Estamos precisando diversificar um pouco aqui no Enoleigos e partir mais pro velho mundo. Fica mais caro, sabemos disto, mas com certeza teremos experiências sensacionais e as compartilharemos com vocês.
Este vinho é da região de Jumilla, uma parte que não é tão tradicional na produção dos vinhos espanhóis. O que nos chamou a atenção é que se trata de um vinho que nas safras de 2003, 2005 e 2006 levou 90 pontos do RP e nesta levou 88. Aliando isto ao fato de que o vinho foi comprado em promoção, a probabilidade de erro diminuía.
Jumilla foi um dos poucos lugares na Europa poupado durante a epidemia da filoxera em 1800. Em praticamente todos os outros lugares no continente, as vinhas foram devastadas e, até hoje, só podem ser plantadas quando enxertadas em porta-enxertos americanos.
Para Jumilla, a chave para a sobrevivência de suas vinhas"foi o solo arenoso, que é um anátema para o inseto Phylloxera. Como conseqüência disto, Jumilla não só tem algumas das mais antigas vinhas em todo o mundo, mas também o maior número de videiras não enxertadas. A maior parte dessas vinhas são Mourvèdre, ou Monastrell como é conhecido localmente, uma das variedades mais apreciadas da Europa mediterrânica. Os verões em Jumilla possuem dias quentes e noites frias, ideal para a maturação de uvas, mantendo a acidez.
Hoje, Jumilla está despertando para o seu enorme potencial, e uma revolução vinícola tem começado por lá que, com solos arenosos, ricos em calcário, produzem vinhos intensamente aromáticos, protegendo as videiras não enxertadas da filoxera.
A região de Jumilla possui um conselho regulador que pode ser consultado no site http://www.vinosdejumilla.org/.
A Bodega Olivares está localizada no quadrante noroeste de Jumilla, onde características únicas a distinguem do resto da denominação. Por exemplo, esta zona possui mais de 800 metros de altitude, onde a noites o clima esfria rapidamente, resultando em vinhos com impressionante frescura equilíbrio.
Vamos então ao que achamos deste vinho de Jumilla:
Visual: Garrafa bonita, mas sem muitos chamarizes. Ao tirar a cápsula não gostei do que vi. A rolha era preta e de plástico. Rolha artificial tudo bem, mas preta? Na taça mostrou cor violeta para roxo com certa transparência, gotas lentas e espaças.
Aroma: Delicioso, mostrando diversidade e complexidade bem interessantes. Frutado e delicado. Me trouxe frutas vermelhas, groselha e muita especiaria das quais eu consegui identificar cravo e pimenta.
Paladar: Equilibrado e bem estruturado. Traz uma sensação muito gostosa, trazendo bastante fruta ao palato. Taninos sutis, bem sutis e acidez presente. O final foi de médio para longo e persistente.
O que diz a vinícola:
Por mais que eu tenha procurado, não encontrei o site da vinícola por nada deste mundo. Consegui encontrar alguns comentários em sites europeus que compilo abaixo:
A blend of 98% Monastrell and 2% Grenache.
The heat-loving Monastrell is known as Mourvèdre in France's Rhone valley. Jumilla records show that Monastrell was used at least as early as the 15th century. Like the Rhone, Jumilla gets extremely hot during the summer days, but because of the 1500 foot elevation, nights are very cool. This allows the grapes to become physiologically ripe, yet maintain their acidity.
"Inky purple color. Strongly floral nose displays a seductive bouquet of dark berries, lavender, rose and smoky Indian spices. Vibrant blackberry and candied cherry flavors are lifted by zesty minerals, becoming deeper and sweeter with air. The impressively brisk and focused finish features pure berries. Here's another crazy value."
O que diz a Wine Advocate de Robert Parker:
Pontos: 88
Degustador: Jay Miller
Maturidade: Beber de 2010 a 2014
Review:
The 2008 Altos de la Hoya Monastrell Ungrafted Old Vines is 92% Monastrell and 8% Garnacha aged mostly in seasoned oak. Dark ruby-colored, it proffers a nose of cigar box, leather, underbrush, and assorted black fruits. On the palate it is ripe, savory, friendly, and forward. Drink this crowd-pleaser over the next 3-4 years.
Gostei bastante deste vinho. Uma bela opção, com bom custo benefício, para quem está querendo se aventurar pelo mundo europeu. Para nós, que somos sócios do ClubeW, saiu por R$42,50 e vai levar uma nota 4.
In Vino Veritas!
(GK)
Parabéns pelo blog, entrei e gostei! Agora temos que fazer uma campanha para baixarem os preços dos vinhos do Velho Mundo...não sei como!!! Que bom que gostaram do sil-vinhas.blogspot.com!
ResponderExcluirAbraços
Silvia Bohn Gonçalves