quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Herdade do Pinheiro 2006

Estava no Rio visitando a família e, como costumo fazer, fui dar uma passada nos mercados de lá, já que o universo deles acaba sendo bem distinto do que costumo encontrar aqui em SP. Foi quando vi este rótulo Português sendo vendido na faixa dos 20 reais. Como não tinha levado nenhum vinho, acabei comprando este mesmo para ser bebido no mesmo dia.

Há mais de cem anos que a Família Silvestre Ferreira se iniciou na produção e comercialização de vinhos de qualidade. Com o avançar da tecnologia de vinificação, surgem hoje no mercado, os Vinhos da Herdade do Pinheiro.

Vinhos de alta qualidade, vencedores de vários prêmios em Portugal e Internacionalmente, vieram provar que a região de Ferreira do Alentejo (Distrito de Beja), está entre as melhores regiões vinícolas de Portugal.

O Alentejo é uma das maiores regiões vinícolas de Portugal, com cerca de 22.000 hectares, correspondendo a dez por cento do total de vinha de Portugal. Região quente e seca do sul, é dominada por extensas planícies de solos pobres. As muitas horas de sol e as temperaturas muito elevadas no Verão permitem a maturação perfeita das uvas, mas também exigem a rega da vinha.

A cultura da vinha na região remonta à presença romana, após a fundação de Beja, entre 31 e 27 a. C.. A vinificação tradicional da região é herdeira dos processos Romanos, como a fermentação feita em grandes talhas de barro. Nos anos 1980 o Alentejo foi palco de uma vasta modernização da produção vitivinícola, com inúmeros investimentos, novos produtores e cooperativas, resultando na demarcação oficial da região em 1988 e no reconhecimento internacional dos vinhos alentejanos.

Nos vinhos alentejanos pontuam as castas Trincadeira, Aragonez, Castelão e Alicante Bouschet, resultando em tintos encorpados, ricos em taninos e aromas a frutos silvestres. As castas brancas são a Roupeiro, a Antão Vaz e a Arinto, resultando em vinhos brancos geralmente suaves, com aromas a frutos tropicais.

A Região está subdividida em oito sub-regiões nas quais se produzem vinhos DOC: Reguengos, Borba, Redondo, Vidigueira, Évora, Granja-Amareleja, Portalegre e Moura. Apresenta também uma elevada produção de Vinho Regional, que permite a inclusão de outras castas, como Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon, Syrah ou Chardonnay.

Atualmente é a região com maior crescimento de Portugal. Entre Fevereiro de 2008 e Janeiro de 2009 os vinhos do Alentejo, com Denominação de Origem Controlada (DOC) e Vinho Regional Alentejano, atingiram uma quota de mercado de 44,30 por cento, em valor, e de 40 por cento, em volume.

Vamos então ao que achei deste vinho:

Visual: Garrafa sem maiores pompas, com rótulo todo preto. Rolha de cortiça com dizeres da Vinícola. Coloração violeta vivo e brilhante, deixando passar luminosidade, com reflexos lindos nas bordas. Gotas gordas e lentas.

Aroma: Frutas vermelhas maduras em compotas. Álcool mais presente do que deveria. Não decantei o vinho, imagino que com uma horinha respirando isto melhore. Um toque de caramelo que mostra uma passagem por barricas. Agradou!

Paladar: Mantém as característica do exame olfativo, tendo um início muito gostoso, com as frutas preenchendo toda a boca. Os taninos são praticamente doces de tão macios. Um vinho redondo, direto e gostoso. O retrogosto voltou a trazer as frutas em compota. O final é médio, muito persistente e saboroso. Dá vontade de beber outro gole!

O que a vinícola diz sobre o seu vinho:

Classificação: Vinho Regional Alentejano.

Teor Alcóolico: 13%

Acidez: 5,4 g/dm3 (em ácido tartárico)

pH: 3,48

Castas: Aragonez (50%) / Trincadeira (25%) / Cabernet Sauvignon (25%)

Vinificação: Desengace total, fermentação à temperatura de 28ºC, seguido de uma maceração pós-fermentativa.

Estágio: Aproximadamente 6 meses em madeira de Carvalho Americano e Francês e 4 meses em garrafa.

Definitivamente vale a pena provar vinhos de outras partes do mundo, foi o que pensei na hora! Mais uma excelente opção para o dia a dia, que vai levar um 3.5.

In Vino Veritas!

Gustavo Kauffman (GK)

Um comentário:

  1. Estou acabando de degustar esse vinho, é maravilhoso.
    De verdade me surpreendeu, eu esperava um vinho seco, mas na verdade, é seco que lembra o vinho verde, tomado na temperatura certa, fica perfeito.
    Discordando ao amigo, acredito eu, que não se deva decantar esse vinho, pode-se perder essa sensação de macies e leveza de um vinho verde.
    Muito bom, para tomar e degustar.

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