Mais um dia de libertadores. Dia difícil pro Mengão. Escrevo antes do jogo e acho que conseguiremos passar. Vou insistir e abrir outra vez um Chileno, desta vez da Santa Helena, comentando outro rótulo da linha Selección del Directório. Já falamos aqui no Enoleigos sobre o Chardonnay 2007 e o Merlot também da safra 2007 (). Ainda da Santa Helena, postamos também nossas impressões sobre o Vernus Blend, um vinho mais Premium que o Selección del Directório.
Aqui vale um aparte. Infelizmente eu estava errado e meu Mengão, apesar de ganhar o jogo, não conseguiu se classificar para a fase seguinte da libertadores. É claro que no jogo do Brasil contra o Chile na Copa eu acabei optando por não abrir um Chileno! Hehe. Mas isto é história para outro post.
O prato do dia foi uma lasanha a bolonhesa. Antes da lasanha, no “pré jogo”, degustamos um belo Camembert e um, também excelente, Roquefort. Fiz algumas das fotos do vinho junto com os queijos.
O jogo era de libertadores e contra um time chileno. Contrariando a tudo e a todos, além de abrir um vinho chileno, fui também de Carmenére, a cepa típica do Chile!!! Eles tem o vinho de bom e nós o futebol, vamos que vamos!!
Já que estamos falando deste belo país que é o Chile, vale comentar um pouco sobre sua Geografia.
O Chile é um país longo e estreito que possui uma grande variedade de climas, desde o árido deserto de Atacama até as áreas frias da Patagônia chilena. Entre eles, a área central tem sido abençoada com um clima temperado, com duas condições diferentes:
Coastal Valley: é influenciado pela corrente fria de Humboldt que atravessa o Oceano Pacífico e refrescante nesta área, produzindo bons Vinhos Brancos e Pinot Noir.
Central Valley: influenciado pela brisa das Cordilheras dos Andes, que reduzem a temperatura no período da noite e que permitem uma grande variação de temperatura durante a época de maturação de uvas. Neste vale fértil, o vinho é um verdadeiro paraíso para as variedades tintas.
Como resultado do seu estatuto de "ilha" cercada pelos Andes, o Pacífico, o deserto de Atacama e a Antártica, o Chile tem uma condição favorável para ser livre das pragas e doenças.
Em termos de uvas para vinho, o Chile tem um total de 116 793 hectares Vinhedos, dos quais 88 325 são variedades tintas (75,6%) e 28 467 hectares são de castas brancas (24,4%). Entre as castas tintas a Cabernet Sauvignon representa 46% das plantações e a Merlot 15%. Já entre os brancos, Sauvignon Blanc e Chardonnay somam 61% de todas as plantações das uvas brancas, com proporções iguais para ambas. O contraste característico da geografia do país oferece uma excelente oportunidade para que novas variedades sejam plantadas por lá.
Vamos então ao que achei deste vinho:
Visual: Garrafa seguindo o estilo das demais da linha Selección del Directório. Bonita, traz a palavra “Gran Reserva” que chama a atenção, apesar de não significar nada na legislação Chilena, mas não podemos chamá-la de uma garrafa imponente. Na taça mostrou uma coloração linda. Violeta escuro com bonitos reflexos nas bordas. Gotas lentas e intemitentes.
Aroma: A série Selección del Directório segue, em minha opinião, mostrando belos vinhos. Não degustei todos ainda, mas até o momento tenho tido boas experiências. Este carmenére mostrou um aroma bem frutado. Álcool equilibrado. Nas frutas destaque para as negras (framboesa). Trouxe também especiarias e no fundo um leve toque de caramelo tostado.
Paladar: Redondo! Um vinho que começa discreto e cresce trazendo as frutas de uma forma muito agradável. No retrogosto senti nitidamente o caramelo tostado e segue deixando um final muito saboroso que, por sinal, além de saboroso é longo e persistente. Os taninos, de tão sutis, são quase doces.
O que diz a vinícola:
Cepa: 100% Carmenére.
Vinificação: As uvas são colhidas manualmente na última semana de abril. Uma vez prensadas, são mantidas durante cinco dias a 12°C sem fermentação. A fermentação é feita a 26°C durante 10 dias, utilizando fermentos selecionados. O vinho depois é mantido em contato com seu bagaço durante 10 dias, logo é transferido aos barris para a fermentação maloláctica, onde permanece um ano em barris de carvalho francês e americano. Antes de ser engarrafado, o vinho passa por uma filtragem mínima e logo depois é armazenado em garrafas por 6 meses antes de sua comercialização.
Notas de Degustação: Vermelho Rubi Profundo. No nariz, aromas a frutos vermelhos maduros combinados com toques especiados e de chocolate. De volume e estrutura forte. Com doces taninos, aromas de fruta combinados com toques especiados e baunilha no paladar. Persistência final boa.
Um vinho que mostrou classe e que recomendo a todos experimentarem por fugir do estilo vinho “potente”, que, como já disse outras vezes, encontramos muito aqui na América do Sul. Este vinho se mostrou equilibrado e redondo.
A harmonização também foi um sucesso. Vinho e comida cresceram!
Termino dando uma nota 4 e começo a assinar meus posts como meu irmão.
In Vino Veritas!
(GK)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é muito bem vindo!!!