Para quem ainda não sabe Don Melchor na verdade é o nome do fundador da Concha y Toro. O nome completo é “Don Melchor Concha y Toro” e a fundação se deu no ano de 1883.
Trouxe da França vinhas selecionadas e um enólogo. Pouco mais de 100 anos depois, em 1987, a empresa começou a produzir um vinho muito especial, feito com todo o esmero para se tornar ícone da marca. Uma justa homenagem ao seu fundador. Nascia assim o Don Melchor, responsável por fazer o mundo ver com outros olhos o potencial enológico do Chile. Depois dele a indústria vinícola da América do Sul não seria a mesma.
Interessante ressaltar que o nome “Don Melchor” foi dado em homenagem ao fundador desta excelente vinícola chilena.
O cuidado extremo elaboração garante a ótima reputação deste vinho que conquistou os EUA e a Europa a partir do começo da década de 90. “Usamos apenas as uvas colhidas manualmente de um vinhedo especial, aos pés da Cordilheira dos Andes, no Vale do Alto Maipo, próximo a Santiago. Uma zona privilegiada para se fazer vinho, com boa insolação e calor durante o dia e frio à noite”, diz o enólogo Enrique Tirado. São 114 hectares. Em apenas sete está plantada a Cabernet Franc, que não entra todos os anos no produto final. Todo resto é de Cabernet Sauvignon, a cepa dos grandes chilenos – sempre predominante neste vinho, com proporção superior a 90%, às vezes 100%, embora seja raro. A área é repartida em sete grandes parcelas, que por sua vez são subdivididas em outras menores. Cada pedacinho de terra produz uvas com características diferentes. “Um lugar dá corpo, outro aporta maciez. De algumas parreiras extraímos fruta, de outras, uma boa acidez”, conta.
Com esta complexa matéria-prima em mãos, a próxima etapa é quase um quebra-cabeça que revela o cuidado na elaboração do Don Melchor. “Fazemos vinhos separadamente com uvas de cada área. Depois levamos as amostras para a França e lá decidimos qual mistura faremos. Da última vez levamos 130 vinhos diferentes para chegarmos à proporção ideal”, lembra Enrique Tirado.
Definida a mescla, o trabalho agora é novamente no Chile, na vinícola. O vinho é misturado e então colocado em barricas de carvalho francês. Em contato com a madeira descansa por entre 12 e 14 meses. Só então é engarrafado. Antes de chegar às prateleiras ainda repousa por mais um ano na cave. Assim, entre a colheita e a chegada ao mercado, se vão mais de três anos.
Nossa vertical incluiu os anos de 1999, 2000, 2002, 2004, 2005 e 2006. A degustação foi organizada pelo Jeriel (http://www.blogdojeriel.com.br/) e pelo João Clemente (falandodevinhos.wordpress.com/). Os dois conhecem muito! O local escolhido foi a Vino & Sapore (www.vinoesapore.com.br/), loja criada pelo João que merece a visita de todos.
Jeriel e João abrindo as garrafas |
A degustação começou com o delicioso espumante Valmarino & Churchill. Um espumante de pequena produção, somente 1250 por ano, passa quatro meses de barricas francesas de primeiro uso, e traz uma perlage e um colar belíssimos! Vc encontra este espumante na Vino & Sapore, ligue pro João antes que acabe!
Depois começamos a degustar o Don Melchor em pares. Primeiro servimos as safras de 1999 e 2000, seguindo com as de 2002 e 2004 e finalizamos com as de 2005 e 2006 que ficaram decantando por aproximadamente 1 hora.
Jeriel explicando a história desta lenda |
Logo após a vertical do Don Melchor fiz uma brincadeira com todos. Servi um vinho as cegas, ou seja, ninguém sabia o que estava bebendo. Disse apenas que se tratava de um vinho 100% Cabernet Sauvignon.
Para terminar o João brindou a todos com o delicioso porto Graham´s LBV 2003 que foi harmonizado com divinas balas de chocolate.
Uma delícia! |
Qual foi a safra preferida por todos durante a vertical? E o vinho “misterioso”, como se saiu? E qual era este vinho misterioso? Todos os detalhes nos próximos dias aqui no Enoleigos.
In Vino Veritas!
Gustavo Kauffman
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