Já fazia
algum tempo que eu estava namorando esta garrafa em minha adega que por lá
repousava há pelo menos 3 anos. Um clássico argentino que, em conjunto com
Catena, Zuccardi, Susana Balbo, Cobos e pouquíssimas outras bodegas,
representam os grandes vinhos Argentinos.
Eu tinha
certeza que este vinho aguentaria alguns bons outros anos na adega, mas, a
vontade de prová-lo e, claro, compartilhar esta experiência com vocês, foi
maior. Para acompanhar preparei uma costela de cordeiro assada que marinou por
12 horas no tempero aonde a base era Vinho, é claro!
Em 1885,
Philip Rutini, fiel à linhagem italiana de sua família construiu uma adega que
ele chamou de "La Rural". Nesse mesmo ano, com a chegada da
estrada de ferro na província, o transporte de vinho foi tremendamente
facilitado dando uma grande força para a indústria. Ao mesmo tempo, Philip
foi pioneiro na implementação de vinhas no Vale do Uco e inovador no
desenvolvimento de processos e técnicas que permitiram a adega ter um forte
crescimento ao longo de sua história.
Hoje, a Bodega La Rural é um dos mais
importantes produtores de vinhos de alta qualidade da Argentina no mundo. Na
década de 90, a vinícola foi completamente renovada em sua tecnologia,
incorporando esta tecnologia sem perder seu próprio design e concepção do
século XIX. Esta combinação única de tradição e modernidade se reflete em cada um de seus
cantos. O impressionante museu do vinho é uma jóia arquitetônica
que preserva mais de 4.500 peças originais que atestam o ciclo produtivo do
vinho nacional, através das décadas .
Unindo uma
abordagem produtiva constante ao desejo ancestral de combinar visão inovadora e
evolução, os vinhos da La Rural são reconhecidos como uma marca de sucesso nos
dias de hoje. O principal objetivo é criar produtos da mais alta qualidade
e em âmbito internacional. Os rótulos são exportados para mais de 30
países, comercializado mais de 1.200.000 caixas por ano. Os vinhos têm
competido em todo o mundo, ganhando vários prêmios, como também excelentes
resenhas nas revistas especializadas como a The Wine Spectator e The
Wine Advocate.
Vamos ao
que achei deste vinho:
Visual: Clássica
garrafa da Rutini, já conhecida de todos que apreciam os belos vinhos de nossos
hermanos Argentinos. Rolha de cortiça personalizada para a Rutini. Na taça,
apesar doa quase 6 aninhos de vida, não percebemos nenhuma evolução. Continua
um vermelho rubi intenso, muito escuro, repleto de reflexos violáceos em sua
bora. Lágrimas finas, relativamente rápidas e tingindo levemente a taça.
Olfato:
Importante ressaltar que decantei o vinho por pouco mais que 1 hora. O vinho se
mostra elegante e com boa complexidade e tipicidade. Não existe nenhuma nota
que se destaque em relação as demais, o que agrada e desafia. Frutas vermelhas,
em especial amora. Especiarias também presentes. Consegui identificar notas de
pimenta e, mais ao fundo, canela. Curiosamente observo também um gostoso aroma
de violeta. Em total harmonia com o restante do conjunto, finalizo
identificando chocolate ao leite e uma pequena presença de eucalipto.
Paladar:
Marca presença no palato, preenchendo toda a boca com boa intensidade. Taninos
já bem macios, finos, mas bem presentes. Acidez ainda muito boa, o que mostra
ainda a juventude do vinho. Apesar de intenso é um vinho de corpo médio que,
também na boca, mostra total equilíbrio. No retrogosto destaque para as frutas
vermelhas. Final muito persistente e bastante seco.
O que a
Rutini fala do seu vinho:
Variedad:
50% Cabernet Sauvignon ; 50% Malbec.
Viñedo:
Coquimbito (Maipú), La Consulta (Valle de Uco).
Cosecha:
manual.
Crianza en
barril: 12 meses.
Tipo de
roble: 50% francés, nuevo; 50% americano, nuevo.
Alcohol:
13,5%.
Notas de
cata: rojo rubí profundo. El dúo de cepas de origen bordelés da como resultado
un tinto armonioso y equilibrado: la Cabernet Sauvignon entrega su carácter
corpóreo y pleno y la Malbec matiza de suaves y dulces taninos el assemblage,
realzando una combinación única de aromas y sabor frutados.
Maridaje: carnes rojas salseadas, cazuela de legumbres, platos criollos.
Existem
vários vinhos da Rutini comentados pela Wine Spectator e pela Wine Advocate
mas, curiosamente, este rótulo em específico ainda não foi.
Não é a toa
que tem a fama que tem. Um vinho que é um dos representantes do Terroir
Mendoncino. Traz também forte características gastronômicas, com certeza um
amigo de uma boa parrija que harmonizou com maestria com minha costela de
cordeiro.
Os vinhos
da Rutini no Brasil são importados pela Zahil.
In Vino
Veritas!
Gustavo
Kauffman (GK)
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