Duas Quintas Douro 2007

Este é mais um rótulo que nos foi enviado pelo ClubeW. No mês de Maio recebemos quatro garrafas do mesmo rótulo. Confesso que isto me deixa um pouco chateado, prefiro receber duas garrafas de rótulos distintos para poder ter a oportunidade de experimentar um número maior de vinhos e, caso algum me chame muito a atenção, procuro o mesmo para obter uma quantidade maior de garrafas, guardar, etc e tal. Cheguei, inclusive, a enviar este comentário para o pessoal da Wine, mas achei interessante deixar minha opinião também aqui no Enoleigos. E você? O que acha? Deixe seu comentário!!

Voltando ao vinho... O Duas Quintas é produzido pela Ramos Pinto, vinícula portuguesa de mais de 200 anos de existência, fundada em 1880 por Adriano Ramos Pinto. Associada a vinhos engarrafados de qualidade, implantou-se no mercado brasileiro no início do século XX e rapidamente se tornou responsável por metade do vinho exportado para a América do Sul, enquanto ia conquistando gerações de fiéis apreciadores em Portugal e na Europa. Estas foram consequências naturais de uma estratégia de vanguarda, apoiada na modernização dos circuitos de seleção, envelhecimento e no especial cuidado que Adriano Ramos Pinto dedicou à embalagem e promoção dos seus vinhos.

Ciente de que a qualidade dos seus vinhos começava a ser delineada na terra mãe do Douro vinhateiro, a Casa Ramos Pinto perscrutou meticulosamente esta Região Demarcada, acabando por se tornar proprietária de quintas com características muito especiais, com o fim de alcançar o objetivo de assegurar o controle e a qualidade de todo o processo de produção. Aprimorando os seus vinhos, a Ramos Pinto criou néctares únicos, com assinatura própria.

Em 1990, a Casa Ramos Pinto passou a integrar o Grupo Roederer, cuja história tem características idênticas. As qualidades que deram fama à Casa Ramos Pinto ganham agora uma maior dimensão internacional.

Vale destacar aqui o texto de introdução deste vinho no site da Ramos Pinto:

Em terras de xisto e de baixa altitude situa-se a Quinta de Ervamoira, onde as uvas são criadas num clima quente e seco, permitindo assim a sua profunda maturação.

Noutro terreno granítico de maior altitude situa-se a Quinta dos Bons Ares. Aqui as uvas amadurecem em clima fresco e arejado, conferindo aos seus frutos aroma, frescura e vivacidade.

Através de uma prova cuidada fundiram-se as "Duas Quintas" num só vinho, com fruto, força e complexidade.

Interessante destacar que é dos poucos sites que possui disponível para consulta a ficha técnica de quase todas as safras do vinho. Outro destaque é que as notas técnicas são muito bem escritas, como veremos mais adiante.

Vamos ao que eu achei do vinho:

Visual: Garrafa bonita e rolha, como não poderia deixar de ser, de cortiça com o nome da vinícola. Coloração framboesa, sim, framboesa! Acho que é o primeiro vinho que me lembra estupidamente, e de cara, a fruta framboesa. Gotas muito lentas.

Olfato: Agradável e frutado. Frutas vermelhas em primeiro plano, café e banana ao fundo. Mais uma primeira vez... Não havia sentido anteriormente banana em um vinho tinto. Muito agradável.

Paladar: Vinho sereno, com personalidade, sem abusar da força. Cereja em calda no início, taninos aparecem suavemente, retrogosto um pouco menos doce e trazendo, mais uma vez, banana. Vale ressaltar que não é banana verde, e sim madura! Outra fruta que aparece na boca são uvas passas. Final longo e delicioso.

O que diz a vinícola:

O ano de 2007 teve um principio de verão atipicamente fresco no Douro Superior, o que permitiu uma maturação lenta e progressiva das uvas das nossas quintas, e que atingiram o seu estado ideal com as subidas de temperatura verificadas no inicio de Setembro. Esta evolução da maturação permitiu atingir um nível de equilíbrio acidez/açúcar óptimo e uma grande expressão aromática nas uvas, duas características que definem o Duas Quintas tinto 2007.

VINIFICAÇÃO: As uvas vindimadas manualmente em caixas de 150 Kilos, são esmagadas e desengaçadas e depois fermentam em cubas em inox onde a temperatura não passa dos 25º. As uvas maceraram o tempo necessário para conseguirmos extrair um vinho com o corpo e a estrutura desejados. Após fermentação maloláctica em cubas, 20 % do vinho estagia em cascos de carvalho francês e o restante fica em cubas de inox. O vinho é engarrafado 18 meses depois.

NOTAS DE PROVA: De cor grená brilhante com reflexos violetas. Aroma maduro de frutos silvestres, amoras, cerejas figos e esteva, com um toque floral. Na boca, é um vinho macio e fresco, com a consistência e a expressividade aromática características de um Douro Superior.

GASTRONOMIA e GUARDA: Excelente como aperitivo, acompanha muito bem sopas, entradas e saladas. Aconselhamos particularmente com pratos de aves: frango assado, arroz de pato, codornizes, e com queijos de pasta mole.

CEPAS: Touriga Franca (40%) / Touriga Roriz (40%) / Touriga Nacional (20%)

A harmonização do dia foi com um risoto de bacalhau que desta vez, infelizmente, não virá para cá. Da próxima eu prometo anotar tudo diretinho para postar a receita. Foi muito gostoso, mas não posso dizer que tenha sido a harmonização perfeita. O bacalhau acabou sobressaindo um pouco ao vinho, mas só um pouco.

Fiquei curioso em provar o Duas Quintas Reserva, vou tentar encontrá-lo mas não sei se este rótulo é importado para o Brasil. Ah, o Duas Quintas que comentamos levou 88 pontos do Parker e o preço normal de venda dele na Wine é de R$70,00 e R$59,50 para membros do ClubeW. Leva uma nota 4.

In Vino Veritas!

(GK)