para a CBE (Confraria Brasileira dos Enoblogs) foi no
início deste ano, com o Espumante Marco Luigi Brut 10 anos, relembre.
Na ocasião também foi uma tentativa de retorno ao Blog, mas acabei me enrolando
e não consegui seguir escrevendo.
Agora o retorno será definitivo. Como diz a música “Eu voltei e agora é
pra ficar, pq aqui é que é o meu lugar”!. Escrever sobre vinhos é uma coisa que
amo fazer. Não só pelo momento da degustação em si, mas é um momento de
reflexão, estudo, aprendizado e magia!
Com este post estou seguindo a risca o ditado “Antes tarde do que
nunca”. A escolha para o vinho do mês de Novembro coube a Ju Gonçalves do blog
Vou de Vinho. A Ju escolheu o tema “Um vinho branco e brasileiro, sem
exigências”. Veja aqui o post da Ju.
Também gosto de vinhos brancos. Veja uma degustação que promovi entre
Brancos Brasileiros em 2012, na ocasião confrontamos 23 rótulos Brasucas.
Pelo que vi nos posts dos Confrades, o Legno não foi escolhido por
ninguém. A Pizzato com certeza está entre as vinícolas mais conhecidas, e com
maior qualidade, quando falamos de Brasil. Toda sua produção conta com vinhedos
próprios totalizando 42 hectares distribuídos entre o Vale dos Vinhedos, em
Bento Gonçalves e em Fausto de Castro, munício de Dois Lajeados, na região
serrana.
Ah, o vinho faz parte da Denominação de Origem do Vale dos Vinhedos,
uma iniciativa muito bacana. Se quiser saber mais sobre esta DO leia este post.
Vamos então ao que achei do Legno Chardonnay:
Visual: A garrafa é do estilo mais pesadona, imponente. A arte do
rótulo é muito bonita. No lugar da cápula, o vinho é fechado com uma cera mais
dura. É bonito e estiloso, mas confesso que dá trabalho na hora de abrir. Rs. A
rolha, como é tradição na Pizzato, é de cortiça e contém o nome do vinho e a
safra. Na taça a coloração é palha com reflexos dourados.
Olfato: Boa complexidade, destaque inicial para mel, um toque de
amêndoa e baunilha. As notas de fruta remetem para abacaxi e pera. Um vinho de
respeito já em sua análise olfativa.
Paladar: Pela análise olfativa eu esperava um vinho mais encorpado, mas
ele é mais elegante, com corpo médio e boa acidez. A boca vai crescendo, com
muita fruta e toques de especiarias. Um vinho elegante que, mesmo com passagem
de 11 meses por madeira, está totalmente equilibrado. É também um vinho
gastronômico, iria bem com carnes brancas, queijos mais suaves e até mesmo uma
bela salsicha alemã que eu gosto tanto.
O que a Pizzato fala do seu vinho:
OS CHARDONNAY DO VALE DOS VINHEDOS PREZAM PELA DELICADEZA,
FRANQUEZA E NITIDEZ DE AROMAS E SABORES. A PASSAGEM POR BARRIS DE
CARVALHO (FERMENTAÇÃO ALCOOÓLICA, MALOLÁTICA E AMADURECIMENTO)
ESPECIAIS, E DE MANEIRA PARCIMONIOSA, ENRIQUECE O CONJUNTO SEM
SOBREPORSE À EXPRESSÃO DO LOCAL DE ORIGEM; ASSIM NASCE O PIZZATO
LEGNO CHARDONNAY.
OS BARRIS UTILIZADOS, DENOMINADOS PERLE BLANCHE, SÃO FEITOS COM OS
MELHORES CARVALHOS E PASSAM POR UM PROCESSO DE TOSTAGEM LONGO E SUTIL (COM
REGULAÇÃO POR AR E UMIDADE).
O VINHO RESULTANTE APRESENTA TODA A RIQUEZA E PREDICADOS
RELACIONADOS À DELICADEZA DOS CHARDONNAY DO VALE DOS VINHEDOS,
ENRIQUECIDO PELOS TRAÇOS DE AMADURECIMENTO EM BARRIS DE CARVALHO QUE
RESPEITAM A ORIGEM DO VINHO.
PROPOSTA DO PRODUTO: Pureza, frescor, nitidez, franqueza, corpo e
complexidade Vinhedos próprios, conduzidos em espaldeiras. Das melhores
parcelas da propr. de Sta Lúcia, Vale dos Vinhedos. Lotes limitados, com
numeração das garrafas. Complexidade e riqueza, mas respeitando o frescor e a
origem. DOVV : Denominação de Origem Vale dos Vinhedos (2011-atual).
NOTAS DE DEGUSTAÇÃO: Límpido e brilhante, de coloração amarelo palha
dourado. No olfato apresenta aromas intensos de frutas tropicais maduras,
abacaxi, manteiga, baunilha, especiarias doces e mel. Na boca, coplexo,
equilibrado, com bom frescor, elegante e de boa persistência.
HARMONIZAÇÃO COM PRATOS: Carnes brancas, pescados, mariscos, queijos
curados suaves, saladas e vegetais temperados.
SERVIÇO: Para melhor apreciar os pontos fortes deste vinho, sugere-se
que a temperatura da bebida esteja entre 9 e 12 ºC.
DADOS DA COLHEITA: 2.800 garrafas de 750 ml, numeradas. Dados Técnicos
Álcool (% vol.) : 13 Açúcar residual (g/l) : 1,8 Acidez total (g/l
ác.tartárico): 5,7 pH: 3,4 Tempo de barril (meses): 11 meses, 1º, 2º e 3º usos
VINHEDO: Nome: Santa Lúcia, Vale dos Vinhedos Região: Vale dos
Vinhedos, Denominação de Origem Localização: 29°10’17.91”S, 51°36’05.59”O, 495
m.a.n.m Arquitetura: Espaldeiras com orientação norte-sul. Guyot Solo: De
origem basáltica, franco, com pedregulhos e argiloso Colheita: Totalmente
manual, em Janeiro de 2013
ELABORAÇÃO: Desengace, moagem e prensagem em prensa pneumática com leve
maceração. Fermentação em barris de carvalho Perle Blanche em baixas
temperaturas, com adição de leveduras selecionadas. Fermentação malolática e
amadurecimento sobre as borras finas em barris até o engarrafamento.
Não existem análises da Wine Advocate para este vinho. Um dia nossos vinhos chegam até lá!
É mais um vinho de respeito sendo produzido em nosso país! Pena que sua
produção seja tão reduzida, apenas 2.800 garrafas. A que degustei foi a 0985.
Normalmente não sabemos do tema do mês seguinte quando realizamos o
post da CBE. Como estou MUITO atrasado, já fiquei sabendo que o tema será
Chianti! Vamos entrar nesta viagem para Itália??
In Vino Veritas!
Gustavo Kauffman (GK)
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