Após o espumante e o Torrontés, este foi o terceiro vinho degustado no almoço que tivemos com o José Alberto Zuccardi, Enólogo e dono da Família Zuccardi, tradicional bodega argentina.
Descobrimos, durante a apresentação deste belo vinho Bonarda, uma curiosidade. A uva Tempranillo é plantada há mais tempo que a Malbec na argentina. A Tempranillo teve suas primeira plantações em 1780 e a Malbec em 1840.
Até a década de 1990, a Bonarda reinava absoluta na Argentina, quando passou o cetro para a Malbec. A casta, contudo, continua sendo expressivamente plantada e gerando vinhos inconfundivelmente argentinos. Até pouco tempo, mesmo sendo a casta mais plantada do país, dificilmente a Bonarda aparecia em rótulos monovarietais. Hoje, seu prestígio está renovado através de ótimos vinhos. Ela se dá bem na zona mais quente, que não é adequada para a Malbec, o que garante o convívio destas duas castas. Um dos exemplos de ótimos vinhos é este da Zuccardi.
A história da Bonarda na Argentina começa com a chegada dos imigrantes italianos no final do século XIX, que teriam trazido mudas de várias castas.
Os vinhos da Bonarda argentina têm, definitivamente, sabor bem distinto dos homônimos italianos. Na Itália, ela normalmente dá vinhos correntes, sem grandes destaques. Enquanto que, na Argentina, esta casta pode gerar desde fermentados frutados, agradáveis, alegres e com boa acidez, que podem ser provados jovens; até exemplares de grande estrutura, concentrados, barricados e para boa guarda em adega.
Hoje é a segunda variedade tinta mais cultivada na Argentina, perdendo apenas para a Malbec, e uma das mais tradicionais. Uma das características típicas é a profundidade de sua cor. Intervém em vinhos de cortes, onde aporta intensidade cromática e notas frutadas. A Bonarda está entre as 30 uvas que iremos falar na “Série Uvas” aqui no Enoleigos.
A Série A, como falamos anteriormente, o “A” desta série da Família Zuccardi vem de “Argentina”. O objetivo é produzir vinhos com caráter que reflitam o potencial dos distintos micro climas e solos existentes na Argentina.
Este vinho é o primeiro Bonarda que postamos aqui no Enoleigos!
Vamos então ao que achamos deste vinho:
Visual: Garrafa segundo a linha da Série A da Zuccardi, com distinção apenas para o nome da uva. É bacana pq o consumidor consegue identificar de longe. Na taça trouxe coloração vermelho intenso, com bastante reflexos violáceos. As gotas são espessas, com cor, quase sujando o copo. Rolha artificial.
Olfato: Aromas delicados, trazendo bastante fruta, em especial as vermelhas. Me chamou a atenção a cereja. Não é muito complexo. Mostrou também sutis aromas de especiaria, bem sutis.
Paladar: Superou muito o exame olfativo, ao menos em nossa opinião! Taninos suaves, acidez presente e confirma os aromas que sentimos no nariz. Direto, não muito complexo, mas muito gostoso.
O que diz a Zuccardi:
Composición Varietal: 100% Bonarda.
Origen: Uvas provenientes de la Finca Santa Rosa, Mendoza.
Cosecha: Cosecha manual, con selección de racimos y granos en la bodega, antes de la molienda.
Crianza: El 30% del vino fue madurado en barricas de roble francés de primer, segundo y tercer uso, durante 10 meses.
Notas de cata: Color rojo violáceo intenso, con aromas que recuerdan frutillas, dulce de moras, arándanos y cerejas negras. Se destaca una nota especiada en la nariz, propia de la maduración en roble. En la boca se puede encontrar un vino jugoso, con taninos suaves y buen volumen.
O que diz a Wine Advocate de Robert Parker:
Pontos: 86
Degustador: Jay Miller
Maturação: Beber entre 2009 e 2013.
Review: The 2008 Bonarda Serie A is a spicy, grapy wine reminiscent of a quality Cru Beaujolais. Ripe, fruity, and vibrant on the palate, it will pair well with bistro cuisine for the next 3-4 years.
É meus amigos, mais um belo vinho que falamos por aqui que vamos dar uma nota 4!
In Vino Veritas!
(AK) & (GK)
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