Este é um
clássico português, um vinícola que se você ainda não conhece, não sabe o que
estás a perder.
As Cortes
de Cima são uma propriedade de 365 hectares, uma dimensão média para o
Alentejo. 140 hectares estão plantados com vinha, 50 hectares com oliveiras e
70 foram reflorestados com sobreiros, azinheiras, pinheiros e alfarrobeiras.
Terroir
= solo, localização, clima
Nesta
região, o solo é argiloso e o subsolo calcário, permitindo uma boa drenagem.
Este é um aspecto importante para as vinhas. As nossas estão aninhadas na
encosta da Serra do Meandro, com 400 metros de altura, que delimita o baixo
Alentejo.
A região
alentejana da Vidigueira usufrui de uma excelente exposição solar, com
temperaturas quentes e secas no Verão e temperadas pelas frescas brisas
atlânticas. A precipitação média é de cerca 500-600 mm e concentra-se
maioritariamente nos meses de Inverno, em que se regista pouca ou nenhuma
geada.
Como outros
portugueses, este também traz o código AVIN AVIN0292755246691.
Vamos então
ao que achei deste vinho:
Visual:
Tradicional garrafa deste clássico do Alentejo. Conheço o rótulo de longe. Ao
abrir a cápsula me deparo com uma característica que me agrada bastante. A
rolha também vem safrada. A rolha é de compensado de cortiça o que eu não
esperava para um vinho português. Coloração ainda viva, escura e intensa, mas
já sem tantos sinais de violáceo. Lágrimas gordas, rápidas, por toda a taça e
com leve coloração.
Olfato:
Intenso, complexo e explodindo em aromas diversos. São cinco castas que compõem
este blend Alentejano. Nas frutas destaco as vermelhas, com especial presença
de cereja. Em harmonia temos também nuances florais, provavelmente provenientes
da Touriga. Leve tostado da madeira e especiarias finanlizam a análise
olfativa.
Paladar: O
ataque inicial na boca, assim como no nariz, também é itenso e ocupa cada
pedacinho da boca. Os taninos estão presentes, mas já bem macios. Acidez super
presente e se destacando. O sabor em boca é essencialmente frutado, com leve
dose de mineralidade. Boa textura em boca, chegando a ser um vinho guloso.
Final de boa persistência.
O que a
Cortes de Cima fala sobre seu vinho:
Castas: 56%
Syrah, 20% Aragonez, 11% Cabernet Sauvignon, 8% Petit Verdot, 5%
Touriga Nacional
Ácidos Totais:
5.2
pH
Final: 3.58
Açúcares
Residuais: 2,9
Álcool: 14%
Estágio em
Barrica: 12 meses em Carvalho Francês
(80%)/Carvalho Americano (20%)
Filtrado e
engarrafado em: Maio 2009
Lançamento:
Julho 2009
Produção
total: 136.691 garrafa
Vindima
2007
Este ano o
período de maturação das uvas foi retardado, originando bagos com baixo baumé e
vinhos com menos álcool mas mais elegantes. Tanto no início como no fim da
vindima, o tempo esplêndido, com dias quentes e solarengos alternados por noites
frias, foi interrompido por períodos de severas trovoadas. Um Setembro pouco
usual, bastante húmido, destruiu as nossas esperanças e o ano que se
apresentava como potencialmente excelente acabou por se revelar num ano de
qualidade acima da média.
Vinificação
Este vinho
foi produzido a partir de uvas rigorosamente seleccionadas pelo que estavam num
óptimo estado de maturação. Foram fermentadas sem engaço, a temperaturas
controladas, e regulares delestage, com um alargado período de maceração das películas para melhorar o aroma a frutos
e conseguir um bom equilíbrio e estrutura de taninos. Envelhecido durante 12
meses em barricas de carvalho francês (80%) e americano (20%), obtendo um vinho
com componentes de fruta e carvalho equilibrados. Engarrafado, sem colagem e
com filtração em Maio de 2009.
Notas de
Prova
Vibrante,
de cor vermelha profunda. Aromas a frutos de bagos vermelhos, a sugerir cerejas
e ameixas, com menta, chocolate e alguma complexidade da madeira. Suave, com um
equilíbrio perfeito, elegante no paladar, com fruta e taninos sedosos. Tem um
equilíbrio cativante e um fim de boca muito persistente, mostrando-se um óptimo vinho jovem, mas com
intensidade e estrutura para melhorar por vários anos em garrafa. Um exemplo
muito bom da excelente vindima de 2007, com boa pureza de fruta e elegância no
estilo.
O que diz a
Wine Spectator:
Pontos: 89
Review:
Offers the
essence of blueberry and raspberry, supported by a firm structure, with mineral
and smoke. Medium-grained tannins fill the long, firm finish, with notes of
black olive. Syrah, Aragonês, Cabernet Sauvignon, Petit Verdot and Touriga
Nacional. Drink now through 2014. 11,390 cases made. –KM
O que diz a
Wine Advocate, de Robert Parker:
Pontos: 88
Degustador:
Mark Squires
Maturidade:
Beber entre 2009 e 2016
Review:
The 2007 TINTO, merely labeled “Cortes de Cima,”
is the mid-priced entrant in the lineup, a blend this year of Aragonez, Syrah,
Cabernet Sauvignon, Touriga Nacional and Petit Verdot aged for 12 months in
barrel. If you want to see what happens to the Chamine reviewed this issue with
more depth, concentration and structure…voila. This is nicely focused, with
some concentration and intensity of flavor and grip on the finish. It has a
modern, New World style, but turns a little austere and crisp on the finish,
too. If you like the style—fruit forward and flavorful—this is a very good
vintage for this wine. The winery recommends drinking by 2014—that sounds about
right, but I think it should hold a bit longer, even if not at peak. Drink
now-2016.
Um vinho
que não tem fama a toa! Já está pronto para ser bebido, com certeza aguenta
mais uns 3 ou 4 anos em garrafa, ou até mais, mas não acredito que vá melhorar.
Se tem uma garrafa por aí abra e se delicie. Pela sua qualidade e preço entra
pra lista de custo x benefício.
In Vino
Veritas!
Gustavo
Kauffman (GK)
Algum comentário sobre o Adega do Vale? Conheci seu blog hoje e não tive oportunidade de ver todos os posts. Parabéns e Sucesso,
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