Estávamos passando um final de semana na bela Holambra. Uma cidade de 10.000 habitantes, criada para abrigar imigrantes holandeses no ano de 1948. Fiquei impressionado em saber a pouca quantidade de habitantes, visto que o nome da cidade é conhecido no Brasil inteiro por causa de sua incrível produção de flores.
Não conhecia absolutamente nada da culinária holandesa e, como bom Gourmet, procurei um restaurante que servisse pratos da culinária típica. Fomos então jantar no restaurante “The Old Dutch”. O restaurante foi projetado, construído e inaugurado em setembro de 1989 e desde então administrado pelo proprietário/cozinheiro Robert Jager, no Brasil desde 1984, mas já ativo no ramo desde 1977 trabalhando em vários restaurantes da Holanda. Serve pratos tradicionais Holandeses tropicalizados e personalizados pelo Robert. Decoração dos ambientes com objetos trazidos da Holanda, alguns bem antigos.
A escolha do prato contou com a ajuda do garçon que, por sinal, foi super educado e era muito bem informado. Fomos no Jachtschotel Prato do Caçador (Cubos de file mignon em molho com cebola, maçã, cerveja e temperos típicos. Servido com purê de batatas e purê de maçã e arroz.). Um belo prato que pedia um vinho. A carta de vinhos do The Old Dutch ainda está sendo criada, não tínhamos muitas escolhas, e eu acabei optando pelo Porca de Murça. Não era a harmonização ideal, eu sabia, mas achei que sairia muito melhor do que optar por uma cerveja.
Falando um pouco sobre o Porca de Murça, este vinho é produzido pela Real Companhia Velha, famosíssima por seus Vinhos do Porto e uma vinícola com mais de 250 anos de história. O site é rico em detalhes de sua bela história. Além dos Vinhos do Porto, a Real Companhia Velha produz também Vinhos do Douro, categoria na qual está o Porca de Murça.
Porca de Murça é uma das mais antigas marcas de vinhos do Douro. Os seus vinhos são produzidos nas Quintas de Cidrô e do Casal da Granja, respectivamente localizadas em S. João da Pesqueira e Alijó. Estas Quintas produzem das melhores uvas da Região e cujos lotes fornecem o caráter e sabor distintos dos vinhos Porca de Murça. Como estava um pouco quente, pedi um balde de gelo para resfriar um pouco o vinho antes de bebê-lo. Vamos ao que achei do primeiro vinho português que comentamos aqui no Enoleigos:
Visual: Garrafa simples, sem muita frescura. Rolha, como não podia deixar de ser, de cortiça. Vale lembrar que Portugal é o maior produtor mundial de cortiça. Cor escura, bem escura, lembrando o violeta, com gotas bem lentas.
Aroma: Frutas vermelhas e um leve toque de madeira do final, se apresentando com aroma de baunilha. Bastante frutado e agradável, mas com o álcool um pouco mais forte do que deveria.
Paladar: Preenche bem a boca. Vinho jovem e fresco. Além do que sentimos no aroma (frutas vermelhas e baunilha), na boca trouxe também um toque de ameixa. Taninos presentes mas discretos e bem integrados. Final médio com pequeno retrogosto frutado.
O que diz a vinícola:
Castas: Touriga Nacional, Touriga Francesa, Tinta Roriz, Tinto Barroco, Tinto Cão.
Notas de Prova: Dotado de uma bela cor violeta, aromas de especiarias e frutos maduros, apresenta-se redondo, muito macio e com um palato bastante agradável e persistente. Servido entre os 16º e 18º, é o acompanhamento ideal para pastas italianas com molhos de tomate e também carnes brancas.
No restaurante me cobraram R$25,00 pela garrafa. Confesso que fiquei receoso pelo preço baixo. Pesquisando, vi que este vinho é vendido entre R$18,00 e R$25,00 nos supermercados. O vinho não fez feio! A comida, conforme eu esperava, atropelou um pouco o vinho, mas não tanto quanto o imaginado. Leva uma nota 3. Valeu demais o vinho, o restaurante e a belíssima Holambra. Recomendo este passeio a todos!
Todas as fotos podem ser visualizadas em tamanho maior bastando, para isto, clicar na foto desejada.
(GK)
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