domingo, 16 de novembro de 2014

Obra Prima Gran Reserva Familiar Maximus 2008

Sim, sou um fã dos vinhos de nossos Hermanos. A Argentina vem conseguindo fazer grandes vinhos, cada vez mais elegantes, delicados, sem perder sua tipicidade. Este vinho que, desculpem o trocadilho, é realmente uma Obra Prima, é um exemplo vivo disto.

O vinho é produzido pela Familia Cassone, bodega não muito conhecida aqui no Brasil. É recente, foi criada em 1998 por Eduardo Cassone, sua esposa Florencia Ferreira Funes e seus 3 filhos. A bodega fica em Mendoza, mais precisamente em Luján de Cuyo, rodeada pela cordilheira dos andes, a 18 Km ao sul de Mendoza. A região de Luján de Cuyo, como muitos já sabem, é considerada a principal região vitivinícola da Argentina, com um clima, altitude e amplitude térmica muito propícios para a produção da uva.

O Maximus é o vinho ícone da linha “Obra Prima” da Familia Cassone. Nesta linha eles possuem ainda o Rosado, um CS e um Malbec e o Coleccion, este último um vinho também muito bem produzido, mas com maior presença da Malbec (80%) e partes iguais de CS e Merlot. Já o Maximus traz também a Malbec como uva principal, só que com 66%. O assemblage é completado também com partes iguais de outras duas uvas, mas aqui a Syrah e a Cabernet Franc.

Vamos então ao que eu achei deste vinho:

Visual: A garrafa faz o estilo “pesadona”, muito comum no novo mundo. Rótulo bonito, elegante e austero, pena que o da garrafa que degustamos acabou sendo rasgado dentro da adega de um amigo. Na taça, mesmo com 6 anos de vida, não mostrou sinais de evolução. Continua brilhoso, uma mistura de rubi com muito violáceo.

Olfato: Elegância é a palavra chave! Complexo, mas muito, muito elegante, o que surpreende. Confesso que eu esperava um vinho mais direto, mais “porrada”, mas fui surpreendido positivamente. No nariz já despertou também ser um vinho gastronômico. Predominância para frutas vermelhas como framboesa e amora. A madeira, francesa de primeiro uso, aonde o vinho calmamente amadurece por 18 meses, está muito bem integrada. No nariz traz também especiarias (noz moscada e pimenta) e um toque de mentolado.

Paladar: Ataque inicial também elegante e mostrando um corpo médio. Preenche bem a boca, trazendo boa acidez, taninos também muito elegantes e um final longo. O vinho está redondo, pronto para ser bebido. É claro que com certeza sobrevive mais alguns anos, mas não acredito que vá melhorar. É um vinho surpreendente que você precisa experimentar!

O que a Familia Cassone fala sobre seu vinho:

Variedad: 66% Malbec, 17% Cabernet Franc, 17% Syrah.

Viñedos: Luján de Cuyo, Mendoza, Argentina.

Cosecha: Manual en cajas plásticas de 18 kgs.

Elaboración: Tradicional con maceración fría en tanque de acero inoxidable.

Crianza: 18 meses en barricas nuevas de roble francés.

Alcohol: 14%.

Temperatura a servir: 18º C

Enologo: Mauricio Lorca / Federico Cassone

Notas de Cata: Obra Prima Maximus es nuestra mayor obra, nuestro más alto vino. Creado sobre la base de un corte de Malbec, Cabernet Franc y Syrah y habiendo sido añejado en barricas nuevas por 18 meses, dio como resultado este vino de muy buen cuerpo y estructura redonda. Presenta un color rojo rubí con suaves tonalidades violáceas; de aromas frutados a moras, grosellas y menta y final aterciopelado con dejos de eucaliptos y pimienta, con muy fino aporte de complejidad aportada por el roble.

O que a Wine Advocate, de Robert Parker, fala sobre o vinho:

Pontos: 90

Degustador: Jay S Miller

Maturidade: Beber até 2013

Review:

The 2008 Obra Prima Maximus is a blend of 66% Malbec, 17% Cabernet Franc, and 17% Syrah also aged in new French oak for 18 months. Its personality resembles the Malbec Collecion both aromatically and on the palate, but the wine is a bit leaner, without as much complexity. Nevertheless, this flavorful effort is an outstanding wine that will benefit from another 2-3 years of cellaring. 


Se você ainda acredita que a Argentina não produz vinhos elegantes, acredita que a Malbec em nossos vizinhos só produz vinhos pesados, você precisa provar este vinho. Realmente muito bem produzido. Um vinho caro por aqui, mas que com certeza fará sucesso.

In Vino Veritas!


Gustavo Kauffman (GK)

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