A história da família Codorníu remonta a meados do século XVI. Um documento de época, dá fé da existência de Jaume Codorníu e que confirma que, nesta época, a família já possuía prensas, barricas e cubas.
Em 1659 se casam Anna, a caçula dos Codorníu, e Miguel Raventós. Anna foi a última da família a ter o sobrenome Codorníu. A partir dela todos os herdeiros passaram a ter o sobrenome Raventós.
A história da Cava está intimamente ligada ao Grupo Codorníu. Em 1872, Josep Raventós, depois de voltar de uma viagem a Champagne, produz as primeiras garrafas de um vinho espumante de qualidade e com identidade própria. Utiliza o método tradicional e combina as variedades de uva Macabeo, Xarel-lo e Parellada. A Codorníu se torna então a pioneira na produção da Cava. Mas a história da Cava não se escreve sem esforço. Em 1887 a praga da Filoxera assola Penedés, bem como praticamente toda a Europa, e obriga que todos os vinhedos da família sejam plantados novamente utilizando-se enxertos de plantações imunes.
Em 1897 a Rainha Regente da Espanha, María Cristina, outorga a Codorníu o título de “Provedor da Casa Espanhola”. Desde então a Codorníu passa a ser um dos fornecedores da Casa Real e, com isto, elabora uma reserva especial e exclusiva para o Palácio de Zarzuela. Neste mesmo ano a Codorníu inicia suas exportações para Argentina e Cuba e obtém seus primeiros prêmios internacionais. Nos anos sessenta, o crescimento internacional da Codorníu é consolidado e, em 1972, é comemorado o centenário do nascimento da primeira garrafa de Cava, produzida por Josep Raventós.
Contamos um pouco da história do Grupo Codorníu para que o nome Raventós seja conhecido por todos. Durante anos a Selección Raventós foi a Cava produzida especialmente para a família Raventós, fruto de uma tradição vinícola que se estende por 17 gerações. Por ocasião do 125 º aniversário da primeira garrafa feita por Josep Raventós em 1872, esta seleção foi disponibilizada ao público. Selección Raventós vem de uma seleção de vinhas situadas em duas regiões vinícolas diferentes, e é uma seleção de duas variedades de uvas locais (Xarello e Macabeo) junto com a uva Chardonnay.
Eu já havia tomado esta excelente Cava por duas vezes em oportunidades anteriores. Todas nas festividades do final do ano de 2009, incluindo a virada de ano quanto tomamos a Selección Raventós e a Rosé Codorníu Pinot Noir, ambas fantásticas. A Espanha tem algumas uvas com as quais eu nunca tive contato anteriormente, uvas que chegam até a ter nomes que soam esquisitos! Rs. As Cavas não ficam fora disto. São espumantes que tem processos de produção similares aos utilizados em Champagne, que resultam em belíssimos vinhos.
Esta Cava que tomamos, como falamos anteriormente, foi lançada em comemoração aos 125 anos da vinícola e, como tal, acaba tendo o preço um pouco salgado, o que é comum quando estamos falando de vinhos Premium. Em contrapartida, comparo esta Cava, sem medo de errar, com alguns Champagnes que já experimentei. No Brasil sai em torno de R$100,00 o que, se compararmos com as Champagnes vendidas no Brasil, é um preço bem inferior. Vale uma dica. Já vi esta Cava nos Free Shops do Brasil a módicos USD15,00!
Vamos então as minhas impressões:
Visual: Rolha das mais bonitas que já vi. Feita de cortiça legítima, possui lote e a marca da Codorníu. A garrafa é imponente e pesada. Na taça traz coloração amarelo palha claro com perlage fina, abundante e com excelente constância.
Aroma: Frutado, com difícil interpretação no momento inicial. Senti algo de mineral, frutas amarelas e abacaxi.
Paladar: Belíssimo espumante. Início cremoso e sedoso. Traz as notas minerais e as frutas amarelas, enchendo a boca com este sabor, proporcionando um final bastante aromático, longo e persistente. Alguns minutos depois da degustação ainda sentíamos o gosto desta deliciosa Cava. Acidez equilibrada. Vale ressaltar que é uma bebida bem seca.
O que diz a Vinícola:
COUNTRY: SPAIN
VINEYARD REGION: D.O. CAVA
COMPOSITION:
x 50% Chardonnay
x 50% Xarel•lo-Macabeo
VITICULTURE:
We plan the optimum harvest time for each varietal. The grapes are destemmed and pressed to obtain the juice. We add selected yeast to trigger fermentation, that takes place at a temperature of 15-17ºC. Once all the fermentations have taken place and the wines have been stabilised, they are then blended and the resulting wine is bottled along with the liqueur de tirage.
The bottles are stacked in underground cellars (at a constant temperature of 17ºC) where the second fermentation takes place followed by a period of aging in contact with the lees. In total, a minimum of 12 months goes by before the riddling (decanting of the bottles to facilitate agglutination and eliminate yeast sediments) and subsequent disgorging, where the sediments deposited after the second fermentation are removed and a certain dose of expedition liqueur is added, which will determine the residual sugar content of the cava. The bottles are then sealed with cork tops.
TASTING NOTES:
Cava Brut, bright straw yellow with fine, delicate bubbles forming a persistent crown. Intense aroma of pineapple and stone fruit along with the more classic aromas of citrus fruit and apple from the traditional varietals. There are also predominant notes from its aging in contact with the lees (dried fruits and nuts, honey, toasted bread, etc.).
A creamy texture on the palate with considerable body. A refreshing mouthfeel and lingering finish.
WINEMAKER'S ADVICE:
Drink cold (5-8ºC). If necessary, chill for a couple of hours in an ice bucket with water, salt and ice. Avoid sudden chilling in the refrigerator. The bottles can be stored upright.
CELLARING POTENTIAL:
This wine is ready to be enjoyed now. However, it will keep its freshness within one year of purchase.
Harmonizei com meu Risoto de Camarão Mediterrâneo. Pensei que fosse harmonizar perfeitamente, mas a comida sobressaiu a bebida. Deve harmonizar melhor com peixes grelhados, sem molhos.
Me tornei um fã de carteirinha desta Cava e, sempre que possível, teremos ela por aqui.
Vai levar a primeira nota 4,5 do Enoleigos!
(GK)
Opa! Legal o histórico que você fez, e a nota de degustação!
ResponderExcluirPostei ela há um tempo lá no notas etílicas, não sei se chegou a ver. E de fato, um risotto deve ter atropelado ela...quando bebi eu também fui esperando uma cava mais encorpada.
Ah, se já gosta ou tem interesse em conhecer Crèmant de Bourgogne, já que gosta de espumantes, aparece lá no blog. Postei um crèmant rosé outro dia.
Um abraço!
Alexandre
Alexandre,
ResponderExcluirMais uma vez muitíssim obrigado pela visita e pela dica!! Vou te visitar ainda hoje.
Enoabraços,
Gustavo
Verdade comprei esta cava (rose e reserva) por modigos 14,85 doletas no freeshop do rio!
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