domingo, 1 de agosto de 2010

Casa Valduga Premium Cabernet Franc 2006 #cbe

Comentei no mês passado, mas este post realmente é especial. Postamos aqui o comentário para ovinho do mês da Confraria Brasileira dos Enoblogs. A troca de experiências, mesmo que de forma virtual, entre todos os blogueiros que participam desta deliciosa Confraria, é super enriquecedora para todos nós.

Neste mês, segundo o rodízio democrático, a escolha coube ao nosso Confrade Jurandir Bezerra, do blog Eu e o Vinho. A escolha foi um Cabernet Franc do Brasil e já é o 45º vinho da Confraria!!!

Assim que soube da escolha de nosso Confrade fiquei um tanto preocupado. Achar um Cabernet Franc Brasileiro para comprar não é das tarefas mais fáceis. Depois de procurar por várias lojas, o único vinho com CF que consegui encontrar foi o ARTE da Casa Valduga. O Arte é um corte de Cabernet Sauvigon, Cabernet Franc e Merlot. Depois, continuando minha saga, acabei conseguindo encontrar uma única garrafa deste Cabernet Franc que iremos comentar.

Aqui fica um ponto de interrogação: Porque é tão difícil encontrar os vinhos Brasileiros na maior cidade de nosso país que é São Paulo?? Fico imaginando como deve ser complicado encontrar nossos vinhos, por exemplo, em Goiânia!

A Casa Valduga é das vinícolas mais conhecidas e reconhecidas do Brasil. A vinícola dedica especial atenção à elaboração dos espumantes e foi uma das primeiras vinícolas brasileiras a dominar e desenvolver o método champenoise de vinificação. Hoje possui a maior adega de espumantes da América Latina e investe em produtos com padrão de excelência já reconhecidos internacionalmente. Os tintos de guarda amadurecem em barris de carvalho franceses e americanos e no final do período passam para a cave apropriada, adquirindo um fino bouquet. Já os brancos repousam em tanques de aço inox durante curto período, para que mantenham os seus aromas primários e possam ser consumidos ainda jovens. A Casa Valduga também construiu o primeiro Complexo Enoturístico do Brasil e hoje é uma das maiores atrações do Vale dos Vinhedos, no município de Bento Gonçalves, a 120 quilômetros de Porto Alegre. Ao lado da Vinícola, instalou restaurantes e aconchegantes pousadas, com vista para os parreirais. Um lugar cercado de montanhas, a 671 metros de altitude e que guarda o encanto da cultura do vinho.

No final do século 19, a família Valduga chega ao Brasil, vinda da cidade de Rovereto, na Itália, em 1875, e logo cultivaram os primeiros parreirais em meio ao Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul.

Três gerações depois, os investimentos em qualidade e tecnologia cresceram e os prêmios multiplicaram-se pelo mundo. A marca que leva o nome da família transformou-se em símbolo de padrão de excelência.

Hoje, a vinícola é comandada pelos irmãos Erielso, Juarez e João Valduga, que continuam a transmitir a paixão pelo vinho a seus descendentes.

Vamos então ao que eu achei deste vinho:

Visual: Garrafa cheia de estilo, com indicação de procedência do Vale dos Vinhedos, número de lote e tudo mais. A aparência é show de bola, fazendo o vinho se destacar. Na taça é bem escuro, quase preto. A cor é um roxo bem escuro, gotas rápidas e finas.

Aroma: Frutado com leves toques florais. As frutas são vermelhas com especial destaque para cereja. Álcool um pouco mais pronunciado do que deveria. Talvez um tempo no decanter resolva isto, o que não fiz. Ao fundo trouxe também notas de café.

Paladar: Como sempre, gosto de falar a primeira impressão que tenho. Aqui foi: “O Olfato é muito superior a boca!”. Um vinho delicado, sem muita complexidade. Traz alguma fruta na boca, mas bem discreta. Taninos também delicados e acidez super discreta. Ah, muito seco também! Final de curto para médio.

O que a vinícola diz:

Origem: Vale dos Vinhedos – Bento Gonçalves/RS - Brasil

Processo de vinificação: Colheita manual, seleção e desengace das uvas, adição de leveduras selecionadas, fermentação alcoólica, controle de temperatura, descuba, fermentação malolática, amadurecimento em barricas de carvalho, engarrafamento, envelhecimento em cave climatizada e rotulagem.

Visão: Cor rubi intensa, brilhante.

Olfato: Possui bouquet frutado, lembrando framboesas silvestres, licor de cassis com traços florais harmoniosamente mesclados aos aportes de madeira.

Paladar: bom corpo, taninos maduros, macio, acidez agradável equilibrado. Harmonioso.

Harmonização: cordeiro, perus, patos, ovos com queijos e presuntos, canapés finos, massas al pesto e com molhos de carne, pizza, bacalhau, salmão e peixes.

O que fiz a Wine Spectator de Robert Parker:

Até o dia de hoje não existe uma avaliação deste vinho por eles.

De modo geral não foi um vinho que tenha me agradado. Beberia novamente sem o menor problemas, mas apenas como convidado. Não é um vinho que eu volte a comprar e por isto leva um 3.

In Vino Veritas.

(GK)

7 comentários:

  1. Obrigado pelo sacrifício em prol do bem comum! :) Dentre os vinhos brasileiros "industriais" (ou seja, excluindo Bettú e Danielle), o meu favorito é o Cabernet Franc da Don Giovanni. Feito há mais de vinte anos, e em geral vendido numa garrafa feia de chianti (agora tb em garrafa normal), tem a acidez pronunciada e álcool contido de um vinho do velho mundo, e custa pouco (menos de R$30). Acho que a vinicola não prima pela higiene dos barris de madeira usada, portanto frequentemente esse CF tem brett, mas vai embora sacudindo no decanter. Vale a pena experimentar!

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  2. Confrade,

    Morei alguns anos em Brasília e, pela proximidade e compromissos profissionais, conheci Goiânia também. Há por aquelas bandas, um atacadista chamado Super Adega que, ao menos na loja de Brasília, conta com uma adega climatizada de fazer inveja ao Makro Speciale (em tamanho e diversidade de rótulos). E ele é muito bem abastecido de vinhos nacionais. Além dos Miolo e Salton, rótulos Valduga, Don Laurindo, Pizzato, Boscato, Dal Pizzol entre outros da Serra Gaúcha e de SC eram comumente encontrados por lá. Agora em São Paulo, às vezes sinto saudades do Super Adega.

    Quanto ao vinho, há algum tempo provei a safra 2005 deste mesmo vinho. Igualmente bom. Aliás, os produtos da Valduga sempre me agradam.

    Abs.,
    Marcus
    azpilicueta96.blogspot.com

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  3. Oi Gustavo, pode ficar tranquilo. Em Belo Horizonte também tive a mesma dificuldade sua. Em geral, casa especializadas em vinhos dedicam cerca de 98% da loja para vinhos importados e mízeros 2% aos vinhos nacionais. Aqui em BH é mais fácil achar em grandes supermercados, tipo Carrefour, Extra, etc...
    Talvês os culpados disso sejam nós mesmos ao consumirmos poucos rótulos nacionais!! Fica aqui a torcida para isso mudar algum dia, a começar por mim...!!!!!
    Carlos Fernando (Vinho com Prosa)

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  4. Oswaldo,

    Sacrifício nenhum! rsrs. Experimentar e conhecer novos vinhos é sempre um prazer, sempre, mesmo que o vinho não me agrade totalmente. A experiência da CBE então é sensacional!!!

    Sua dica sobre o Don Giovanni me deu vontade de prová-lo! Vou experimentar com certeza.

    Um Abraço!!!
    Gustavo

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  5. Marcus,

    Olha só que dica mais interessante a sua. Citei a cidade de Goiânia totalmente ao acaso, a idéia era apenas citar uma cidade relativamente grande, mas fora do eixo Sul - Sudeste!

    Este tipo de dica é pra ser guardada, afinal de contas nunca sabemos do dia de amanhã! hehe.

    Forte Abraço,
    Gustavo

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  6. Oi Carlos Fernando,

    É, não é muito fácil encontrar vinhos Brasileiros aqui no Brasil, por mais doido que isto possa parecer.

    Eu concordo em partes com vc. O que falta é uma disseminação e uma publicidade maior dos vinhos Brasileiros, sem contar que precisamos de maior massa crítica. Quantas e quantas vezes não encontramos uma vinícola Chilena ou Argentina que nunca ouvimos falar e que produz bons vinhos? Precisamos disto aqui no Brasil também, como já temos, por exemplo, com a cachaça!

    O processo de mudança já está acontecendo e a IBRAVIN, em conjunto com nossa vinícolas, tem todos os méritos nisto. É claro que sempre podemos melhorar, mas estamos no caminho!

    Forte Abraço,
    Gustavo

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  7. Olá Gustavo!

    Desta vez provei o Pequenas Partilhas 2008, da Aurora.

    Mas já experimentei esse Valduga CF 2006, e até postei no blog (procura lá em Cabernet Franc). Achei ele desagradável na boca. Muito amargor e álcool desequilibrado.

    E engraçado, aqui em Salvador até que é fácil de achar ele.

    Um abraço!

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