E chegamos mais uma vez a grande celebração virtual que é a Confraria Brasileira dos Enoblogs (CBE). A escolha, neste mês, coube ao amigo e confrade do blog Diário de Baco Alexandre Frias. Cabe dizer aqui também que o Alexandre é o grande idealizador e criados do portal Enoblogs. A escolha do Alexandre neste mês foi a seguinte: “Um SUPERTOSCANO de até R$200,00”. Um tema delicioso, que permitirá a muitos conhecer um pouco mais sobre os sensacionais vinhos Italianos.
A primeira pergunta que muitos devem fazer é: “-O que é um vinho Supertoscano?”. Esta é uma expressão que muitos já ouviram mas que, com certeza, poucos sabem do que se trata!
O fenômeno Super Toscano começou nos anos 70, quando alguns produtores decidiram começar a criar um novo estilo de vinho. Os vinhos eram chamados Super Toscanos, porque eram produzidos fora da zona do Chianti, ou porque suas uvas eram misturadas com outras variedades (Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah, Cabernet Franc) que não eram aceitas pelos requerimentos do DOCG para o Chianti, ou porque tinham 100% de Sangiovese que, antigamente, era proibido na zona do Chianti.
O início da década de 1970 foi difícil para a região da Toscana, com safras de qualidade inferior e problemas de superprodução. O Chianti estava em baixa, era preciso melhorar a qualidade dos vinhos e dissociar-se da imagem das garrafas revestidas de palha penduradas nos tetos das trattorias. Neste contexto, em 1970, Antinori decidiu plantar em uma de suas grandes propridades, a Santa Cristina, bem no meio da região do Chianti Clássico, um vinhedo com Cabernet Sauvignon, além de outras experiências que fez com castas como Chardonnay, Sauvignon Blanc, Gewurztraminer, Cabernet Franc, Merlot e Pinot Noir. Em 1971, produziu pela primeira vez o Tignanelo. Não usou a branca Trebbiano, tradicionalmente utilizada para dar leveza e acidez, acrescentou 15% de Cabernet Sauvignon e 5% de Cabernet Franc, sendo o restante da casta tradicional toscana Sangiovese. Por conta destas inovações, a denominação "Chianti" não pôde ser usada e o vinho teve de ostentar em seu rótulo a classificação mais baixa da enologia italiana: "vino da tavola". O Tignanelo foi, então, o primeiro "supertoscano", expressão criada por ingleses e americanos para se referir aos vinhos desta região que, apesar de serem na época, pela lei italiana, apenas "vino da tavola", alcançavam alta qualidade e preço.
Por mais que as misturas diferissem de um produtor para outro, o que estes vinhos tinham em comum eram as etiquetas com preços muito caros.
Importante também citar que a Chianti DOCG traz sempre um vinho tinto seco, com notas de fruta muito concentrada, mas, freqüentemente, feito diretamente, e somente!, com as uvas Sangiovese.
Interessante, não? Vinho é isto!
Comprei este vinho na Expand aonde, segundo o gentil consultor que me atendeu, o vinho é um dos campeões de venda. Restava então degustá-lo!
Vamos então começar a falar do vinho que escolhi para a CBE deste mês.
Visual: Típica garrafa italiana, sem muito chamariz, com belo rótulo. Rolha de cortiça. Na taça mostrou uma coloração com muito violáceo, puxando mais pro claro, deixando passar luminosidade, característica mais comum aos vinhos do velho mundo.
Olfato: Frutado, mas discreto e elegante. Bastante fruta vermelha, um pequeno toque de defumado, notas florais e, mais ao fundo, um pouco de tosta de madeira. Uma análise interessante, trazendo certa complexidade.
Paladar: Corpo firme e sabor refletindo a análise olfativa com bastante fidelidade. Personalidade seria uma palavra que o traduziria. Os taninos são macios, quase femininos, trazendo uma sensação gostosa e tornando o vinho mais fácil em ser bebido. Acidez bastante presente, trazendo um volumoso salivar. As frutas na boca são muito gostosas, maduras, quase que em compotas. O final é persistente, deixando uma agradabilíssima sensação no palato!
O que a Mazzei fala sobre o seu vinho?
Interessante citar que o site da vinícola traz as informações técnicas sobre todas as safras deste vinho a partir de 1996!
Produced with Sangiovese and Merlot grapes, taken mainly from the highest altitude vineyards, it boasts excellent structure and smoothness. A wine with a great personality and versatile at the same time.
Appellation: Tuscany Igt
Winery location: Loc. Fonterutoli - Commune of Castellina in Chianti (Si)
Grape varieties: 70% Sangiovese, 30% Merlot
Alcohol: 13,20% vol.
Total Acidity: 5,60 ‰
Vineyards location: Mainly Le Ripe: 480 m (1,476 ft) a.s.l.; west - southwestern exposure
Soil: Rocky - decomposed limestone and sandstone
Training system: Guyot and spur cordon-training
Nr. of vines per hectare: 6,500
Harvest: Hand picked from September 30th (Sangiovese), September 27th (Merlot)
Fermentation temperature: 26° - 28° C
Period of maceration: 12-15 days
Aging: In stainless steel tanks, then in small oak barrels (225 lt) for 9 months
Bottling: February 2010
Available on the market: March 2010
Production: 315.000 bottles
Formats: 375 ml - 750 ml - 1,5 lt
First vintage: 1994
O que diz a Wine Advocate, de Robert Parker, sobre este vinho:
Pontos: 87
Degustador: Antonio Galloni
Maturidade: Beber entre 2010 e 2012
Review:
The 2008 Poggio alla Badiola, Sangiovese and Merlot, is an attractive, plump red with good juiciness to its fruit. It is best enjoyed in its fresh, vinous youth. Anticipated maturity: 2010-2012.
O que diz a Wine Spectator sobre o Badiola:
Pontos: 87
Review:
Fruity and round, with berry and dried cherry character. Medium-bodied and straightforward. Sangiovese and Merlot. Best after 2011. –JS
Já temos tema escolhido para o mês de Agosto e com certeza no próximo mês publicarei o vinho da CBE no dia 01!
Este Italiano realmente foi uma bela escolha e, por se tratar de um vinho do velho mundo, se mostrou um bom custo x benefício. Nas lojas da Expand é encontrado por R$69,00. Vale uma dica aqui! Visitem a loja da Expand no Outlet Premium que fica em Itupeva! Super descontos por lá, vale a visita!
In Vino Veritas!
Gustavo Kauffman (GK)
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