Pois é meus amigos, o mundo do vinho nos traz surpresas incríveis!
Logo quando eu soube que teríamos uma Vertical do Don Melchor, tive uma idéia e tentei coloca-la em prática. Quem me acompanha sabe das visitas que tive a oportunidade de fazer as Serras Gaúchas, visitas estas que continuo relatando aqui no Enoleigos, e sabe também que, dentre muitas surpresas, gostei muito do Chesini Gran Vin CS 2005.
Falei em detalhes do Gran Vin neste post.
Quem conhece o Don Melchor sabe que se trata de um dos Cabernet Sauvignon mais famosos não só no Chile como no mundo. Será que seria muita pretensão da minha parte incluir o Gran Vin no meio de 6 safras desta verdadeira lenda chilena? Perguntei então a um dos diretores da Chesini, o Ricardo, o que ele acharia que poderia acontecer. Vejam a resposta do Ricardo:
Pois olha, Gustavo, conheço o Don Melchor nas letras frias da crítica especializada e mídia, pois não tive o prazer de degustar nenhuma safra, ainda.
Conheço a qualidade do nosso Gran Vin, pelas degustações já realizadas, tanto com profissionais ou com leigos, e também pelas premiações já conquistadas em concursos internacionais. Acompanhei todo o processo, desde o trabalho de grupo para a disciplina da pós-graduação, até esse momento escrevendo estas singelas linhas para o amigo. Porém, pela minha percepção, não sei... talvez seria atrevimento de nossa parte pensar em estar ao lado deste ícone da produção chilena, ainda mais oriundo de uma vinícola com tanta tradição na elaboração de grandes vinhos como no caso da Concha Y Toro...
Sinceramente não sei o que te dizer.
Mas de qualquer forma agradeço imensamente a atenção que estás dando ao nosso vinho!
Grande abraço,RicardoAdega Chesini.
Definitivamente eu precisava colocar isto em prática. O que mais queria era que a Vertical fosse no formato “as cegas”, ou seja, seriam servidas 7 taças a cada degustador e cada um deveria dizer sua ordem de preferência. Poderíamos até fazer uma brincadeira aonde cada um iria tentar adivinhar qual era a “surpresa”, no caso o Gran Vin, e qua a safra de cada uma das taças que estavam sendo degustadas.
Infelizmente este não foi o formato da vertical que, como podemos ver no post da Vertical, foi realizada em pares, do primeiro até o último ano.
Os vinhos preferidos foram divulgados no post de quem levou a melhor na degustação.
Ao término da degustação das 6 safras, nós sugerimos uma brincadeira. O Gran Vin, deveria estar decantando há uns 30 minutos, foi servido diretamente do Decanter sem que ninguém soubesse qual o vinho que estava ali dentro, só foi falado aos participantes que se tratava de um Cabernet Sauvignon!
Confesso que não tinha muitas expectativas ao degustar o Gran Vin, mas, ao começar a degustação, sentindo seus aromas e depois seguir com o palato, fui surpreendido! Não posso dizer que o vinho era melhor do que as 6 safras que havíamos tomado, mas também não era pior, o Gran Vin “aguentou o tranco” e brigou lado a lado com o Melchor. Ele acabou até sendo um pouco prejudicado pq não decantamos o tempo que seria necessário, como foi feito com as safras de 2005 e 2006 do Don Melchor.
Depois que todos degustaram o vinho e, em grande parte, concordaram que o vinho diante de nós mantinha o nível do Don Melchor, com uma ou outra diferença é claro, revelamos que se tratava de um vinho genuinamente Brasileiro e produzido nas Serras Gaúchas.
A pergunta que fica para uma próxima oportunidade é: E se o Gran Vin tivesse sido servido as cegas com as outras 6 safras de Melchor, o que aconteceria?
In Vino Veritas!
Gustavo Kauffman (GK)
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