domingo, 1 de agosto de 2010

Crônicas de um Enoleigo - Parte 5

Amigos(as),

Os Domingos demoram a chegar!!! rsrs.

Cá estamos com mais um capítulo da eletrizante série das "Crônicas de um Enoleigo". Quem já não se viu em situação parecida? Quem já não chegou a uma loja de vinhos totalmente perdido sem saber nem por onde começar?

São exatamente destas situações que falamos. Divirta-se!!

In Vino Veritas!

(AK)

Crônicas de um Enoleigo - Parte 5

A sexta demorou a passar...

Felizmente uma reunião interminável invadiu a tarde de boa parte do pessoal do andar, inclusive a de Alberto, deixando as informações colhidas na internet ressoando na sua mente.

- Sempre pensei que vinho fosse coisa de gente metida e rica... Foi o pensamento vagante enquanto respondia sobre o nível de produtividade do último trimestre ao Diretor de Marketing. E ao final da reunião estava decidido, passaria na loja da Grand Cru dos Jardins. Havia encontrado a dita quando pesquisou o tal do “Cru”... Ficava perto do trabalho, parecendo opção bem mais agradável que um shopping.

No caminho um SMS tilintou:

“E aí sumido, confirmado amanhã?”

Nossa! Simplesmente esquecera de Suzana... Navegou um pouco no excelente site do restaurante e ficou impressionado com o bom gosto do local. Achou o máximo ler a sua história, sobretudo o nome, pois “Se existe choperia, livraria, churrascaria, doceria, por que não uma vinheria?” Perfeito! Daí seguiu fuçando e achou até a Carta de Vinhos, como, aprendeu, chamavam o cardápio dos rótulos. Apesar de um tal “Gala 2 CS” argentino passar dos cem reais, alegrou-se ao achar um chileno por menos de setenta, e era da tal uva que a loira falou naquela noite. Carnemé?!? Carne é?!? Precisava decorar mais essa, senão o mico na loja seria certo. Ops! Estava esquecendo dela novamente... Teclou:

“Por que não jantar?”

A resposta dela veio quando já saía do carro e se assustava com a suntuosa fachada. Parecia uma caixa toda vinho, rasgada no meio pelos vidros da vitrine, deixando o conteúdo da loja todo exposto. A enorme porta se abriu quando ele leu:

“Negativo, vou para BH de noite. Passe aqui uns 30m. antes da reserva. Lembra do endereço?”

Nos poucos instantes antes da boa noite lembrou-se da carona que lhe deu, da bravinha esboçando sorrisos, do beijo que ela roubou na porta do prédio e, claro, do endereço. Arrependeu-se, e muito, de não ter se convidado para subir, mas a decisiva da dupla era ela. Quem sabe amanhã...

- Olá, boa noite. O atendente sorridente, de terno e gravata, parecia simpático.
- Boa noite.
- Posso ajudá-lo.
- Sim, onde ficam os chilenos? Sentiu-se bem fazendo a pergunta com tamanha decisão.
- Levo o senhor até eles.

E seguiram para dentro da belíssima loja, decorada com muita elegância. Ao chegarem o atendente sugeriu:

- Temos um cinco estrelas da Decanter, cem por cento Shyrá, que está uma pechincha. Tabalí Reserva 2008.

Vai começar novamente, pensou Alberto... Caramba, Suzana pedira um Decanter na cada de Pedro. Agora o tal aparelho dá estrelas? E cinqüenta e quatro Reais ficou barato para um garrafa de vinho quando? Daí arriscou ser sincero, aproveitando a distância de Suzana:

- Estou começando agora sabe, conhecendo aos poucos esse mundo que é o vinho, mas indo devagar com os preços...

- Claro!

O atendente foi surpreendentemente compreensivo e seguiu para uma garrafa próxima.

- Para começar, nada como Cabernet Sauvigon. Aqui temos um da mesma bodega, mais simples, é verdade, porém bem em conta.

Alberto adorou a garrafa. O cavalo trotando e o nome “Ímpetu” eram perfeitos para o contexto atual. Provinha também do tal Valle Central, um bom sinal, pensou orgulhoso da lembrança dos rótulos do Casilero e do Sunrise. A cápsula vermelha dava uma aparência elegante. E o preço... Ah, o preço!!! Meros vinte e três Reais!!! Maravilha.

- Quero dois.
- Perfeito. Presente?
- Pode ser...

Sacou o celular e digitou.

“Chego mais cedo... Acabei de te comprar um chileno. E alguém me deu um saca rolha bacana.”

Enquanto o atendente embrulhava cuidadosamente as garrafas ousou, sacou o dito do bolso de trás da calça e ousou perguntar:

- Ei, alguém aqui sabe como eu uso isso?

O riso foi geral, mas o educado atendente deu umas dicas. Mostrou o primeiro e o segundo nível, bem como a forma de apoiá-los na boca da garrafa. A elegância do aparelho era incomparável com o usado na casa de Pedro. E parecia muito mais eficaz.

O toque cristalino denunciou, mais um SMS chegou:

“Então chega mais cedo. Beijo.”

(...continua...)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário é muito bem vindo!!!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...