No último dia do mês de março, e sem as famosas águas de março fechando o verão, vários blogueiros se reuniram para conversar sobre assuntos sérios! Já publiquei um post sobre este encontro que pode ser lido aqui mesmo.
O evento foi épico. O aprendizado então nem se fala! É sempre bom demais conversar sobre vinho, seja qual for o tópico abordado.
No que tange aos vinhos, a estrela da noite foi realmente o Château Grand Bert, gentilmente dividido conosco pelo Daniel Perches, do excelente blog Vinhos de Corte. Confesso que foi o vinho mais antigo que já tive a oportunidade de degustar. Ah, vale um parênteses aqui. Nasci no ano de 1973 e, claro, continuo na minha busca por um ano de quando nasci!! Um dia eu acho!!!
O vinho foi cuidadosamente aberto pelo Confrade Silvestre que conseguiu extrair a rolha intacta! Não esperava que o vinho estivesse tão vivo! Ainda exalava muita fruta, mostrando que permanecia vivo e inteiro. No nariz mostrou muita fruta madura, toques de especiarias e uma pontinha de cassis. Na boca estava muito, mas muito redondo e delicioso. Também mostrou muita fruta, mantém ainda boa acidez e os taninos já se mostram bem delicados e macios. O vinho estava no seu apogeu e foi uma experiência única! Deixando o vinho descansar um pouco na taça, ele surpreendeu ainda mais. Foi trazendo várias camadas. Chegou a mostrar café, ameixas em caldas e outras frutas. Segundo informação que recebemos, este delicioso Bordeaux foi elaborado com 85% de Merlot e 15% Cabernet Franc. Passou 12 meses em barrica e fermentado também em barrica, pois não usavam cubas de inox naquela época.
O Vinho na Taça! |
Não posso deixar de falar um pouco sobre este memorável vinho. A Safra de 1982 é tida como das melhores, senão a melhor que já existiu em Bordeaux! Foi uma safra realmente memorável tendo como única exceção a esta regra Sauternes, que não participaram da boa sorte na região este ano. Apesar de 1982 ter sido uma das maiores safras das últimas décadas, também é conhecida por outras razões que não apenas a qualidade do vinho. Ela também passou para a história como o ano em que Robert Parker fez o seu nome, declarando-o como uma grande vintage em que muitos críticos estabelecidos foram condenando os vinhos.
A região de Saint-Emilion está localizada na margem direita do rio Dordogne, 50 quilômetros a leste da cidade de Bordeaux, na costa oeste da França. Lá, há mais de mil Châteaux e todos gostariam de ostentar nos rótulos de seus vinhos os dizeres "Premier Grand Cru Classé".
Os vinhos de Saint-Emilion são bem diferentes dos do Médoc, principal sub-região de Bordeaux, situada na margem esquerda do rio. Enquanto à esquerda a uva dominante é a Cabernet Sauvignon, em Saint-Emilion reina a Merlot, com importante presença também da Cabernet Franc. Como estas cepas são menos taninosas que a Cabernet Sauvignon, os vinhos de Saint-Emilion são geralmente mais fáceis de beber, mais carnudos, redondos, macios e amadurecem mais cedo que os do Médoc.
O clima em Saint-Émilion é menos marítimo e mais seco que o do Médoc, com maior gradiente diário de temperatura. Os solos são muito variados, com uma gama de terrenos que vai do rochoso, ao arenoso, calcário, argiloso, até solos de aluvião. É comum um mesmo vinhedo, de um mesmo Château, se estender por diferentes tipos de terreno. As melhores safras recentes que a região proporcionou foram: 1982, 1990, 1998, 2000, 2001 e 2003. Também foram boas: 1983, 1986, 1988, 1989, 1995, 1996 e 1999.
A rolha intacta |
Quem quiser conhecer melhor os vinhos deste belo Château não precisa ir até a França. O Château Grand Bert estará no Encontro de Vinhos que ocorrerá no próximo dia 25, das 12 às 22 horas, na Bendita Hora de Perdizes, Rua Vanderlei, 795. Mais detalhes sobre o Encontro de Vinhos no Site do Evento. Eu estarei lá, e você?
In Vino Veritas!
Gustavo Kauffman (GK)
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