segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Rutini Cabernet Malbec 2006


Já fazia algum tempo que eu estava namorando esta garrafa em minha adega que por lá repousava há pelo menos 3 anos. Um clássico argentino que, em conjunto com Catena, Zuccardi, Susana Balbo, Cobos e pouquíssimas outras bodegas, representam os grandes vinhos Argentinos.

Eu tinha certeza que este vinho aguentaria alguns bons outros anos na adega, mas, a vontade de prová-lo e, claro, compartilhar esta experiência com vocês, foi maior. Para acompanhar preparei uma costela de cordeiro assada que marinou por 12 horas no tempero aonde a base era Vinho, é claro!

Em 1885, Philip Rutini, fiel à linhagem italiana de sua família construiu uma adega que ele chamou de "La Rural". Nesse mesmo ano, com a chegada da estrada de ferro na província, o transporte de vinho foi tremendamente facilitado dando uma grande força para a indústria. Ao mesmo tempo, Philip foi pioneiro na implementação de vinhas no Vale do Uco e inovador no desenvolvimento de processos e técnicas que permitiram a adega ter um forte crescimento ao longo de sua história. 

Hoje, a Bodega La Rural é um dos mais importantes produtores de vinhos de alta qualidade da Argentina no mundo. Na década de 90, a vinícola foi completamente renovada em sua tecnologia, incorporando esta tecnologia sem perder seu próprio design e concepção do século XIX. Esta combinação única de tradição e  modernidade se reflete em cada um de seus cantos. O impressionante museu do vinho é uma jóia arquitetônica que preserva mais de 4.500 peças originais que atestam o ciclo produtivo do vinho nacional, através das décadas .

Unindo uma abordagem produtiva constante ao desejo ancestral de combinar visão inovadora e evolução, os vinhos da La Rural são reconhecidos como uma marca de sucesso nos dias de hoje. O principal objetivo é criar produtos da mais alta qualidade e em âmbito internacional. Os rótulos são exportados para mais de 30 países, comercializado mais de 1.200.000 caixas por ano. Os vinhos têm competido em todo o mundo, ganhando vários prêmios, como também excelentes resenhas nas revistas especializadas como a The Wine Spectator e The Wine Advocate. 

Vamos ao que achei deste vinho:

Visual: Clássica garrafa da Rutini, já conhecida de todos que apreciam os belos vinhos de nossos hermanos Argentinos. Rolha de cortiça personalizada para a Rutini. Na taça, apesar doa quase 6 aninhos de vida, não percebemos nenhuma evolução. Continua um vermelho rubi intenso, muito escuro, repleto de reflexos violáceos em sua bora. Lágrimas finas, relativamente rápidas e tingindo levemente a taça.

Olfato: Importante ressaltar que decantei o vinho por pouco mais que 1 hora. O vinho se mostra elegante e com boa complexidade e tipicidade. Não existe nenhuma nota que se destaque em relação as demais, o que agrada e desafia. Frutas vermelhas, em especial amora. Especiarias também presentes. Consegui identificar notas de pimenta e, mais ao fundo, canela. Curiosamente observo também um gostoso aroma de violeta. Em total harmonia com o restante do conjunto, finalizo identificando chocolate ao leite e uma pequena presença de eucalipto.

Paladar: Marca presença no palato, preenchendo toda a boca com boa intensidade. Taninos já bem macios, finos, mas bem presentes. Acidez ainda muito boa, o que mostra ainda a juventude do vinho. Apesar de intenso é um vinho de corpo médio que, também na boca, mostra total equilíbrio. No retrogosto destaque para as frutas vermelhas. Final muito persistente e bastante seco.

O que a Rutini fala do seu vinho:

Variedad: 50% Cabernet Sauvignon ; 50% Malbec.


Viñedo: Coquimbito (Maipú), La Consulta (Valle de Uco).


Cosecha: manual.


Crianza en barril: 12 meses.


Tipo de roble: 50% francés, nuevo; 50% americano, nuevo.


Alcohol: 13,5%.

Notas de cata: rojo rubí profundo. El dúo de cepas de origen bordelés da como resultado un tinto armonioso y equilibrado: la Cabernet Sauvignon entrega su carácter corpóreo y pleno y la Malbec matiza de suaves y dulces taninos el assemblage, realzando una combinación única de aromas y sabor frutados.

Maridaje: carnes rojas salseadas, cazuela de legumbres, platos criollos.


Existem vários vinhos da Rutini comentados pela Wine Spectator e pela Wine Advocate mas, curiosamente, este rótulo em específico ainda não foi.

Não é a toa que tem a fama que tem. Um vinho que é um dos representantes do Terroir Mendoncino. Traz também forte características gastronômicas, com certeza um amigo de uma boa parrija que harmonizou com maestria com minha costela de cordeiro.

Os vinhos da Rutini no Brasil são importados pela Zahil.

In Vino Veritas!

Gustavo Kauffman (GK)

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