Hora de
começar mais um mês e, como sempre, começamos homenageando a tradicional, e
deliciosa, Confraria Brasileira dos Enoblogs. Esta já é a 65ª edição, é tempo
pacas! O responsável pela escolha do tema neste mês foi o confrade Luiz Cola,
do blog Vinhos e mais Vinhos. O tema que o Cola escolheu foi o seguinte:
“Vinho branco,
Português e de até R$150,00”.
Enquanto
escrevia este post fui conferir há quantos meses eu participo da CBE, já que
parece que foi ontem que tive minha primeira participação. Tomei um susto ao
ver que este é o 20º post para a Confraria. Desde que eu entrei, em 04/2010,
consegui estar presente em todos os meses, mesmo que com um pequeno atraso uma
vez ou outra. Como recordar é viver, meu primeiro vinho na CBE foi também um
vinho branco, só que chileno, foi o Canepa Reserva Privada.
E você? Já
participa de alguma Confraria? Não?!?! Pois não sabe o que está perdendo!
Sempre temos muito o que aprender, mesmo que seja, como a CBE, uma confraria
virtual. Vale repetir o que já comentei em um outro post, ou seja, a origem das
Confrarias!
Na Idade
Média elas reuniam religiosos em torno de práticas místicas e proteção social.
Possuíam sempre um símbolo ou escudo, um santo como devoção comum e princípios
compartilhados em grupo, acima de qualquer questão pessoal. Sempre tiveram um
sentido agregador, por vezes desafiando normas estabelecidas por suas religiões
de origem.
No Brasil
imperial congregavam negros e brancos e, não raro, administravam fundos para
compra de cartas de alforria. Na Europa, essas entidades fazem parte da
história de um continente que procurava proteção contra suas próprias práticas
predatórias e desumanas, resgatando valores e crenças derrubados com os muros
dos feudos.
Assim
aconteceu com os pedreiros das grandes catedrais francesas que mantinham
técnicas secretas de construção, preservavam e assistiam as famílias de seus
pares. Com as próprias ferramentas como símbolos, fundaram a Maçonaria.
As
confrarias são essas organizações que lutam pela identidade de um grupo,
produzindo, preservando e difundindo conhecimento. O mundo do vinho se
apropriou desse tipo de estrutura para fazer valer o que tem de melhor: sua
capacidade de reunir e agregar. Do Velho para o Novo Mundo, elas funcionam como
pára-raios de qualidade e tradição, contra a banalização e a futilidade que, por
vezes, tentam tomar conta do mercado.
O primeiro
passo para degustar vinhos é escolher um grupo. Vale selecionar pessoas que
estejam no mesmo estágio que você. Deste modo todos poderão descobrir juntos o
prazer dos vinhos, compartilhando idéias e impressões. O mesmo grupo, uma vez
harmônico, pode evoluir, publicar suas opiniões na internet e trocar
informações com outras turmas e confrarias.
Vamos
voltar ao nosso vinho!!
Acredito
que não preciso mais falar sobre a Herdade do Esporão, uma das vinícolas de
maior qualidade em Portugal. Temos diversos rótulos da Herdade do Esporão já comentados
aqui no Enoleigos. Você pode conferir todos eles em nossa “Série Vinhos Herdadedo Esporão”.
A Verdelho
é uma cepa mais utlizada em vinhos da Ilha da Madeira. Em Portugal a uva também
se desenvolve no vale do rio Douro, onde é confundido com o "Gouveio" e é
muito utilizada na fabricação de vinho do
porto branco. Já em vinhos tranquilos, a região que
mais de destaca na produção da Verdelho é o Alentejo.
Vamos então
ao que achei deste vinho:
Visual: A
Esporão tem um trabalho visual de tirar o chapéu! A linha monocastas traz
sempre a primeira letra da cepa em seu rótulo. Rolha de cortiça personalizada
para a vinícola. Coloração amarelo claro com pequenos reflexos mais fortes.
Olfato: Essencialmente
frutado, com fortes traços cítricos e notas também de frutas tropicais como
maracujá e manga. Analisando um pouco mais percebo também notas de mamão
papaia. Um vinho bastante agradável e, ao menos no exame olfativo, que passa
refrescância.
Paladar:
Preenche bem a boca, se confirmando um vinho bem refrescante. As frutas aqui também
continuam presentes e traz boa acidez. Volume médio. Traz também alguma
mineralidade e com um final de boca comprido, persistente e delicioso.
A ficha
técnica deste vinho não está disponível no site da Herdade do Esporão.
Solicitei a importadora no Brasil e, assim que receber, divulgarei para todos.
O que diz a Wine
Spectator sobre este vinho:
Pontos: 89
Review:
This shows fine concentration and focus to the
lush flavors of Golden Delicious apple, peach and apricot, accented by plenty
of spicy notes. Crisp, creamy finish. Drink now through 2014. 1,600 cases made. –KM
O que a
Wine Advocate, de Robert Parker, fala sobre este vinho:
OBS: Não
existe resenha sobre a safra de 2009. As informações abaixo se referem a safra
de 2010.
Degustador:
Mark Squires
Pontos: 88
Maturidade:
Beber entre 2011 e 2013
Review:
The 2010 Verdelho "V" is quite green
and exquisitely fresh, chock full of juicy fruit and nice acidity. Not everyone
will love the herbaceous qualities, but no doubt this is intended to be this
way, invigorating and refreshing, with a succulent finish that leaves your
mouth watering. I tend to think these can hold a bit, but without question its
best feature is its freshness. You will make the most of what it has to offer
if you drink it at its young-and-fresh best. It will be at peak this summer. Of
the winery's monovarietal offerings reviewed this issue, my pick would be this
white rather than any of the reds, and it comes in at quite a nice price. Drink
now-2013.
This iconic Southern Portuguese winery has a lot
of new labels this year, which generally look pretty good. The labels for the
Reserva and Private Selection, of course, feature art by Portuguese artists -
see all the back labels for details. The monovarietal wines now come with just
a big letter or two on the front - like "S" for Syrah or
"V" for Verdelho. The details are on the label in smaller print.
Definitivamente
um vinho que agradou bastante e que passará novamente por aqui. E que venha a próxima CBE!
In Vino
Veritas!
Gustavo
Kauffman (GK)
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