segunda-feira, 12 de março de 2012

Casa Leoni Moscatel Demi-Sec #CBE




Amigos e amigas, na verdade este deveria ter sido meu post do dia 01/03. O corre corre do dia a dia não me permitiu, infelizmente, colocar meu post na data correta.

O tema este mês coube ao confrade Cláudio Werneck, do excelente blog Le Vin au Blog, e foi muito interessante, veja:

"Quanto mais diferente, incomum, curioso e pitoresco melhor."Quanto mais diferente, incomum, curioso e pitoresco melhor.Quando mais diferente, incomum, curioso e pitoresco melhor!”.

Sensacional o tema, não?

Alguns dias antes da sugestão do tema, eu tive a oportunidade de provar um espumante Moscatel que é produzido pelo método tradicional, o chamado “champenoise”. Os espumantes Moscatel são, em sua grande maioria, produzidos pelo método Asti. O método Asti é o usado para a produção de espumantes doces, na Itália. O nome vem de uma região demarcada (DOC) na Itália, onde é produzido com uva Moscato. Consiste de uma única fermentação em grandes recipientes, que é interrompida quando se atinge de 7% a 10% de álcool, deixando açúcares residuais da ordem de 80 gramas por litro (10 vezes mais que um espumante Brut). Confesso que eu nunca encontrei um espumante Moscatel produzido pelo método tradicional. Você pode estar se perguntando no que consiste este tal método tradicional. Diferente do ASTI, o método tradicional possui duas fermentações. O método tradicional consiste na realização da segunda fermentação do espumante na própria garrafa.Na primeira fermentação (alcoólica) o processo ocorre como em um vinho normal,  em tanques, resultando em um vinho de alta acidez e baixo teor alcoólico. Em seguida o vinho é engarrafado com o licor de tiragem, uma mistura do vinho-base com leveduras selecionadas e açúcar para servir de alimento para estas leveduras, que darão início à segunda fermentação. O vinho então passa pela segunda fermentação na garrafa que gera um aumento no teor alcoólico e a formação de CO2.

Em teoria, um espumante moscatel produzido pelo método tradicional, deveria ter um teor alcóolico maior e um teor de açúcar menor, que foi exatamente o que encontrei neste espumante produzido em Jundiaí pela Casa Leoni.

Vamos então ao que achei deste espumante “curioso”:

Visual: A garrafa é em simples, com um rótulo que deixa, e muito, a desejar. O trabalho visual não é nada bom. Ao tirar a cápsula percebo que não possui rolha de cortiça, e sim aquelas rolhas de plástico. As surpresas começam ao colocar na taça. A perlage é surpreendemente persistente, de tamanho pequeno a médio e formando uma bonita coroa mesmo em baixas temperaturas. Coloração amarelho palha.

Olfato: Aroma típico da moscatel mas sem trazer tanto doce, o que me agradou. Um pouco de floral e mel completam a análise.

Paladar: A mesma perlage que surpreendeu no visual surpreende também ao explodir na boca.

Foi uma experiência interessante. A moscato é uma uva muito aromática e refrescante e o fato deste espumante não ter um teor de açúcar tão alto me agradou bastante.

É minha gente, o mundo do vinho é um aprendizado constante!

In Vino Veritas!

Gustavo Kauffman


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