sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Vieja Parcela Catamayor Reserva de la Familia Cabernet Franc 2006


Este vinho foi comprado no duty free do Uruguai quando estava voltando de uma viagem a Santiago. Achei interessante conhecer um pouco a Cabernet Franc em solos uruguaios.

Foi em 1927 quando Don Santos Etcheverry fundou a Bodega Castillo Viejo, no Uruguai. No início, a atividade foi menor e as uvas compradas de produtores nas proximidades.  Em 1963 seu filho, Horace, assumiu a empresa e começou um período de crescimento significativo baseado na compra de uma propriedade de 150 hectares na região de Villa Rodríguez, no departamento de San Jose. Eles cultivaram 90 hectares de vinhedos em diferentes variedades para a produção de vinhos de mesa. Em paralelo, iniciou o desenvolvimento da expansão vinícola e negócios em todo o país. Em 1982 a administração da empresa foi deixada para a 3 ª geração de Etcheverry, composta por Edgardo, Ana e Alejandro, que estão atualmente no comando da empresa.Nesta década começou-se a detectar uma mudança no marketing global da região e termos como globalização começaram a ser importantes! Por esta razão, a vinícola decidiu tomar uma mudança significativa na sua produção e comercialização de seus produtos. Esta mudança resultou no velho mundo, viajar para a França especificamente para desenvolver uma nova estratégia no cultivo da videira.

Em 1986 começou a se notar uma significativa conversão de vinhedos na região de San Jose, com a inclusão de plantas vitis  vinifera seleção clonal e livre de vírus (Chardonnay, Sauvignon, Merlot, Tannat, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc). A Bodega Castillo Viejo participou destas mudanças e introduziu um sistema de liderança muito moderno e inovador para a época.Um sistema que permite maximizar a ventilação e exposição solar das uvas, obtendo assim uma excelente maturação. Hoje podem dizer com que a conversão das vinhas surtiram os resultados esperados em mais de duas décadas de melhoria contínua das mesmas. Em 1990 começou a reabilitação da vinícola para produzir vinhos de alta qualidade. Entre 1990 e 1992, passou uma fase de preparação e treinamento de todos os funcionários, alinhando a organização para o cumprimento de normas de qualidade nunca antes alcançado na adega.

Em 1993 começou o grande desafio: a criação da linha de vinhos finos da Bodegas Castillo Viejo, marca Catamayor, com base em variedades Chardonnay, Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon e Tannat. Entre 1993 e 1996 foi uma era de conhecimento do vinho uruguaio e descoberta para o mercado internacional. Foi também o momento em que descobriu-se um grande potencial para o Uruguai e, finalmente, para Bodegas Castillo Viejo.

A partir de então, com profissionalismo, entusiasmo e dedicação, ocorre uma melhoria contínua dos processos e produtos que estão agora nos principais mercados em todo o mundo. Vinhos que ganharam reconhecimento internacional através de inúmeros prêmios de classe mundial, mas principalmente através da aceitação de consumidores mais exigentes, um fato que os coloca nos últimos anos como o maior exportador de vinho vinhos finos do Uruguai.

Vendo a história da Castillo Viejo fico pensando que o Brasil vem passando por esta mudança de alguns anos para cá. Se hoje já temos uma excelente qualidade em nossos vinhos, imaginem o que ocorrerá daqui a alguns anos.

Vamos então ao que achei deste vinho:

Visual: Garrafa simples mas bonita. Na safra de 2006 mudaram o visual. Rolha de cortiça com selo da bodega. Coloração roxo escuro com reflexos violáceos. Gotas gordas e lentas.

Olfato: Intenso e muito aromático. Além das frutas, aqui aparecendo como frutas vermelhas (morango com maior destaque), percebi também de forma muito evidente aromas minerais. Em um segundo plano vem alguns toques vegetais e, bem ao fundo, um leve toque de baunilha. Uma combinação bem interessante e que agradou.

Paladar: Entrada suave e discreta. Vai abrindo e se mostrando aos poucos. As frutas aparecem com forte evidência. Destaque também para alguma coisa refrescante como eucalipto. Os taninos estão presentes com elegância. Mostrou textura sedosa na boca. O retrogosto lembra algo adocicado e o final é longo e persistente.

Não consegui encontrar as notas técnicas deste vinho em específico no site da vinícola. Também não existem resenhas da Wine Advocate nem da Wine Spectator.

O vinho agradou bastante! É o Uruguai mostrando a força do seu terroir!

In Vino Veritas!

Gustavo Kauffman (GK)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário é muito bem vindo!!!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...