quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Vinho Tannat brasileiro vence uruguaios em degustação na Alemanha


Weinwelt, principal revista de vinhos para consumidores na Alemanha, indicou 12 vinhos Tannats, sendo a metade do Brasil

Não é só o Merlot brasileiro que ganha degustações e destaque em nível internacional. Os vinhos Tannat elaborados no Brasil acabam de ser indicados pela Weinwelt, principal revista de vinhos para consumidores na Alemanha. A degustação foi conduzida por Ilka Lindemman, editora da revista, que esteve em setembro de 2009 no Brasil convidada pelo projeto Wines of Brasil (Wof), realizado em parceria pelo Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho) e pela Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).

Dos 12 vinhos Tannat indicados pela revista alemã, a metade é do Brasil, apesar dos rótulos desta variedade de uva ser o símbolo do Uruguai. Os dois primeiros vinhos mais pontuados, inclusive, são verde-amarelos: o Lidio Carraro Tannat Grande Vindima, safra 2005, com 88 pontos, e o Piagentini Tannat Grand Reserva, também de 2005, com 87 pontos, empatado com o Medanos Tannat Reserva 2008, do país vizinho. Em seguida, entre os uruguaios, com 85 pontos, aparecem três vinhos brasileiros (Fortaleza do Seival, da Miolo; Salton Classic, da Salton; e o Pizzatto Tannat, da Pizzato). O Tannat da Don Giovanni ganhou 83 pontos, completando o time brasileiro entre os indicados da Weinwelt.

“Fiquei impressionada com o resultado dos Tannats brasileiros. Ter seis vinhos selecionados entre 12 Tannats é uma vitória, ainda mais por ser a uva representativa do Uruguai”, comenta a gerente de Promoção Comercial do Wines of Brasil, Andreia Gentilini Milan.

Na matéria, intitulada “Variedades líderes da América do Sul: Malbec – Carmenère – Tannat”, Ilka Lindemman comenta que “já há muito tempo as prateleiras do comércio não são mais pensadas sem eles, os vinhos sulamericanos, que com sua farta fruta, temperos finos e corpo exuberante já trouxeram tantos bon vivants para o vinho”. E continua: “No entanto, nossa degustação de variedades líderes sulamericanas nos mostrou que os vinhos do Chile, Argentina, Brasil e Uruguai são muito mais do que apenas vinhos de entrada.”

Sobre o Tannat, a editora da revista alemã de vinhos opina: “No Brasil e Uruguai, essa variedade proveniente do sudoeste da França, encontrou uma segunda casa e aqui, ao contrário da França, é quase sempre mencionado no rótulo.”

Na degustação da variedade Malbec, ícone da Argentina, temos um intruso brasileiro: o Malbec Séries, da Salton, safra 2007, que ganhou 85 pontos.

Veja abaixo a tradução do artigo publicado originalmente em alemão:

Variedades líderes da América do Sul
Malbec – Carmenère – Tannat

Já há muito tempo as prateleiras do comércio não são mais pensadas sem eles, os vinhos sulamericanos, que com sua farta fruta, temperos finos e corpo exuberante já trouxeram tantos bon vivants para o vinho. No entanto, nossa degustação de variedades líderes sulamericanas nos mostrou que os vinhos do Chile, Argentina, Brasil e Uruguai são muito mais do que apenas vinhos de entrada. Claro que existem magníficos Cabernet Sauvignons, Merlots e Cuvées na América do Sul, sem dúvida.

Mas cada país tem de fato, em algum lugar, uma espécie que é considerada representativa. Dessa forma temos, por exemplo, na Alemanha o Riesling, a Austrália é representada pelo Shiraz. Nos países da América do Sul se estabeleceram velhas variedades francesas, que em sua antiga pátria mal ainda representam um papel entre os vinhos varietais puros, mas que na sua nova pátria alçam altos vôos. Falamos de Malbec, Carmenère e Tannat.

Malbec era - antes da destruição de quase todos os seus vinhedos-uma importante variedade de Bordeaux, agora ela é cultivada apenas em alguns poucos hectares, mas, em Cahors é conhecida como Auxerrois e Côt e é parte integral componente do vinho “negro” de Cahors. Típico é uma cor roxa escura, muito tempero, bagas de sabugueiro e suco de ameixa, marcado com taninos fortes que fornecem um grande potencial de envelhecimento. Na Argentina, a variedade chegou muito antes da filoxera começar a devastar a Europa, e por isso existem aqui uma série de diferentes velhos clones, que não são encontrados em nenhum outro lugar do mundo. Também Carmenère foi, por muitos anos, uma parte integrante fixa dos vinhos tintos Bordeaux, onde, a propósito, ainda hoje é admitida como parceira do Cuvée, mas muito pouco cultivada.

No Chile, a variedade é cultivada desde meados do século 19 e foi, por muitos anos, tomada falsamente como uma variante especialmente aromática do Merlot. Hoje, muitas vezes com aromas de ervas secas, olivas pretas e bagas escuras, variedade não demasiado tânica, ela é para muitos a figura autóctone do país. Como parceira de Cuvée para Cabernet Sauvignon e Merlot, ela está, quase sempre, presente nos melhores cuvées do Chile.

E, por fim, o Tannat, uma fonte praticamente inesgotável de taninos. Quem sempre quis saber porque um bom Madiran é quase imortal, e, na juventude não-tomável, este deveria experimentar uvas Tannat Tanino, tanino, tanino! No Brasil e Uruguay, essa variedade proveniente do sudoeste da França, encontrou uma segunda casa e aqui, ao contrário da França, é quase sempre mencionado no rótulo.

Assim, o nome da variedade tornou-se familiar aos bebedores de vinhos apenas indiretamente, através da América do Sul, porque no Madiran raramente é mencionado na garrafa, como se chama a variedade a partir da qual este vinho, preto, aromático, incrivelmente taninico é vinificado. Na América do Sul, a espécie normalmente não é tão ácida e áspera e, geralmente, disponível mais cedo. Nas páginas seguintes filtramos para os senhores, em um trabalho de degustação meticuloso, os vinhos mais interessantes das respectivas variedades e nos deparamos não só com vinhos de ponta, mas também algumas barganhas enormemente interessantes.

Para achar tanto vinho tinto em outros países, como estes oferecidos à preços razoáveis por alguns produtores chilenos e argentinos, você tem que procurar muito!

Acessando o site da Revista Alemã, uma curiosidade. Eles destacam algumas Vinícolas Brasileiras, com destaque especial para as garrafas da Lídio Carraro, vejam:



É muito, mas muito bacana, ver o reconhecimento dos Vinhos Brasileiros mundo afora!

In Vino Veritas!

Gustavo Kauffman (GK)

Um comentário:

  1. Certament que sim,mais doque bacana, eles prestigiam de lá e nós daqui!
    Viva o Vinho Brasil!

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