Hoje falaremos novamente de outro vinho de nossos Hermanos. Este da
região de Calchaquies, em Cafayate, Salta, mais ao norte da Argentina. Esta região
ganhou sua notoriedade com a produção de excelentes vinhos brancos com a uva
Torrontés, mas vem ganhando muito espaço também com excelentes vinhos tintos.
Salta é também um dos Estados argentinos com maior tradição
vitivinícola: lá a videira foi introduzida pelos Jesuítas no século XVIII e
várias das bodegas datam de princípios do século XIX. Na terra de todas as
paisagens, popularmente conhecida como “a linda”, a região vitivinícola
localiza-se nas alturas, em um lugar de enorme riqueza natural, histórica e
cultural: os Vales Calchaquíes, local da origem das uvas do vinho de hoje. Lá,
os vinhedos se estendem por mais de 3.200 hectares entre os departamentos de
Cafayate, San Carlos, Angastaco, Molinos e Cachi. Em Cafayate é possível
encontrar os mais grossos e antigos troncos arbóreos de videiras, e em Colomé e
Payogasta vinhedos jovens imersos em uma paisagem montanhosa de grande altitude.
Além da Torrontés, hoje se destacam também as tintas como Cabernet
Sauvignon, Malbec, Tannat, Bonarda, Syrah, Barbera e Tempranillo.
É uma região que vem se especializando, a cada dia, para receber o
enoturismo. Com uma oferta de alojamento e gastronomia regional de alta
qualidade, permitindo desfrutar do enoturismo em um entorno perfeito!
Nosso vinho é produzido pela Bodega El Esteco, que teve os irmãos David
e Salvador Michel, de origem francesa, como fundadores. Em 1892, eles
plantaram as primeiras vinhas e construíram a vinícola, que produz vinhos
premium, sem participar nos segmentos de vinhos de entrada, lojas de vinho e
varejistas de alto nível. Também cultivam uvas orgânicas que são elaboradas na
El Transito e, recentemente, lançou a linha CUMA, somente de variedades
orgânicas. Dentro da vinícola o Hotel & Spa Patios de Cafayate
oferece 32 suítes para quem quer se esbaldar de vinho e sossego.
A garrafa que degustei foi adquirida no Duty Free de Buenos Aires, não
me recordo bem o preço, mas foi barato. Aqui no Brasil custa na faixa dos
R$80,00.
Vamos então ao que achei do Ciclos Icono:
Visual: A garrafa, como podemos ver nas imagens, é bonita, sem ser do
estilo pesadona, e a lua e a estrela em alto relevo chamam a atenção. O Sol
procura remeter a região de Salta, super ensolarada, e com excelente amplitude
térmica. Na taça o vinho estava jovem, com coloração repleta de reflexos
violáceos, escuro e sem deixar transparecer luminosidade.
Olfato: Sedutor, um vinho realmente sedutor e atraente. Harmônico, com
destaques para frutas negras (cerejas escuras, toques de cassis), notas de
especiarias como pimenta, completando com toques herbáceos e florais. Um vinho
complexo e que, pelo nariz, mostra seu potencial para envelhecer. Madeira muito
bem integrada ao conjunto.
Paladar: Muito legal ver como que a Malbec, mesmo em um assemblage com
a Merlot, possui características distintas ao compararmos a região de Salta com
a região de Mendoza. Um vinho elegante, de corpo médio, taninos já bem suaves e
arredondados, acidez correta com final refinado e volumoso. Muita fruta em boca.
Um vinho muito gostoso.
O que a vinícola fala do seu vinho:
VARIEDAD: 50%
Malbec ; 50% Merlot
ORIGEN: Valles
Calchaquíes, Argentina
TERRUÑO: Suelos pobres y pedregosos de alta montaña andina, gran amplitud
térmica entre el día (cálido) y la noche (fresca). Alta exposición solar
con 300 días al año. Clima seco y ventoso con 120mm de lluvia al año y un
promedio de 15° C de humedad.
COSECHA: Malbec - última semana de marzo; Merlot - segunda semana de
marzo.
DATOS ANALÍTICOS: Alcohol: 14 % Azúcares reductores: 2,94 grs / lt.
Acidez Total: 5,95 grs. /lt. PH: 3.60
ELABORACIÓN: Los
vinos Ciclos Varietales están orientados a tener una alta fineza y gran
complejidad. Este objetivo se prepara desde los viñedos buscando uvas de
gran concentración, granos pequeños, plantas equilibradas. La elección del día
de cosecha es analizada cuidadosamente y una vez logrado su punto óptimo de
madurez, cuidando todos los detalles se recolectan los frutos y comienzan los
procesos de elaboración. Utilización de frío desde la llegada de la uva
a la Bodega, (intercambiador de vendimia). Fermentaciones pre-fermentativas
a 5ºC – Trabajos suaves durante la fermentación alcohólica - utilización de
levaduras seleccionadas – temperaturas de fermentación entre 24ºC y 26ºC
El 80% del vino es descubado a barricas nuevas y de segundo uso de roble
Francés y Americano, donde realiza la fermentación maloláctica, finalizada esta
y luego de un trasiego, retorna a las mismas barricas donde reposará y madurará
durante 15 meses. El 20% restante se conserva en tanques de acero inoxidable.
Notas de Cata:
Rojo rubí, con tonos violáceos, profundo y fondo negro. Con muy buena intensidade
Aromas intensos y complejos. Se destaca la presencia de aromas a
confituras de ciruelas y
leves notas especiadas y cassis. Aparecen la vainilla y el chocolate
otorgados por su crianza en barricas de roble. Este aporte es fundamental para acomplejar los finos
aromas que se logran durante la maduración del vino en botella.
Los sabores son muy placenteros. Resaltan los sabores frutados de la
uva Malbec conjugados con los especiados del Merlot, pasas de uvas, licor de chocolate.
Entrada suave con taninos redondos y aterciopelados. Equilibrado, con una sensación final larga,
agradable y untuosa.
O que a Wine Advocate, de Robert Parker, fala sobre este vinho:
Curiosamente a safra de 2010 não foi analisada. Destaco então as notas
notas obtidas por este vinno. As safras de 2006 a 2008 foram analisadas por Jay
Miller, a de 2009 por Neal Martin e a de 2011 por Luis Guitierrez.
Mais um vinho muito gostoso que, por sua faixa de preço, se mostrou até
mesmo um belo Custo x Benefício. O Altimvs,
vinho top da vinícola, é excepcional e também recomendo. Não consegui escrever
sobre ele ainda, mas com certeza estará entre os próximos posts.
In Vino Veritas!
Gustavo Kauffman (GK)
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