Trapiche Broquel Malbec 2007

Sexta-feira em casa, dia 19/03/2010, minha esposa de férias no Rio e eu acabei bolando um cordeiro com redução de vinho e escolhi este Malbec para harmonizar. Aqui não foi o vinho que acabou escolhendo a comida, foi a comida que escolheu o vinho.

A Trapiche é a maior vinícola da Argentina. Uma mega empresa que vem produzindo vinhos sensacionais e que caiu nas graças de Robert Parker. Seus Malbec Single Vineyard colecionam inúmeros prêmios. A safra 2006 destes vinhos chegou a receber 95 pontos de Parker. Temos aqui conosco os três Single Vineyard da safra de 2006 e os três da safra de 2007. Vamos, aos poucos, treinando nossos sentidos para aproveitar tudo que estes vinhos tem a oferecer.

A linha Broquel é uma linha, digamos, Gran Reserva. Um vinho de valor razoável, mas que permaneceu por 15 meses em barricas novas de carvalho francês e este Malbec recebeu 89 pontos de Robert Parker.

Broquel significa escudo e simboliza um membro de uma família. São vinhos bem elegantes, com intensa presença de fruta, estrutura agradável e uma interessante complexidade dada pelo envelhecimento em barricas de carvalho (francês e novas!) por 15 meses.

No Brasil a Trapiche é importada, com exclusividade, pela Interfood.

Visual: Vinho escuro intenso e fechado. Muito bonito na taça. Gotas espaças e lentas. A garrafa não me chamou tanto a atenção, possui rótulo na diagonal. Já a rolha é bem trabalhada. Feita de cortiça, possui o número de lote, a menção ao seu país de origem e um mapa da América do sul com margens nos oceânicos pacífico e atlântico. Acho que já perceberam que gosto também de analisar as rolhas! Rs.

Aroma: Primeira surpresa é o álcool não aparecer nem de longe. Amplo aroma frutado, em especial frutas vermelhas, puxando para a framboesa. Madeira presente em um misto de vanilla com caramelo, mas em total equilíbrio. Bem no final senti um leve toque de café. Agradou bastante e aumentou a expectativa para o paladar.

Paladar: Um belo vinho, mas a análise olfativa me fez criar uma expectativa maior. Os taninos estão presentes, firmes, mas em harmonia. Achei a acidez um pouco acima, poderia estar melhor integrada, talvez com mais algum tempo em garrafa isto melhore. As frutas estão super presentes. Retrogosto um pouco amargo, mas gostoso. Senti a madeira bem integrada bem ao fundo. Final médio. Um vinho bem encorpado que, como ainda não harmonizei com o cordeio, promete combinar com perfeição, já que o prato ficou também bem encorpado.

Harmonização: Picanha de cordeiro com molho de redução de malbec. Foi uma das melhores harmonizações que já fiz. O prato ficou sensacional (receita vai estar por aqui em breve), e o vinho casou com o prato com perfeição.

Comentário de James Molesworth da Wine Spectator:

“Notas de ganache de frambuesa y zarzamoras se combinan con tarta de higos y grafito. Notas tostadas pero conserva su frescura. Muy sólido”.

O que diz a vinícola:

Processo:

Cosecha manual en cajas de 20 kg.

Fermentación y maceración en pequeñas piletas de cemento durante un mínimo de 25 días a 23-25ºC.

Prensado neumático.

Fermentación maloláctica natural.

Crianza de 15 meses en barricas nuevas de roble francés y americano.

Notas de Cata:

Intenso color rojo con reflejos rubí. Aromas a mermelada de frutos del bosque y licor, con un toque elegante de humo, vainilla y chocolate. Ataque dulce en boca com taninos de gran cuerpo. Final largo y agradable.

Maridaje:

Ideal para acompañar pastas con salsa de hongos y carnes rojas asadas, estofados y quesos.

Um belíssimo vinho, com excelente custo benefício. O aroma agradou demais, mas o paladar não foi fidedigno ao mesmo. Por isto que não dou uma nota maior do que 3.5, mas recomendo, e muito, este vinho, principalmente pela faixa de preço em que se encontra.

(GK)