sábado, 20 de março de 2010

Santa Carolina Carmenére Reserva 2007

Tive a alegria de conhecer pessoalmente a vinícola Santa Carolina em uma viagem que fiz com minha amada ao Chile. Naquela época eu ainda não sabia da história da Carmenére. Como a Santa Carolina ganhou diversos prêmios com seu “Reserva de Família Carmenére”, o enólogo me contou a história que achei interessante reproduzir aqui.

A história da cepa Carmenère, assim como da vitivinicultura chilena atual, tem suas raízes na França, país de grande conhecimento e desenvolvimento da indústria vinícola.



Nos vinhedos bordaleses do século XIX, a Carmenère convivia com outras uvas locais como a Malbec, Merlot, Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc, produzindo os famosos vinhos do Médoc.

Em 1860, uma praga devastadora chamada “filoxera” destruiu quase a totalidade dos vinhedos franceses. Bordeaux teria que começar tudo de novo. O processo de replantio se deu enxertando as videiras francesas em videiras norte-americanas, que eram resistentes a diversas pragas e em particular a filoxera. Mas a Carmenère não foi bem sucedida, tendo sido praticamente extinta da França.

Mas bem antes da Filoxera, visionários empreendedores chilenos, convencidos do grande potencial do seu país para a produção de vinhos, levaram mudas de diversas uvas francesas para o lá e dentre elas a Carmenère.

Condições favoráveis de clima e solo acolheram muitas bem estas uvas, mas a Carmenère ficou durante muitos anos, erroneamente confundida com a uva Merlot, até que em 1994, o Francês Jean Michel Boursiquot apresentou um estudo no Sexto Congresso Latino-americano de Viticultura e Enologia, realizado no Chile, identificando a Carmenère. Testes de DNA vieram a comprovar definitivamente a sua verdadeira natureza.

A partir desse momento, a Carmenère ganhou seu nome verdadeiro e reapareceu no cenário vitivinícola mundial e no Chile o seu plantio só fez crescer.

Apesar de ter trazido duas garrafas do premiado “Reserva de Família 2007”, achamos melhor começar com a linha Reserva, um vinho na faixa dos R$30,00 aqui no Brasil. Acima dele a Santa Carolina tem o Barrica Selleción (Gran Reserva) e o Reserva de Família. No Chile não encontramos esta linha Reserva. Lá ela é vendida como “Estrella de Oro”.

Esta garrafa foi aberta no dia 12/12, na companhia de meu irmão André (AK). Vamos então à degustação:

Visual

AK – Rolha nacionalista sem graça, só consta “Chile”. Na taça tem cor de sangue de vídeo game com gotas médias. Belíssimo.

GK – Cor Púrpura, um rosa bem escuro. Achei a cor linda, intensa e quase que fosforescente. Notas longas e também belas.



Aroma

AK – Vinho leve, mostrando a madeira através da baunilha. Trouxe também frutas vermelhas bem acentuadas.

GK – Frutas vermelhas saltam no início. Baunilha ao fundo. O álcool, a 14oGL, quase imperceptível.



Paladar



AK – Taninos perfeitos, persistente, retrogosto presente e amargo. Harmonizou com queijo e castanha de caju mas não perfeitamente.



GK – Frutas enchem a boca. Vinho bem estruturado com final intenso, taninos redondos e macios e retrogosto muito gostoso. Precisamos degustá-lo novamente com um prato mais elaborado.

O que diz a vinícola:

Composición: 85% Carmenère - 15% Cabernet Sauvignon

Tiempo en Barrica: 9 meses

Notas del Enólogo: Reserva Carmenère muestra un intenso y brillante color rojo carmín a violeta. En aroma es muy especiado en equilibrio con tonos frutales, especialmente ciruelas. Además se encuentran notas a café y chocolate. Es un vino de gran cuerpo pero de taninos suaves y redondos, con un final largo. Es un vino muy complejo debido a la gran variedad de sabores. Resulta ideal como acompañamiento de pastas frías, cocina Mediterránea, quesos suaves, carnes rojas y blancas. Servir a una temperatura de 18°c y 20 °C.




Um vinho de excelente custo benefício!! A expectativa em abrir o Reserva de Família só fez aumentar.



Nota 3



2 comentários:

  1. Se considerarmos que degustamos um vinho "chipado", podemos considerar "interessante".

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  2. Amigo(a), obrigado por sua visita e pelo comentário, mas foi uma pena ter deixado o mesmo anonimamente. Visitei a Santa Carolina pessoalmente e não tive nenhum indício de que eles chipam vinhos por lá. Os vinhos tops da vinícola (VSC), por exemplo, só usa barricas novas, acho que o Premium (Reserva de Família) também. Já o Barrica Selección não e por aí vai.

    Este Reserva, ou Estrella de Oro por lá, fica 9 meses na barrica.

    Se puder nos trazer a informação completa seria sensacional.

    Enoabraços!

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