Economista da FEE informa que um estudo inédito mostra que o setor vitivinícola é dono de 1% do PIB (Produto Interno Bruto) do Rio Grande do Sul.
O setor vitivinícola é dono de 1% do PIB (Produto Interno Bruto) do Rio Grande do Sul. A informação, inédita, foi divulgada nesta quarta-feira (13), em Bento Gonçalves, pelo economista Carlos Paiva, da Fundação de Estatística e Economia (FEE), que participou de seminário “Dimensionamento do Arranjo Vitivinícola Gaúcho e Custos da Produção Vinícola”, promovido pelo Projeto Observinho, realizado pelo Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho) e pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), com patrocínio do CNPQ (Conselho Nacional de Pesquisa).
Segundo o estudo feito por Paiva, a produção de vinhos e derivados corresponde a quase 40% das riquezas produzidas pelo setor de bebidas no Estado, cuja fatia do PIB gaúcho é de 2,55%. “O desempenho positivo do setor é surpreendente, com uma performance excepcionalmente boa”, avalia o economista. Paiva compara o setor vitivinícola com outras cadeias produtivas do RS para comprovar a importância da uva e seus produtos derivados para a economia gaúcha. O setor de laticínios, por exemplo, possui 1,5% do PIB gaúcho e um setor vistoso, como os serviços industriais de utilidade pública (empresas de energia, gás e água, entre outras), gera apenas 0,5% da riqueza produzida no Estado. “É impressionante que o setor vitivinícola seja responsável pelo dobro da geração de emprego e renda das empresas de energia”, observa Paiva. O economista chama a atenção para o fato de que todo o estudo foi baseado na Matriz de Insumo Produto, que elimina os efeitos de dupla contagem e extrai as importações interestaduais do valor agregado setorial.
Suco de uva
O suco de uva, que vive uma participação crescente na produção vitivinícola, já corresponde a 30% do PIB gerado pelo setor (1% do RS). Em 2007, 36% do faturamento do setor estavam ligados à elaboração de suco de uva. Em 2010, este índice passou para 42%. “O setor está respondendo de forma criativa e eficiente à reestruturação que está obrigado a processar, tendo em vista o ingresso massivo de produtos importados, e isso se dá justamente pela mudança da matriz produtiva, investindo na diversificação, por meio do suco e dos espumantes”, analisa o economista da FEE.
O estudo ainda aponta que existe uma “sustentabilidade expressiva do setor vitiviníciola”, com a ampliação do cultivo de uva e elaboração de vinho e derivados em outras regiões do RS (Campanha Gaúcha, Serra do Sudeste, Campos de Cima da Serra, entre outras), mas aponta que a geração de empregos na indústria está estagnada. Ao contrário de outros estados, onde há evolução no emprego na cadeia produtiva. “Se analisarmos ainda o impacto da produção de riqueza na renda das pessoas envolvidas no setor, o desempenho da cadeia vitivinícola tende a ganhar ainda mais importância para o RS”, argumenta Paiva. “O setor é, sem dúvida, mais democrático que outras cadeias produtivas existentes no Estado”. “Estes números só demonstram a importância que a produção de uva, vinhos e derivados têm para o Rio Grande do Sul, responsável por cerca de 90% da produção brasileira de vinho, com 20 mil famílias produtoras”, comenta o diretor-executivo do Ibravin, Carlos Paviani.
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