Este vinho foi mais um daqueles que comprei totalmente descompromissadamente. Conheci a Casa Silva quando estive no Chile no ano passado. Apesar de já ter degustado outros vinhos desta bela vinícola, este é o primeiro após a criação do Enoleigos.
A história da Casa Silva teve início em começou em 1892 quando Emile Bouchon, um francês de Bordeaux, chegou no Vale de Colchagua com o objetivo de produzir vinho. Plantou vinhas e construiu a sua vinícola, que ainda hoje faz parte da Casa Silva. Nessa época Emile não deveria ter noção, mas foi pioneiro em uma das mais importantes regiões vinícolas do Chile, considerada por muitos como o melhor local do mundo para a variedade Carmenére. Durante décadas os descendentes de Emile comandaram a vinícola, produzindo vinho para outras empresas, sem engarrafar uma marca própria. Foi somente em 1997 que Mario Pablo Silva, pertencente a quinta geração de descendentes de Emile Bouchon, deixou de fazer vinho para outras empresas e começou uma marca própria. Nascia assim a Casa Silva.
A Viña Casa Silva é uma das vinícolas mais antigas do Valle de Colchagua em termos de tradição e história, e uma das mais modernas do Chile, tratando-se de inovação. Tem diferentes salas de barricas, túneis subterrâneos, construções antigas, entre outras. Conta com uma pequena vinícola no interior da mesma, preparada para pequenas vinificações de vinhos especiais.
A Casa Silva é também muito conhecida por ter um encantador e exclusivo hotel. Um hotel, com apenas cinco suítes, cada qual com uma decoração diferenciada e extremamente aconchegante. Na sede da vinícola encontra-se um campo de pólo e uma arena para vaquejada, o segundo segundo esporte do Chile, atrás apenas do futebol. É uma prática diferente da vaquejada praticada no Brasil - no Chile, o cavaleiro e sua montaria devem derrubar com o peito do cavalo, o novilho dentro de uma faixa, e a arena é circular. Os cavalos são a segunda paixão dos proprietários da Casa Silva. Estávamos numa das mais premiadas vinícolas do Chile - The Best South American Producer Award, The International Wine & Spirit Competition, London 2000, entre outros tantos títulos recebidos pelos vinhos.
O site da Casa Silva traz todo o portfólio produzido por eles. Lá vemos a linha “Collecion”, com 4 tintos e 2 brancos, a linha “Reserva”, com 4 tintos e 4 brancos e a linha Gran Reserva, com 5 tintos, tendo a Petit Verdot entre eles, e 1 branco. Este Petit Verdot é um dos que temos na Adega para ser degustado em breve. Além destas linhas, produzem também a chamada “Especialidade da Casa” que é composta por um Late Harvest, um Rosé e um branco da uva Sauvignon Gris.
O que me deixou intrigado é que o vinho que degustados, este corte de “Cabernet Sauvignon / Carmenére”, não consta no site da Casa Silva! Vou ficar devendo as notas técnicas, mas, é claro, já enviei um email para a Casa Silva solicitando. Assim que receber disponibilizo por aqui.
Vamos então ao que eu achei deste vinho:
Visual: Garrafa elegante e discreta, sem maiores chamarizes. Fechada com screw cap, uma nova tendência, principalmente em vinhos mais simples. Cor de cereja escura, com reflexos violáceos nas bordas. Gotas gordas, rápidas e transparentes.
Olfato: Pelo preço do vinho (R$26,00), impressionou! Super aromático, frutado e intrigante. O exame olfativo é um pouco adocicado. Nas uvas destaque para cereja. Traz também notas de goiaba, uma característica por vezes comum em vinhos Cabernet Sauvignons chilenos. Ao fundo trouxe pequenas nuances de floral e café.
Paladar: Elegante, direto e muito gostoso. Vinho correto, sem defeitos, que mantém as características do nariz também na boca. Taninos presentes e gostosos. Acidez um pouco acima do que deveria, quer dizer, pro meu gosto! Final longo e persistente!
As notas técnicas, como eu comentei anteriormente, eu vou ficar devendo. Assim que receber a resposta da Casa Silva disponibilizo aqui no Enoleigos.
Até o momento deste post não haviam avaliações por parte da Wine Advocate, de Robert Parker, e da Wine Spectator.
Um belíssimo vinho que mostrou ser um excelente custo benefício. Fui surpreendido do começo ao fim, leva uma nota 4 e entra para a série de vinhos com bom custo benefício!
In Vino Veritas!
Gustavo Kauffman (GK)
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