Minha esposa tirou férias e eu, infelizmente, não pude deixar de trabalhar. Aproveitei então este período para fazer uma espécie de imersão no vinho, para treinar mais meus sentidos. Já li diversas entrevistas em que Enólogos sugerem que você prove um vinho a cada dia, variando as uvas e os países, para treinar. Não existe forma melhor para treinar nossos sentidos do que degustar. A escolha do vinho acaba variando com o clima, o prato escolhido, seu estado de espírito, e por aí vai.
Hoje, dia 11/03/2010, optei por abrir outro Reserva da Vinícola Santa Carolina, desta vez um Merlot. Curiosamente é o primeiro Merlot que abro em casa. Já bebi outros rótulos em restaurantes, provei um da vinícola Casablanca quando estive no Chile, mas sacar a rolha de uma garrafa Merlot é a primeira vez.
Uma curiosidade: Este e outros vinhos da linha Reserva da Santa Carolina são vendidos como monovarietais. Em 1995 o Chile estabeleceu por lei que 75% do vinho deve ser da variedade e do exato local que aparecem no rótulo, permitindo que apenas 25% possa variar a essas especificações. Não há nenhuma exigência particular a respeito da produção de vinhos de reserva, mas todos os vinhos que indicam a designação Reserva, Gran Reserva ou Reserva Especial indiquem o lugar de origem. O rótulo não traz esta informação, mas o site da Santa Carolina mostra que este Merlot não é 100% monovarietal, já que apenas 85% das uvas utilizadas é Merlot tornando-o, na prática, um assemblage.
Como este Merlot tem um alto teor alcoólico (14,5GL) e é de 2006, achei interessante decantá-lo o que fiz por aproximados 40 minutos. Vamos então as minhas percepções deste rótulo:
Visual: Uma cor rubi linda bem forte. Chora bastante, trazendo muitas gotas.
Aroma: Pensei que o álcool estaria mais presente, foi a primeira surpresa boa, já que estava integrado. Trouxe frutas vermelhas, com um toque de anis e canela. Um vinho bastante aromático.
Paladar: Início discreto, abrindo para as frutas vermelhas, talvez cereja, não consegui identificar com precisão. Os taninos impressionam por serem muito macios, praticamente doces. O álcool praticamente some sendo um vinho muito fácil de beber: “desce redondo”. Não é muito potente, tem pouco retrogosto, mas o final é bastante persistente.
O que a vinícola diz:
Composición: 85% Merlot - 10% Carmenere - 5% Syrah
Apelación: Valle de Colchagua
Tiempo en Barrica: 9 meses
Notas del Enólogo: La cosecha 2006 de Merlot Reserva posee un color rojo a violeta profundo. Posee aromas a frutos rojos y negros como cerezas e higos, junto a notas a café tostado y chocolate. Es un vino de gran cuerpo e intensidad medianamente grande. Tiene muy buen balance entre sus notas frutales y los componentes de la madera, presentando cierto grado de complejidad que se desarrollará en botella. Resulta ideal como acompañamiento de platos de pastas con salsas, carnes blancas y carnes rojas con salsas suaves. Servir a una temperatura de 18° C.
Um vinho que me surpreendeu positivamente. Harmonizei com cordeiro ao molho de geléia de uva e geléia de tomate que meu irmão trouxe da argentina. Uma delícia.
Com certeza abrirei outros Merlot por aqui.
Nota 3
(GK)
Acabo de comprar um Merlot (reservado), mas este é de Valle Central.
ResponderExcluirEstou louco para abrir!
Gostaria de saber como faço para controlar a temperatura? Não tenho termômetro.
Obrigado!
Amigo Thiago,
ResponderExcluirPara controlar a temperatura só mesmo com um termômetro. Agora, nos Reservados, não existe tanta diferença com a temperatura pois são vinhos mais simples.
Saúde!
Abs,
Gustavo