Abri este vinho inspirado pelo amigo Gil do blog Vinho Para Todos. Ele
abriu um vinho da Miolo, o RAR, também da Safra de 2005, veja o post aqui.
Por aqui também temos algumas garrafas deste ano fora de série para a produção
de vinhos no Brasil.
Decidi então abrir esta para curtir o feriado em plena quinta-feira
para celebrar Zumbi dos Palmares! Viva Zumbi, o grito forte de Palmares, que
correu terras, céus e mares, influenciando a abolição! Sim, é um dia para ser
comemorado por todos os Brasileiros!
Voltando a falar de nosso vinho, a Adega Cavalleri fica no Vale dos
Vinhedos em Bento Gonçalves. Quando os primeiros Cavalleri chegaram à região de
Bento Gonçalves, no final do século XIX, não imaginavam que sua paixão por
vinhos tornaria o sobrenome tão conhecido entre os amantes da bebida. O talento
para a vitivinicultura foi transmitido de pai para filho, culminando no
surgimento de uma vinícola especializada na arte de elaborar bons vinhos e espumantes.
Com produção
reduzida e de alta qualidade, a Adega Cavalleri é uma empresa familiar
instalada no coração do Vale dos Vinhedos. Desde sua fundação, em 1987, os
membros da família coordenam pessoalmente todos os processos da elaboração,
desde o manejo dos vinhedos à rotulagem manual das garrafas. O mix reduzido de
produtos colabora para que os vinhos atinjam excelência, destacando-se pela
personalidade marcante.
Vamos então ao que eu achei do nosso Merlot:
Visual: O rótulo ainda estava novo. Para ser sincero não lembro quando adquiri
esta garrafa, mas o vinho aparenta ter sido rotulado mais recentemente. A
rolha, de cortiça e personalizada, estava perfeita! Na taça começam as surpresas.
Na coloração até é possível identificar sinais de evolução, mas de forma ainda
bastante sutil, sutil mesmo! O vinho nesta faixa de preço, com 9 anos de idade,
normalmente apresentaria sinais de evolução evidentes já em sua cor. Coloração
rubi ainda com muito violáceo.
Lágrimas gordas, rápidas e tingindo levemente a taça.
Olfato: Totalmente vivo e mostrando seus aromas com exuberância. Muita
fruta vermelha, framboesa, amora e morango em compota. Toques florais. Um pouco
de mineralidade. No nariz traz a tipicidade do Vale dos Vinhedos. O álcool está
um pouco acima do que deveria. Mesmo sendo de 2005, deixar respirar por 30
minutos é uma excelente pedida. Fechando a análise olfativa, o vinho traz também
notas de baunilha e especiarias, oriundas de passagem por madeira. Como a ficha técnica desta safra não está disponível no site, não posso precisar em qual madeira e
por quanto tempo, mas com certeza possui passagem por carvalho. Enquanto escrevia este post, recebi a ficha técnica da vinícola e realmente o vinho passa por madeira, veja mais abaixo. No nariz o
vinho ainda está novo!
Paladar: Mais austero do que no nariz, acidez correta, taninos
presentes, vivos e finos. Aqui mostra também algum sinal de evolução no
retrogosto com frutas secas. Corpo médio. Final persistente. Sem sombra de
dúvida um vinho gastronômico e que facilmente chegaria aos seus 10 anos de vida
totalmente inteiro!
O que a vinícola fala do seu vinho:
Vinho encorpado, elaborado com uvas supermaturadas, de cor vermelho rubi intenso com traços violáceos, aromas de amora, framboesa, especiarias e baunilha; retrogosto persistente. Seu amadurecimento foi feito em uma mescla de barricas francesas e americanas. Envelhecimento de 08 meses nas caves.
O vinho não é mega complexo, mas é um vinho de qualidade, com
estrutura, gastronômico e longevo. Este tipo de experiência é sempre muito
prazerosa. Tentei, mas não consegui, encontrar este vinho a venda. No site da
Vinícola existe um Merlot comemorativo aos 25 anos da mesma, mas da Safra de
2010. Este é vendido a R$180,00 (caixa com 6 garrafas). A Safra de 2005 foi
superior a de 2010, mas fiquei curioso para provar este vinho mais novo pois já
deve estar pronto ou quase pronto para ser consumido. As
garrafas são numeradas. A que abri foi a 03136.
In Vino Veritas!
Gustavo Kauffman (GK)
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