Descoberta da Universidade de Aveiro permite a alérgicos ao anidrido sulfuroso beber vinho sem constrangimentos
Foi hoje anunciado pela Universidade de Aveiro que as pessoas alérgicas ao vinho vão passar a poder beber sem constrangimentos, com uma descoberta feita por uma equipa de investigação em que se dispensa o anidrido sulfuroso.
O segredo do vinho 'antialérgico' é "a adição, durante a sua produção, de um polissacarídeo chamado quitosana que é extraído, por exemplo, das cascas dos caranguejos e dos camarões, podendo também ser extraído de fungos", explica Manuel António Coimbra, responsável pela equipa de investigação.
O sulfuroso, que é adicionado nas várias etapas da vinificação para evitar a proliferação de microrganismos que degradam o vinho e as oxidações que o acastanham, é um composto químico que pode provocar reacções alérgicas nalgumas pessoas, que se vêm por isso impedidas de o consumir.
O método descoberto pelos investigadores do Departamento de Química da Universidade de Aveiro, pode vir a revolucionar a indústria vinícola, pois permite produzir vinho sem recurso à adição de anidrido sulfuroso, mantendo as práticas enológicas comuns a todas as adegas.
A equipa de investigação desenvolveu uma película à base de quitosana que, quando posta em contacto com os vinhos brancos, os preserva a nível microbiológico e mantém as suas características sensoriais, seja no sabor, seja no aroma, e que não causa reacções alérgicas, podendo assim o vinho ser consumido por toda a gente.
As películas à base de quitosana foram desenvolvidas a pensar em todos os tipos de vinhos, mas principalmente nos brancos, que são os que mais anidrido sulfuroso levam durante a sua produção e a patente deste novo método já foi registada.
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