segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Série Uvas - A Tinta Malbec

E chegamos a uma uva que tem se destacado demais mundo afora através dos vinhos que nossos hermanos vem fazendo.

Particularmente sou fã de carteirinha desta bela uva e dos deliciosos vinhos que ela produz. Mas, para quem não sabe, é mais uma cepa originária da França que veio fazer sucesso aqui na América Latina.

A Malbec é, sem dúvida, a uva mais bebida e comentada aqui no Enoleigos. Veja aqui no link todos os vinhos que já falamos desta deliciosa uva.

Que tal conhecermos um pouco mais sobre esta uva, sua origem e suas características?

In Vino Veritas!

Gustavo Kauffman

Série Uvas – A Tinta Malbec

História

Malbec é uma das uvas mais famosas da atualidade, mas já existe há muito tempo e tem uma história interessante.

Esta a cepa tem sua origem no sudoeste da França, numa região conhecida como Cahors e era chamada de "Cot" ou "Auxerrois". Após sua enorme fama na Argentina, os franceses passaram a chamá-la de Malbec.

Fala-se que o nome Malbec teve origem a partir de um produtor húngaro chamado Malbeck, que levava as uvas e plantas desta cepa para vendê-las em Bordeaux.

Nessa época o vinho originado da uva Malbec era chamado de "Vinho preto de Cahors", isso graças a cor intensa que a uva dá aos seus vinhos. Fatos históricos dizem, que durante o reinado de Napoléon, Pedro o Grande curou-se de uma úlcera de estômago bebendo o tal "Vinho preto de Cahors". Muito contente com isso, ele ordenou que essa uva fosse levada e plantada na península de Crimea, junto com outras variedades como Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc. Essa é uma das inúmeras histórias relacionadas a essa cepa.

Cahors é a região onde existe o centro de produção mais antigo dessa cepa e possui uma lei específica para produção de vinhos originados dela, conhecida como a lei de Cahors AOC, (Apelação de Origem Controlada). Nesta apelação, as vinícolas devem utilizar uma quantidade mínima de 70% de Malbec e os outros 30% de Merlot ou Tannat.

A Malbec Argentina

Sem sombra de dúvida, a cada dia que passa, a Argentina elabora grandes vinhos dessa tão saborosa uva, a malbec. Originária da região de Cahors no sudoeste da França, onde até hoje se produz vinho dessa cepa, mas com características mais rústicas e com a legislação de corte mínimo de 70%, foi trazida para a América do Sul, em meados do século XIX, e se adaptou perfeitamente aos solos mendoncinos e posteriormente por toda Argentina.

Após mais de 150 anos de existência na Argentina e com propostas diferentes de plantio, com baixos rendimentos por hectare, podemos notar que os vinhos provenientes dessa uva encantam por serem sempre muito macios e sedosos, com muita personalidade, boa complexidade (fruta – pimenta), além de terem força para suportar alguns anos de garrafa em guarda, para evoluírem.

É atualmente a principal uva do país e símbolo emblemático, responsável pelo crescimento da vitivinicultura por toda extensão nacional, além de representar muito bem o país por onde passa, como, por exemplo, ao redor do mundo em exposições. Prova disso é o mercado inglês, que se rendeu a essa uva e hoje é um dos principais investidores e consumidores no mundo da malbec.

Os vinhos da Malbec na Argentina vem também recebendo pontuações altíssimas pelos grandes críticos mundiais como a Wine Advocate, de Robert Parker, e a Wine Spectator, dentre outras. É cada vez mais comum ver vinhos produzidos com a Malbec nas listas TOP destes veículos.

Características

Seus vinhos costumam apresentar aromas de ameixa, cereja em compota e notas florais e, além do perfume, são densos e escuros. Com taninos menos potentes que os da Cabernet Sauvignon e Syrah, por exemplo, a uva tem boa acidez e pode ganhar complexidade se amadurecida em carvalho. Apesar de os melhores vinhos apresentarem potencial de envelhecimento por vários anos, o ponto ideal de consumo fica entre o segundo e o quinto ano de colheita.

Como destacado também sobre as outras uvas, a Malbec tem características distintas de país para país onde é cultivada:

Na Argentina, a Malbec tem a maior superfície entre as uvas finas tintas, ultrapassando a clássica Cabernet Sauvignon. Os vários Terroirs argentinos oferecem vários estilos e as principais áreas produtoras são Mendonza, Salta, San Juan e Patagônia. Em Mendonza, o vinho é estruturado e pleno, com sabor vivo e taninos maduros. Salta e San Juan originam vinhos de bom corpo, porém menos estruturados que os mendoncinos. Da região da Patagônia têm origem os vinhos mais moderados, de aromas condimentados, notas florais e de pimenta seca, embora o aroma de fruta madura seja o que mais se sobressai.

Na região Francesa de Cahors é denominada Cot. Os vinhos da região são encorpados e densos, com amadurecimento obrigatório em madeira. Com bom potencial de envelhecimento, podem evoluir por mais de 15 anos em garrafa.

No Chile, onde muitos acreditam não haver o cultivo da uva Malbec, ela origina vinhos mais encorpados, ácidos e taninosos que os argentinos. Os vinhos são geralmente loteados com Cabernet Sauvignon, Carménère ou Syrah.

As condições de clima e solo ideais para o cultivo da Malbec

O clima desértico continental da Argentina, com seus solos secos e pobres, suas intensas horas de sol, baixa umidade, terras de elevada altitude contribuíram para a fama da Malbec por lá, pois só nessas condições a uva atinge seu ápice. Em lugares com influência marítima como Chile e Califórnia podem até atrapalhar o desenvolvimento dessa cepa, porém cultivam bons exemplares.

Desde 2005, o Governo Nacional da Argentina aprovou a lei que cria a primeira Denominação de Origem Controlada da América do Sul para essa uva, trata-se do Lujan de Cuyo DOC (Denominação de Origem Controlada), com mais de 6,000 Has de Malbec. Essa iniciativa que já tinha sido criada em 1999, por algumas vinícolas famosas da Argentina, tais como Nieto Senetiner e Luigi Bosca.

Por essas e muitas outras, a Malbec se tornou a uva emblemática da Argentina, a uva mais plantada, valorizada e exportada do país, para todo o mundo.

Nomes e Variações da Malbec

Cot, Malbec, Malbeck, Auxerrois, Caours, Pressac, Luckens, Etranger, Grappe rouge, Noir Doux, Teinturier, Quercy, Pied rouge, Pied de perdrix, Pied noir, Gourdoux, Quillot, Jacobin, Cahors, Grifforin, Côte rouge, Plant du Roy, Beran, Beraou, Bérau, Bourguignon noir, Calarin, Calavu, Chalosse petite noire, Noir de Pressac, Nègre, Préchac, Préchat, Lutkens, Estrangey, Nègre doux, Balouzat, Parde, Teinturin, Doux same, Mourame, Moustère, Etaulier, Romieu, Cruchinet, Pied rouget, Oeil de perdrix,
Pied doux, Gourdaux, Fin Auxerrois, Périgord, plant houdée, Couissé, Prunelard musqué, Lou Salbaïre (Le Sauveur).


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