segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Adolfo Lona ORUS Pas Dosé Rosé - #CBE

Como todo final de ano, além do tema de Janeiro da CBE, temos também um tema especial para falar de espumantes, esta delícia que combina, e muito, com o clima do verão Brasileiro. O tema, também escolhido pelo Deco (blog Enodeco), foi:

“Um espumante rosé fabricado pelo método tradicional (champenoise).”

Pouco tempo antes da escolha do tema tive a oportunidade, e a honra, de comprar 2 garrafas deste espumante Brasileiro que, sem sombra de dúvidas, chega a superar muitos Champagnes!

O Adolfo Lona é um cara gabaritadíssimo a quem tive o privilégio de conhecer no ano passado em uma de minhas visitas as Serras Gaúchas. Enólogo, nascido em Buenos Aires e formado na cidade de Mendoza, Argentina. Chegou ao Rio Grande do Sul em 1973, com 25 anos, para assumir a Direção Técnica da Martini e Rossi. Nos 30 anos que Adolfo Lona permaneceu nesta empresa foi o responsável pela produção de vinhos e espumantes de altíssima qualidade como o De Gréville e Baron Bacardi-Martin, o vinho mais premiado no Brasil desde 1986. Em março de 2004, Adolfo se retira da Bacardi-Martin e decide materializar um velho sonho: ter sua própria produtora de vinhos e espumantes.

Sua Bodega ainda é pequenina, mas percebemos os cuidados em cada detalhe de seu processo produtivo.

Ouvi falar sobre o Orus quando, em Maio de 2011, estive com o Adolfo em sua bodega. Na época não foi possível degusta-lo pois ele ainda estava em processo produtivo, em contato com as leveduras, o que iria finalizar em Outubro de 2011. O Orus possui uma produção super limitada que, neste ano, foi de 608 garrafas.

Vamos então ao que achei desta delícia:

Visual: Na taça é simplesmente sensacional. Coloração salmão bem clarinho, com um perlage que me deixou de queixo caído. Muito fino e persistente demais, formando uma belíssima coroa na taça.

Olfato: Delicioso. Boa complexidade com uma delicadeza dificilmente encontrada. Tudo se apresenta com delicadeza. Frutas silvestres, do bosque e leve floral. Continuando a análise percebo um toque, também sutil, de brioche, sinal de sua passagem pelas leveduras. Ao final um toque de frutas secas (nozes), um leve amanteigado e também uma sensação de refrescância.

Paladar: O perlage, também aqui, mostra toda sua delicadeza e persistência preenchendo cada pedacinho da boca. Comprova sua complexidade e refrescância também em boca. Acidez muito presente, deixando este espumante também uma excelente opção para a gastronomia. Final persistente e com o gostinho das frutas silvestres.

O que o Adolfo fala sobre seu espumante:

ORUS Rosé Pas Dosé, elaborado pela método tradicional ou champenoise e com ausência total de açúcares, o que equivale ao Nature.

A produção deste pequeno lote de ORUS é feito em homenagem os clientes que nos privilegiam com sua preferência e possibilitam o crescimento constante de nosso carro-chefe o Brut Rosé Adolfo Lona.

O lote de 608 garrafas anuais resulta de um volume de 500 litros que será a quantidade que irá caracterizar este produto durante toda sua trajetória. O ciclo de produção é de 12 + 12 meses, ou seja doze meses maturando sobre as leveduras onde ganha a complexidade aromática e gustativa que o tempo possibilita devido a autólises das leveduras e doze meses envelhecendo com a rolha definitiva quando ganha sutileza, elegância e potencia.

O assemblage é uma mistura de vinhos de 3 variedades, Chardonnay, que participa com seu frescor, Pinot Noir em rosado que agrega força, e uma pequena parcela de Merlot em rosado, que complementa com elegância e ameniza a acidez.

A cor é a típica dos rosados feitos pelo método tradicional, rosada laranja clara lembrando casca de cebola, seu aroma é intenso, complexo e convidativo e o gosto é longo, marcante e potente.

É um espumante que dignifica o Rio Grande do Sul e nos deixa muito orgulhosos. O ORUS será comercializado em estojo de papelão ou madeira diretamente de nossa cantina ou através de nossos distribuidores.


Parabéns Adolfo pela jóia que conseguiste produzir!! Seu ORUS é digno de premiações em todo mundo. É daqueles espumantes que não esqueceremos jamais.

Já estou na fila por mais duas garrafas da produção de 2012!

In Vino Veritas!

Gustavo Kauffman (GK)

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