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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Aurora Pequenas Partilhas Carmenére 2009

Chegamos ao penúltimo vinho da Série Aurora. Um vinho que, confesso, eu estava com bastante curiosidade em experimentar por ser o primeiro Carmenére Brasileiro que ouvi falar e, conseqüentemente, o primeiro Carmenére Brasileiro que vou experimentar. Muitos devem saber, mas, a Carmenére acabou se tornando uma uva quase que tipicamente Chilena. Para aprender mais sobre esta bela Cepa, acesse o “Série Uvas – A Tinta Carmenére”.

Hoje estou fazendo uma coisa que, normalmente, acaba sendo difícil. Estou escrevendo o post completo no momento que degusto o vinho. O mais comum é escrever minhas percepções em um caderno que sempre anda comigo e, depois, quando o Post vai para o Enoleigos, eu completo com as histórias adicionais que sempre trago por aqui.

A Safra 2009 do Pequenas Partilhas, seja deste Carmenére, ou do já comentado Cabernet Franc, são novas e estão chegando ao mercado agora.

A linha Aurora Pequenas Partilhas tem seus vinhos elaborados quando uma determinada variedade apresenta resultado acima do esperado em vinhedos específicos entre os 1.100 produtores associados da Cooperativa Vinícola Aurora. Na safra de 2009 do Carmenére foram produzidas 18.500 garrafas e a que bebi foi a de número 002061.

Vocês sabiam que a Aurora possui um Vinhoduto entre suas principais Unidades? Pois é! As três principais unidades do empreendimento Aurora estão interligadas por tubulações especialmente projetadas e construídas para o envio do vinho, em qualquer sentido entre as unidades produtoras. A cooperativa planejou e desenvolveu essas tubulações que ultrapassam 4.500 metros de extensão com o objetivo de transportar a bebida da melhor maneira possível, eliminando a tarefa antes realizada por carros-pipa.

O vinho é bombeado nas tubulações através de bombas especiais, as quais enviam suavemente o líquido para o destino necessário dentro das Unidades.

Saiba mais sobre a história desta premiada vinícola acessando toda a Série da Aurora aqui no Enoleigos.

Vamos então ao que achei deste vinho:

Visual: Garrafa elegante com boa presença. Rolha de compensado de cortiça personalizada para a Aurora. Na taça mostrou coloração rubi muito intenso, com bastante brilho e reflexos violáceos nas bordas. Gotas médias, lentas e incolores.

Aroma: Frutado, adocicado e apetitoso! Nas frutas destaque para as frutas vermelhas. Álcool correto e bem integrado, lembrando que ficou por 1h respirando no decanter. Ao fundo notas de couro que deixam o conjunto mais interessante.

Paladar: Totalmente fiel ao exame olfativo. Chega a impressionar como a boca remete ao nariz. Taninos super sutis e redondos. Boa acidez. Corpo médio. Fácil de beber, untoso, chega a ser guloso na boca. Retrogosto adocidado, remetendo a frutas em compotas. Final de médio para longo.

O que diz a Aurora sobre seu vinho:

O Aurora Pequenas Partilhas Carmenére 2009 se destaca pela sua ótima presença em boca com seu paladar frutado, adocicado e muito agradável. Tem ótima estrutura e aromas que conservam toda a tipicidade da variedade Carmére. Ele é ideal para acompanhar queijos semi-maduros, pratos à base de creme de queijo, comidas condimentadas e pratos exóticos.

Descrição do produto: É elaborado 100% com Carmenére. Estagiou 6 meses em barricas de carvalho francês e americano, após o que foi feito o blend.

Temperatura de serviço: de 16 a 18 ° C.

Graduação Alcoólica: 13% vol

Harmonização: Esse vinho é uma ótima opção para acompanhar carnes de caça, vermelhas e aves de carnes mais escuras, risotos e massas especialmente à base de queijos e queijos de boa estrutura e sabor acentuado.

Até o momento deste Post não haviam críticas da Wine Spectator, nem da Wine Advocate, de Robert Parker, sobre este vinho. 

Bem diferente dos Carmenéres Chilenos, mais encorpados e complexos, mas um vinho muito gostoso e que, com certeza, vai agradar a você!

Não percam, na semana que vem, o fechamento desta série com o Aurora Millésime!

In Vino Veritas!

Gustavo Kauffman

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Concha y Toro Marques de Casa Concha Carmenére 2007 - Notas Técnicas

Amigos, promessa é dívida! Gostaria de agradecer ao pessoal da Concha y Toro do Brasil por terem enviado as notas técnicas do Concha y Toro Marques de Casa Concha Carmenére 2007 e temos prazer em poder trazê-las para vocês.

In Vino Veritas!

Gustavo Kauffman

Concha y Toro Marques de Casa Concha Carmenére 2007 - Notas Técnicas



Variedade: Carmenére

Origem: Vinhedo Peumo, Vale de Rapel.

Solo: De origem aluvial, profundo e com textura argilo limoso. A maior presença de argila ajuda a reter a água e entregá-la lentamente às plantas, o que favorece uma boa madurez dos ganchos de uva Carmenere.

Clima: Mediterrâneo sub-úmido com dias quentes e noites temperadas. O rio Cachapoal exerce sua influência diminuindo as temperaturas noturnas durante a época estival, o que produz um amadurecimento mais lento dos frutos.

Colheita: Segunda semana de maio de 2007.

Guarda: 16 meses em barricas de carvalho francês. Notas do Enólogo: Aromas intensos e elegantes de frutas pretas maduras, especiarias e pimenta preta. A barrica fornece deliciosas notas de chocolate e baunilha. Na boca resulta ser um vinho voluptuoso, de taninos doces e redondos com um final longo e elegante.


quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Concha y Toro Marques de Casa Concha Carmenére 2007

Depois de comentarmos o belo Concha y Toro Gran Reserva Carmenére 2007 (Série Riberas), chegamos ao vinho em um grau superior, o tradicional e já famoso Marques de Casa Concha.

O nome Marquês de Casa Concha remete a tradição e nobreza, justamente o que a Concha y Toro quer nesta linha de vinhos.

A linha foi lançada em 1976, com a safra 1972. E desde então mantém um invejável nível de qualidade. Embora sejam classificados como varietais, não são feitos 100% de uma determinada casta. Há sempre outras uvas para lhe arredondar, dar complexidade, aparar arestas. É um vinho de enólogo, que varia proporções de uvas, idades das barricas.

A Vinha Concha e Touro é controlada pelas famílias Guilisasti e Larraín e sua estratégia de negócios procura sustentar taxas de crescimento atraentes e atingir a cada vez um maior grau de penetração e visibilidade da marca nos diferentes mercados. Com este objetivo a Companhia tem desenvolvido um amplo portfólio de produtos com o que participa em todos os segmentos de mercado oferecendo vinhos de alta qualidade a preços competitivos. O anterior, somado à tradição de Concha e Touro e a seu compromisso com o consumidor, têm levado à vinha a atingir uma sólida posição em uma indústria altamente competitiva. Hoje, Concha e Touro tem uma forte presença mundial chegando a mais de 130 países, com uma liderança indiscutido em mercados finques como Reino Unido, Estados Unidos, Canadá, Escandinavia, Europa do Leste, Japão e Latinoamérica.

Este é mais um vinho produzido com a uva Carmenére, típica do Chile, que já detalhamos por aqui no post “Série Uvas – A Tinta Carmenére”. O Marques Casa Concha Carmenére é o mais novo lançamento desta linha e, para minha surpresa, ainda não está disponível no belo site da Concha y Toro. O novo Marques de Casa Concha Carmenère tem tudo para seguir seus irmãos de sangue nessa trajetória de sucesso. Elaborado com uvas provenientes do vinhedo Peumo, no Vale de Cachapoal, de onde provém igualmente os ícones Carmin de Peumo e Terrunyo Carmenère, ele está muito bem acompanhado! Segundo seu enólogo, "possui uma grande estrutura e um potencial de guarda considerável... onde a barrica proporciona deliciosos toques de chocolate e baunilha."

A Safra de 2007 foi considerada como uma das melhores dos últimos anos. “O ano de 2007 começou de um jeito estranho no Chile. Parecia que teríamos problemas com as uvas”, diz a enóloga chilena Paula Gallardo. “Mas o clima mudou completamente – e o resultado foi uma das melhores safras dos últimos anos”, afirma. No início de 2007, o fenômeno La Niña, que se caracteriza pelo esfriamento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico Tropical, fez a temperatura no Chile cair cerca de 10ºC, em média, no início do verão. Junto com o frio veio uma estiagem atípica. Como não choveu nas semanas que precederam a vindima, houve uma queda de 30% na produtividade dos vinhedos, mas as frutas que sobreviveram tiveram um pleno amadurecimento, com alta concentração de açúcares e de outros nutrientes essenciais para a produção de um bom vinho. “A safra de 2007 foi histórica”, afirma Alfonso Larraín de Santa Maria, presidente da Viña Concha y Toro.

Vamos então ao que eu achei deste belo vinho chileno:

Visual: Garrafa dispensa maiores comentários. Belíssima, basta ver as fotos! Rolha 100% em cortiça e personalizada para a linha Marques. Na taça trouxe coloração púrpura bem escuro com reflexos violáceos nas bordas. Gotas finas, lentas e coloridas.

Olfato: Sensacional! Uma explosão de aromas muito gostosos. Complexo, passando ser encorpado. Muito frutado também! Primeiro destaque para frutas negras (ameixa), seguindo quase que imediatamente para café. Toques de especiaria também presentes. Consegui identificar noz moscada.

Paladar: Realmente gostoso demais. Taninos leves e sutis. Acidez bem integrada. Sabores vão crescendo na boca de forma absurda, terminando com um final longo e muito persistente. Frutas bastante perceptíveis também na boca. Na boca senti também, além do café, notas de balas de caramelo.

O que diz a Wine Advocate, de Robert Parker, sobre este vinho:

Pontos: 91
Degustador: Jay Miller
Maturidade: Beber entre 2012 e 2020

Review:

The Marques de Casa Concha series begins with the 2007 Carmenere which spent 16 months in French oak. Saturated purple in color, it offers up a splendid bouquet of toasty oak, tobacco, Asian spices, plum, and blueberry. Mouth-coating, layered, and bordering on opulent, there is plenty of ripe tannin lurking under the fruit, succulent flavors, and excellent balance. This awesome value will be at its best from 2012 to 2020.

Concha y Toro is Chile’s largest winery in volume and, remarkably given its size, one of its finest in overall quality. However, the entry level Casillero del Diablo range had more misses than hits. The Trio Series is made by one of Chile’s most renowned winemakers, Ignacio Recabarren, who is also responsible for the other-worldly Terrunyo Carmenere Carmin de Peumo. The Trio wines rank with the greatest wine bargains on the planet.

O que diz a Wine Spectator sobre este vinho:

Pontos: 88

Review:

There's a lovely mouthfeel to the layers of coffee, red licorice, red plum and crushed black currant fruit, which all glide over the loamy finish. Very solid. Drink now through 2011. 14,000 cases made. –JM

Vamos ficar devendo as notas técnicas por parte da Concha y Toro. Já pedimos a eles e, assim que recebermos, postamos as mesmas por aqui!

O vinho me agradou demais! A Carmenére não está entre minhas uvas prediletas, mas este vinho me surpreendeu e positivamente!

Vamos tentar agora trazer nossas impressões sobre o TOP da linha Carmenére, o Terrunyo.

In Vino Veritas!

Gustavo Kauffman (GK)

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Concha y Toro Gran Reserva Carmenére 2007 (Série Riberas)

A linha Gran Reserva é uma novidade da Concha y Toro. A Série Riberas foi criada para desenvolver uma linha de vinhos de excelente qualidade, cuja característica notável é a sua frescura. Esta procura levou a vinha plantações nas margens dos rios mais importantes do vinho principais regiões produtoras do Chile.

Já havíamos comentado por aqui sobre o Cabernet Sauvignon desta mesma série.

Esta nova e elegante linha é composta por cinco vinhos monovarietais que são: Carmenére, Cabernet Sauvignon, Syrah, Chardonnay e Sauvignon Blanc.

A Carmenére também já foi dissecada por aqui na “Série Uvas”. Quem não teve a oportunidade de ler vale muito a pena.

Os vinhos chilenos ja passaram por muita coisa em 460 anos. As adegas têm incorporado tecnologia de ponta e muita exploração de novos e antigos terrenos permitiram aos produtores combinar a variedade de uvas com seus melhores ambientes. As videiras agora são plantadas desde o Valle do Elqui no norte a Malleco no sul, com experimentos acontecendo bem mais longe ao sul. Os vinhedos subiram até as Cordilheiras dos Andes e chegaram bem mais perto do mar, produzindo assim um grande leque de variedades em qualidade fina, vinhos únicos que falam de suas origens como apenas poucos vinhos no mundo podem falar.

A combinação única de um clima Mediterrâneo moderado e variadas condições geográficas fazem do Chile um lugar ideal para uma produção eco-amigável de variados estilos de vinho. A vinicultura sustentável é uma escolha lógica e vinhedos orgânicos e biodinamicos estão em aumento. De fato, alguns dos maiores vinhedos orgânicos estão aqui mesmo no Chile, onde a natureza fornece tudo que as videiras precisam para produzir as uvas mais finas que os atuais consumidores de mente ecológica e conscientes de valores exigem.

A região aonde esta Carmenére é planta fica no Valle Rapel, o coração agricultural do Chile e se divide em dois setores de produção de vinho. Cachapoal, o que está mais ao norte, é conhecido principalmente por suas uvas vermelhas. O Cachapoal Alto se alonga em direção aos pés da Cordilheira dos Andes e produz Cabernets elegantes e bem balanceados, assim como combinações de vinhos tintos. Mais ao oeste na direção da Cordilheira da Costa, o setor Peumo recebe influência marítima suficiente para criar um clima aquecido, porém não quente, ideal para o Carmenere renomado e de corpo completo da área.

75% das uvas plantadas no Chile hoje são tintas e a Carmenére está em terceiro lugar entre as tintas, perdendo somente para a Cabernet Sauvignon e a Merlot respectivamente.

Vamos então ao que achei deste belo vinho:

Visual: Garrafa super elegante, super bem diagramada constatando o que sempre falo. O marketing da Concha y Toro é realmente sensacional! A rolha, em cortiça, também é personalizada para a CyT e para a série Gran Reserva. Ao servir na taça mostrou uma coloração lindíssima, passando bastante concentração. Cor vinho bem escura com reflexos violáceos. Lágrimas gordas, rápidas, espaçadas e coloridas.

Olfato: Complexo, elegante, encorpado e muito agradável. Logo de cara podemos identificar facilmente as frutas vermelhas, em especial framboesa e também chocolate. Mais ao fundo traz alguma nota floral e toques de tostado. É daqueles vinhos que dá prazer em ficar sentindo no nariz.

Paladar: Comprova sua elegância e também ser um vinho encorpado e concentrado. Taninos redondos e sutis. Acidez bem presente, mas integrada. Na boca, o que primeiro se destaca são as frutas vermelhas. O retrogosto traz o tostado e nuances de chocolate. Persistência bastante longa e saborosa.

O que diz a Concha y Toro:

Enólogo: Marcio Ramírez.

Variedad: Carmenere 90%, Cabernet Sauvignon 10%.

Origen: Peumo, Rapel.

Suelo: Aluvial, con terrazas originadas por el depósito de materiales arrastrados por el río Cachapoal.

Clima: Sin temperaturas extremas, moderado por la influencia del río Cachapoal y el lago Rapel.

Cosecha: Mecánica y manual. 5 al 20 de Mayo 2007.

Guarda: 14 meses en barricas de roble francés y americano con tostado medio.

Apariencia: Brillante, de color intenso y limpio.

Color: Rojo con tonos púrpura, intenso y profundo.

Aroma: Intensos aromas a frutos negros, arándanos, ciruelas negras, chocolate y pimienta blanca.

Paladar: Concentrado, de taninos suaves y dulces. Sabores a fruta negra. Buena estructura y densidad.

Até o momento deste Post, não existem análises da Wine Spectator nem da Wine Advocate.

Um vinhaço que vale cada centavo do que custa. Com certeza tem capacidade para evoluir mais alguns anos na garrafa e acho que ficará ainda melhor. Se eu tiver a oportunidade de conferir eu conto no futuro!

In Vino Veritas!

Gustavo Kauffman (GK)

terça-feira, 27 de julho de 2010

Santa Carolina Reserva de Família Carmenére 2006

Esta garrafa estava guardada na Adega desde novembro do ano passado quanto estive no Chile com minha esposa. Nesta viagem que fizemos acabamos só conseguindo visitar uma vinícola, no caso a Santa Carolina. Por sinal estou em falta comigo mesmo! Esta visita merece um post e, prometo, logo logo trarei os detalhes por aqui, desde como chegar lá (fomos de metrô), até a visita em si e os vinhos que degustamos.
 
A Santa Carolina pertence hoje ao terceiro maior grupo vinícola do Chile. Outra marca que pertence a este grupo é a Casablanca que, confesso, só conheci por lá.
 
Acabei comprando umas garrafinhas por lá e, depois de voltar ao Brasil, ainda não havia aberto nenhuma. Esta foi eleita, junto com o Luigi Bosca Reserva Malbec 2007, para acompanhar o jogo do Brasil e Gana. Ah, vale lembrar que tivemos de acompanhamento os deliciosos croquetes holandeses de frango!
 
O vinho foi o segundo a ser aberto e eu estava cheio de expectativa com ele. Além de ter sido super bem recomendado pelo Enólogo da Vinícola, a safra de 2006 ganhou medalha de ouro nos seguintes concursos:
 
  • Korea Wine Challenge 2008, Corea;
  • Concursul International de Vinuri, Bucuresti 2008, Rumania;
  • Hyatt Catad`or Wine Awards 2008, Chile.
 
Ganhou também medalha de prata nos concursos:
 
  • Challenge International du Vin 2008, Francia;
  • International Wine Challenge 2008, UK.
 
A vinícola Santa Carolina foi fundada em 1875 por Luis Pereira Cotapos. O nome escolhido foi uma homenagem ao seu grande amor, sua esposa, Dona Carolina Iñiguez Vicuña, com quem teve 10 filhos!! No post que falarei da viagem, vou entrar mais no detalhe desta interessante vinícola.
 
O nome “Reserva de Família” vem desde o início da bodega. Os melhores mostos eram separados para consumo próprio em ocasiões especiais e, por este motivo, o nome desta linha. Esta linha é produzida nas cepas Cabernet Sauvignon, Carmenére e Chardonnay. O CS nós também temos na Adega e futuramente iremos comentar.
 
Vamos então às minhas impressões:
 
Visual: Garrafa no bom estilo dos vinhos Premium da América do Sul. Grande, pesada e bonita. A rolha, como eu imaginava, é especial para esta linha, com os dizeres “Reserva de Família” e de cortiça legítima! Na taça a coloração é vermelho rubi com nuances de violeta nas pontas, lindo de se ver. Gotas lentas, finas e por toda a taça.
 
Aroma: Frutado, trazendo muitas frutas vermelhas. A baunilha também se mostrou muito presente, sinal do período em madeira. Um vinho complexo que trouxe, ao fundo, toques de pimenta e tabaco, muito interessante. O único defeito é que o álcool está um pouco mais pronunciado do que deveria.
 
Paladar: Primeira palavra é sensacional!!! Enche bem a boca proporcionando uma sensação única. Taninos super suaves. Na boca não se percebe nada de álcool. Final longo, frutado e persistente. Um vinhaço!
 
Não encontrei as notas técnicas sobre a Safra de 2006. Enviei um email para a Santa Carolina há uns 4 dias e até o momento nenhuma resposta. Vou colocar aqui as notas da safra de 2008.
 
O que diz a Vinícola:
 
Composición: 86% Carmenere - 8% Cabernet Sauvignon - 6% Petit Verdot
 
Apelación: Valle del Rapel
 
Tiempo en Barrica: 12 a 18 meses
 
Enólogo: Andrés Caballero
 
Notas del Enólogo: De color rojo oscuro con velos violáceos nos sorprende su intensidad colorante. Posee aromas de frutos rojos y regaliz. En boca es suculento, perfecto balance de fruta y suaves notas de tabaco. Paladar redondo y bien estructurado, con final elegante y persistente.
 
Os dois vinhos do dia foram realmente sensacionais!
 
Só não vou dar a nota máxima para este rótulo pelo álcool um pouco mais evidente no exame olfativo. Talvez, ao invés de 1 hora no decanter, ele deveria ter aerado um pouco mais. Farei isto com a próxima garrafa que temos por aqui. Vai levar um 4.5!
 
In Vino Veritas!
 
(GK)

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Santa Helena Selección del Directório (Gran Reserva) Carmenére 2007

Mais um dia de libertadores. Dia difícil pro Mengão. Escrevo antes do jogo e acho que conseguiremos passar. Vou insistir e abrir outra vez um Chileno, desta vez da Santa Helena, comentando outro rótulo da linha Selección del Directório. Já falamos aqui no Enoleigos sobre o Chardonnay 2007 e o Merlot também da safra 2007 (). Ainda da Santa Helena, postamos também nossas impressões sobre o Vernus Blend, um vinho mais Premium que o Selección del Directório.

Aqui vale um aparte. Infelizmente eu estava errado e meu Mengão, apesar de ganhar o jogo, não conseguiu se classificar para a fase seguinte da libertadores. É claro que no jogo do Brasil contra o Chile na Copa eu acabei optando por não abrir um Chileno! Hehe. Mas isto é história para outro post.

O prato do dia foi uma lasanha a bolonhesa. Antes da lasanha, no “pré jogo”, degustamos um belo Camembert e um, também excelente, Roquefort. Fiz algumas das fotos do vinho junto com os queijos.

O jogo era de libertadores e contra um time chileno. Contrariando a tudo e a todos, além de abrir um vinho chileno, fui também de Carmenére, a cepa típica do Chile!!! Eles tem o vinho de bom e nós o futebol, vamos que vamos!!

Já que estamos falando deste belo país que é o Chile, vale comentar um pouco sobre sua Geografia.

O Chile é um país longo e estreito que possui uma grande variedade de climas, desde o árido deserto de Atacama até as áreas frias da Patagônia chilena. Entre eles, a área central tem sido abençoada com um clima temperado, com duas condições diferentes:

Coastal Valley: é influenciado pela corrente fria de Humboldt que atravessa o Oceano Pacífico e refrescante nesta área, produzindo bons Vinhos Brancos e Pinot Noir.

Central Valley: influenciado pela brisa das Cordilheras dos Andes, que reduzem a temperatura no período da noite e que permitem uma grande variação de temperatura durante a época de maturação de uvas. Neste vale fértil, o vinho é um verdadeiro paraíso para as variedades tintas.

Como resultado do seu estatuto de "ilha" cercada pelos Andes, o Pacífico, o deserto de Atacama e a Antártica, o Chile tem uma condição favorável para ser livre das pragas e doenças.

Em termos de uvas para vinho, o Chile tem um total de 116 793 hectares Vinhedos, dos quais 88 325 são variedades tintas (75,6%) e 28 467 hectares são de castas brancas (24,4%). Entre as castas tintas a Cabernet Sauvignon representa 46% das plantações e a Merlot 15%. Já entre os brancos, Sauvignon Blanc e Chardonnay somam 61% de todas as plantações das uvas brancas, com proporções iguais para ambas. O contraste característico da geografia do país oferece uma excelente oportunidade para que novas variedades sejam plantadas por lá.

Vamos então ao que achei deste vinho:

Visual: Garrafa seguindo o estilo das demais da linha Selección del Directório. Bonita, traz a palavra “Gran Reserva” que chama a atenção, apesar de não significar nada na legislação Chilena, mas não podemos chamá-la de uma garrafa imponente. Na taça mostrou uma coloração linda. Violeta escuro com bonitos reflexos nas bordas. Gotas lentas e intemitentes.

Aroma: A série Selección del Directório segue, em minha opinião, mostrando belos vinhos. Não degustei todos ainda, mas até o momento tenho tido boas experiências. Este carmenére mostrou um aroma bem frutado. Álcool equilibrado. Nas frutas destaque para as negras (framboesa). Trouxe também especiarias e no fundo um leve toque de caramelo tostado.

Paladar: Redondo! Um vinho que começa discreto e cresce trazendo as frutas de uma forma muito agradável. No retrogosto senti nitidamente o caramelo tostado e segue deixando um final muito saboroso que, por sinal, além de saboroso é longo e persistente. Os taninos, de tão sutis, são quase doces.

O que diz a vinícola:

Cepa: 100% Carmenére.

Vinificação: As uvas são colhidas manualmente na última semana de abril. Uma vez prensadas, são mantidas durante cinco dias a 12°C sem fermentação. A fermentação é feita a 26°C durante 10 dias, utilizando fermentos selecionados. O vinho depois é mantido em contato com seu bagaço durante 10 dias, logo é transferido aos barris para a fermentação maloláctica, onde permanece um ano em barris de carvalho francês e americano. Antes de ser engarrafado, o vinho passa por uma filtragem mínima e logo depois é armazenado em garrafas por 6 meses antes de sua comercialização.

Notas de Degustação: Vermelho Rubi Profundo. No nariz, aromas a frutos vermelhos maduros combinados com toques especiados e de chocolate. De volume e estrutura forte. Com doces taninos, aromas de fruta combinados com toques especiados e baunilha no paladar. Persistência final boa.

Um vinho que mostrou classe e que recomendo a todos experimentarem por fugir do estilo vinho “potente”, que, como já disse outras vezes, encontramos muito aqui na América do Sul. Este vinho se mostrou equilibrado e redondo.

A harmonização também foi um sucesso. Vinho e comida cresceram!

Termino dando uma nota 4 e começo a assinar meus posts como meu irmão.

In Vino Veritas!

(GK)

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Miguel Torres Santa Digna Carmenere Reserva 2008

Comprei este vinho no free shop de Santiago quando lá estive com minha esposa. Nunca tinha ouvido nem falar na Miguel Torres como, confesso, ainda não sei nada desta vinícola. Isto é uma das coisas muito legais de escrever sobre vinho. Acabamos nos forçando a pesquisar e, é claro, isto aumenta nossa cultura e nos traz muito prazer. Sem contar que no futuro saberemos comprar melhor. Esperamos, de coração, que todas estas informações sejam úteis para todos vocês que nos lêem. O preço pago no duty free foi em torno de USD12,00. Pesquisei e aqui no Brasil este vinho custa aproximadamente R$65,00.

Foi mais um vinho que abri para acompanhar a Libertadores de 2010 e o meu mengão. Infelizmente perdemos para a Universidad Católica, mas seguimos firmes e fortes no Brasileirão!

A Miguel Torres é uma vinícola centenária com origem na Espanha. Além da Espanha, produzem também vinhos vinhos na Califórnia, em Washington River Valley.

Em 1979, A Miguel Torres, adquiriu uma pequena adega em Curicó, no vale central chileno, sendo a primeira empresa estrangeira para a produção vitícola do Chile situado numa paisagem única, mágica, aos pés dos vulcões dos Andes. Na época o Chile ainda tinha Pinochet no comando do país, colocando medo nas empresas estrangeiras que queriam investir no país. Hoje, após quase trinta anos, os 100 hectares adquiridos em seguida, transformaram-se em 445 hectares de vinhas de propriedade da própria empresa. A primeira propriedade nestas terras foram Maquehua, San Francisco e Norte da Cordilheira. No final da década de 90 compraram também San Luis de Alico e Empedrado. As condições climáticas excelentes para o cultivo de vinhas, com grandes diferenças de temperatura entre dia e noite e as terras livres da praga da filoxera, têm contribuído para o fato de que os vinhos estão sendo feitos em terras de onde se pode ver a grandeza dos Andes, coroada pela neve e uma beleza nobre.

Visual: Garrafa estilosa. Simples mas cheia de estilo. Rolha de cortiça e muito bonita. Traz o nome da vinícola e é toda trabalhada. Na taça traz uma cor meio violeta meio cereja belíssima. Gosto muito de admirar a cor quase fosforescente que fica na borda. Chora muito pouco e traz gotas lentas na taça.

Aroma: Uma mistura de frutas vermelhas com algo de vegetal. O aroma de vegetal é interessante, me lembrou um pouco de pinho ou de eucalipto, não consegui ter certeza. No final traz um pouco de baunilha. Bem interessante e bem diferente de outros Carmenéres que já tomei, mostrando toda a diversidade desta uva.

Paladar: Preenche bem a boca, se mostrando um vinho bem aromático. Taninos presentes e praticamente doces. Um vinho elegante, sem ser tão potente. Agradou muito ao palato. Traz também algo de tostado. Retrogosto discreto, trazendo algo um pouco amargo mas não consegui identificar o que seria. Final longo e muito agradável.

O que diz a Miguel Torres sobre este vinho:

Se dio el nombre de Santa Digna a las cruces de término de una tierra. Dichas cruces servían para delimitar los territorios y simbolizaban fortuna y protección para aquellos que partían hacia otros lugares.

Nuestro primer vino de la variedad Carmenère, realzado por un pequeño porcentaje de Cabernet Sauvignon que le otorga estructura y lo hará más longevo.

Nota de Cata: Vino bello de color cereza y de finos aromas (mora, cassis), con notas balsámicas (eucalipto) que culminan en un delicioso atisbo de mandarina. El paladar es elegante, con taninos dulces y frutales que entregan matices de cuero y especias (regaliz, pimienta negra, clavo).La crianza en roble francés aporta agradables fondos tostados y de vainilla.

Gastronomia: Perfecto con las carnes de ternera y de buey, así como con la cazuela de ave chilena e incluso pescados

Harmonização com Queijo Brie e Filet de Cordeiro. Sim, eu gosto demais de cordeiro! RS. Uma bela escolha pra ver meu mengão golear o que, infelizmente, não aconteceu!

Como última informação, este vinho envelheceu por 12 meses em Carvalho de Nevers (20% madeira virgem).

Um belíssimo vinho que, com certeza, vou repetir a dose. Vai levar um 4!

(GK)

sábado, 20 de março de 2010

Santa Carolina Carmenére Reserva 2007

Tive a alegria de conhecer pessoalmente a vinícola Santa Carolina em uma viagem que fiz com minha amada ao Chile. Naquela época eu ainda não sabia da história da Carmenére. Como a Santa Carolina ganhou diversos prêmios com seu “Reserva de Família Carmenére”, o enólogo me contou a história que achei interessante reproduzir aqui.

A história da cepa Carmenère, assim como da vitivinicultura chilena atual, tem suas raízes na França, país de grande conhecimento e desenvolvimento da indústria vinícola.



Nos vinhedos bordaleses do século XIX, a Carmenère convivia com outras uvas locais como a Malbec, Merlot, Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc, produzindo os famosos vinhos do Médoc.

Em 1860, uma praga devastadora chamada “filoxera” destruiu quase a totalidade dos vinhedos franceses. Bordeaux teria que começar tudo de novo. O processo de replantio se deu enxertando as videiras francesas em videiras norte-americanas, que eram resistentes a diversas pragas e em particular a filoxera. Mas a Carmenère não foi bem sucedida, tendo sido praticamente extinta da França.

Mas bem antes da Filoxera, visionários empreendedores chilenos, convencidos do grande potencial do seu país para a produção de vinhos, levaram mudas de diversas uvas francesas para o lá e dentre elas a Carmenère.

Condições favoráveis de clima e solo acolheram muitas bem estas uvas, mas a Carmenère ficou durante muitos anos, erroneamente confundida com a uva Merlot, até que em 1994, o Francês Jean Michel Boursiquot apresentou um estudo no Sexto Congresso Latino-americano de Viticultura e Enologia, realizado no Chile, identificando a Carmenère. Testes de DNA vieram a comprovar definitivamente a sua verdadeira natureza.

A partir desse momento, a Carmenère ganhou seu nome verdadeiro e reapareceu no cenário vitivinícola mundial e no Chile o seu plantio só fez crescer.

Apesar de ter trazido duas garrafas do premiado “Reserva de Família 2007”, achamos melhor começar com a linha Reserva, um vinho na faixa dos R$30,00 aqui no Brasil. Acima dele a Santa Carolina tem o Barrica Selleción (Gran Reserva) e o Reserva de Família. No Chile não encontramos esta linha Reserva. Lá ela é vendida como “Estrella de Oro”.

Esta garrafa foi aberta no dia 12/12, na companhia de meu irmão André (AK). Vamos então à degustação:

Visual

AK – Rolha nacionalista sem graça, só consta “Chile”. Na taça tem cor de sangue de vídeo game com gotas médias. Belíssimo.

GK – Cor Púrpura, um rosa bem escuro. Achei a cor linda, intensa e quase que fosforescente. Notas longas e também belas.



Aroma

AK – Vinho leve, mostrando a madeira através da baunilha. Trouxe também frutas vermelhas bem acentuadas.

GK – Frutas vermelhas saltam no início. Baunilha ao fundo. O álcool, a 14oGL, quase imperceptível.



Paladar



AK – Taninos perfeitos, persistente, retrogosto presente e amargo. Harmonizou com queijo e castanha de caju mas não perfeitamente.



GK – Frutas enchem a boca. Vinho bem estruturado com final intenso, taninos redondos e macios e retrogosto muito gostoso. Precisamos degustá-lo novamente com um prato mais elaborado.

O que diz a vinícola:

Composición: 85% Carmenère - 15% Cabernet Sauvignon

Tiempo en Barrica: 9 meses

Notas del Enólogo: Reserva Carmenère muestra un intenso y brillante color rojo carmín a violeta. En aroma es muy especiado en equilibrio con tonos frutales, especialmente ciruelas. Además se encuentran notas a café y chocolate. Es un vino de gran cuerpo pero de taninos suaves y redondos, con un final largo. Es un vino muy complejo debido a la gran variedad de sabores. Resulta ideal como acompañamiento de pastas frías, cocina Mediterránea, quesos suaves, carnes rojas y blancas. Servir a una temperatura de 18°c y 20 °C.




Um vinho de excelente custo benefício!! A expectativa em abrir o Reserva de Família só fez aumentar.



Nota 3



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