No final do século XIX, uma praga devastadora conhecida por Phylloxera amedrontou os vinicultores em todo o mundo. Eles chegaram a acreditar que os vinhedos do mundo inteiro iriam acabar e que o vinho deixaria de existir, pois este foi um momento em que grande parte dos vinhedos da Europa e de outros continentes foram devastados pela praga, com exceção do Chile, na América do Sul. Descobriu-se anos depois que o porta enxerto de videiras americanas nos vinhedos infectados acabava com a praga. Mas o estrago já tinha ocorrido na vitivinicultura mundial.
A phylloxera é um inseto hemíptero, que responde pelo nome de Phylloxera Daktulosphaira Vitifoliae, forma taxonômica Fhylloxera Vastratix. De origem norte-americana, está hoje presente em todos os continentes, sendo um dos exemplos mais marcantes do efeito humano sobre a dispersão das espécies, já que, em poucas décadas, esta espécie evoluiu de um habitat localizado para uma distribuição global. Este pulgão é dependente da vinha, única planta em que pode desenvolver-se, e ataca, essencialmente, as raízes da planta. A distribuição geográfica desta espécie está hoje expandida a quase todas as zonas produtoras de vinho.
As vinhas infestadas perdem rapidamente capacidade produtiva, com a morte de muitas videiras, e em geral não podem ser recuperadas sem o arranque e replantio com plantas resistentes, operação dispendiosa e que implica perda de rendimento durante vários anos. O Chile é a exceção mais significativa onde a praga ainda não se instalou em função de suas características geográficas e barreiras naturais – ao sul as geleiras, ao norte o Deserto de Atacama, ao oeste o Oceano Pacífico e a leste a Cordilheira dos Andes e o solo rico em cobre.
A origem desta praga se deu com a importação francesa de videiras americanas (vitis labrusca) que eram portadoras da doença. Uma característica da variedade de vinhas americanas, não vitis viniferas, é que elas são portadoras, mas menos susceptíveis a desenvolver a doença. A solução do problema, desta forma, encontrava-se em sua própria origem. Para evitar o surgimento da filoxera, se usa a raiz e caule da videira Americana e se enxerta a vitis vinífera. O que surgirá é uma videira resistente à filoxera produzindo uvas saudáveis. Isto em nada altera a qualidade da uva, ou do vinho, já que as características do vinho são geradas pela uva, o fruto, servindo as raízes de mero canal alimentador e de sustentação da planta nova. Vale ressaltar que uma videira pé franco, em algumas regiões vinícolas, dura até 150 anos. E uma videira com enxertia dura aproximadamente 35 anos.
Na França, em 1863, a filoxera destruiu grande parte dos vinhedos, tendo dizimado cerca de 40% deles, ao longo de 15 anos, e se espalhado rapidamente pelo restante da Europa. Foram mais de 40 anos de trabalho árduo, para recuperar a produção e os vinhedos em toda a Europa.
Não existe controle químico que possa ser empregado de forma econômica para o controle da forma radícola da filoxera. O emprego de inseticidas neonicotinóides auxilia na redução de infestações da praga no sistema radicular, porém, de forma isolada, não é eficiente para evitar que ocorram prejuízos à cultura, além da possibilidade de selecionar populações resistentes à praga, caso o uso se intensifique. A maneira mais eficiente para evitar os danos do inseto é através do emprego de porta-enxertos resistente.
Formas da Phylloxera:
Partenogênicas – Fêmeas capazes de se reproduzir sem a presença de um macho.
Galícolas – Vivem nas folhas.
Radícolas – Vivem nas raízes.
Sexuadas – Incapazes de se alimentar na fase adulta, desprovida de peças bucais.
Fêmeas aladas – Com asas transparentes e com morfologia semelhante a de uma mosca.
Machos ápteros – Sem asas.
Classificação Científica da Phylloxera
Reino – Animália
Fhilo – Arthropoda
Classe – Insecta
Ordem – Hemíptera
Subordem – Omoptera
Família – Phylloxeridae
Gênero – Dactylosphaera
Espécie – D. Vitifoliae
O texto acima foi extraído do site Viticultura.
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