Luigi Bosca Reserva Malbec 2007

Copa do mundo rolando, Brasil e Gana na televisão, certeza de boa apresentação. Decidimos então abrir rótulos interessantes para acompanhar o jogo.

No acompanhamento eu preparei uns croquetes holandeses. Para quem não sabe, os croquetes foram inventados na Holanda e por lá o Croquete Típico é de Frango!!! É claro que já já eu vou colocar a receita por aqui para quem quiser provar desta iguaria que eu recomendo! Não sei se todos se recordam, mas tomei conhecimento deste croquete quando estive em Holambra, o que gerou um post sobre o Vinho Português Porca de Murça, aonde falamos um pouco desta bela cidade.

O primeiro rótulo que abrimos foi este Malbec que meu irmão compramos no Duty Free. Já havíamos tido contato com outro Malbec da Luigi Bosca, o Malbec D.O.C., um vinho que meu irmão ganhou de presente dos nossos tios e que nos deixou estupefatos. Um belíssimo exemplar da Malbec Argentina com preço não muito caro por aqui. Como não achamos o D.O.C. no Duty Free, fomos de Reserva mesmo.

A história da Luigi Bosca começa em 1883 quando em uma aldeia chamada Unzué, situada no Valdorba, Navarra, nasce Leôncio Arizu, filho de Saturnino Arizu e Juana Uriz. Como uma premonição da importância que a madeira de carvalho (roble em espanhol) teria em suas vidas: o nome familiar significa “robledal”. Em 1890, quando a via férrea estava a caminho, já se falava da luz elétrica e Leôncio chega à Argentina com apenas 07 anos de idade. Instala-se em Mendoza, de onde é recebido pelo seu tio Balbino que já se dedicava aos negócios do vinho.

Em 1901 são inaugurados os primeiros vinhedos com mudas de origem européia e inicia-se a criação da vinícola. Com o passar dos anos, essas vinhas foram sofrendo um processo muito lento de aclimatação e por causa das exigências severas do meio e do solo, favoreceram-se numerosos entrecruzamentos e trocas, que foram reforçando seu caráter único e pessoal.

Depois de um árduo trabalho no mercado local, em 1984 a Vinícola Luigi Bosca ingressa ao mercado internacional. É realizada a primeira exportação à Suíça com grande repercussão no mercado europeu e iniciam também um período de forte expansão a nível mundial.

Já em 2005, após um processo bem sucedido que tivesse como o protagonista principal a vinícola Luigi Bosca, Luján Cuyo torna-se o primeiro DOC oficial de Argentina e de Ámérica do Sul, comparando-se com orgulho a outras denominações da origem do mundo, obtendo reconhecimento internacional.

O Brasil ia muito bem contra Gana, os croquetes ficaram deliciosos. Mal sabíamos que pouco tempo depois seríamos eliminados pelos Holandeses!!!

Vamos então ao que achei deste Malbec:

Visual: Garrafa bem bacana. Por sinal as garrafas da Luigi Bosca são muito bem trabalhadas. Rolha de cortiça contendo o nome da bodega. Na taça mostrou cor vermelha intensa, gotas finas, lentas e esparças.

Aroma: Agradável e complexo podem resumir o que senti inicialmente. Ah, não decantamos este vinho. Frutos vermelhos bem presentes, especial destaque para Cerejas e Morango. Continuando a análise percebemos também especiarias, sem conseguir precisar exatamente quais, mas não era só uma. Podemos dizer que possui especiarias diversas. No final a pimenta, seca e com um toque de café, se sobressai.

Paladar: Vinho potente. Taninos quase doces de tão suaves. As frutas vermelhas se mostram maduras na boca, as especiarias e o café se suavizam e a pimenta aparece no final que, por sua vez, é longo e persistente.

O que diz a vinícola:

Notas de Degustação: Cor vermelho-rubi intensa. Apresenta aromas de frutas vermelhas maduras, especiarias e pimenta negra. A intensidade de sua entrada na boca se completa com a suavidade e a doçura dos taninos. Um vinho de grande corpo e estrutura.

Clima: Seco, com invernos muito frios, primaveras amenas e verões frescos. Grandes diferenças de temperaturas entre o dia e a noite. Temperatura média estival de 22°C e invernal de 6°C. Temperatura mínima no inverno de -6°C. Precipitações anuais de 197 mm.

Solo: De origem aluvial, calcários e argilosos, com abundância de limo. Pouco profundos, possuem subsolo de seixo rolado e rípio, com boa drenagem. Apresentam uma inclinação de 1,5% oeste-este e de 1% sul-norte.

Envelhecimento: Permanece 12 meses em tonéis de carvalho francês.

Varietais: Malbec 100%

Potencial de Guarda: 10 anos.

Harmonizações: Carnes vermelhas grelhadas, cervo e queijos duros.

É... Mais um vinhaço que provamos por aqui. Na época não anotamos os detalhes do D.O.C., creio que deva ser um pouco superior, mas este não deixa a desejar e já consegui encontrar aqui em Sampa na faixa dos R$50,00. O preço normal dele gira na faixa dos R$65,00. Já no Duty Free custou USD18.5!

Quem ainda não provou eu recomento e vou dar um 4!

In Vino Veritas!

(GK)