E é chegado o dia de mais um post para a Confraria Brasileira dos
Enoblogs! Depois de algum tempo eu consigo postar no dia correto! J.
O tema deste mês foi Chianti, escolhido pelo Confrade Jorge Alonso, do
blog Contando
Vinhos: "Um Chianti, valendo Classico, Riserva e
qualquer sub região e sem limite de preço". Eu optei por um Chianti
mais para o dia a dia, mesmo não tendo ocorrido um limite de preço e explico!
Acho os Chianti mais “básicos”, sem passagem por madeira, um vinho realmente
ideal para acompanhar nosso dia a dia, além de tipicamente serem mais
refrescantes, delicados, harmozinando como ninguém com uma massa ou uma pizza
mais leve.
Antes de seguirmos falando de nosso vinho, é importante falar um pouco
sobre o Chianti. Afinal de contas, o que é este vinho, com qual uva é
produzido, em qual região, etc? A região é o mais fácil, afinal com este nome
só poderia ser da Itália! É produzido na região da Toscana, predominantemente
com a uva Sangiovese e alguns deles são DOCG (Denominazione d'Origine
Controlatta e Garantita, como nosso vinho deste post, porém isto não quer dizer
lá muita coisa em relação a qualidade, somente a origem do vinho.
O Chianti ainda pode ser “Riserva”,
indicando que passou por um período de envelhecimento de no mínimo de 2 anos,
antes de ser comercializado, e “Superiore”,
com uma graduação alcoólica maior que a versão normal. O vinho que eu escolhi é
um Chianti Clássico DOCG e sem nenhuma passagem por madeira.
Como tudo no “Velho Mundo”, existem também lendas e várias histórias
sobre este delicioso vinho. Este vinho é uma excelente opção para começar a
conhecer um pouco sobre o velho mundo. Um pouco mais pesado no bolso, é
verdade, mas vale a experiência e também o prazer.
Vamos então ao que eu achei do vinho:
Visual: Garrafa típica da região, sem aquele peso todo, citando o que
para eles é mais importante: É um Chianti, DOCG e, claro, o nome da vinícola. A
rolha é de compensado de cortiça. Na taça mostra uma coloração de um vinho
bastante jovem, bem violáceo e translúcido.
Olfato: Ressalta sua jovialidade e refrescância. Muita frusca fresca,
remetendo a frutas vermelhas do bosque, frutas vermelhas em compota e groselha.
Um vinho fresco, franco, direto e sem muita complexidade.
Paladar: Aqui também a refrescância e a
jovialidade é palavra chave. Muita fruta também no palato. Corpo médio,
boa acidez com taninos macios. Final com persistência média e gostoso
retrogosto. Um vinho que agrada no conjunto.
O que diz a vinícola sobre seu vinho:
Curiosamente no site da vinícola o Rubizzo não aparece como um Chianti
DOCG, vejam: http://www.roccadellemacie.com/vini-rossi.php?ids=5.
Ele aparece sim como um Toscano IGT.
Acredito que o produto não seja vendido na Itália e seja apenas exportado
para o Brasil. O que a vinícola fala sobre o “Rubizzo” vai de encontro as
minhas percepções durante a degustação, vejamos:
At the end of the 1970s, Rubizzo was something of a revolution for
Chianti drinkers, who were used to wines that based their vigor on a mostly
acidic structure, were not suited to aging and were rather pale in color.
Italo wanted a wine with greater aromatic complexity, more smoothness and more
coloring substances, but at the same time also an enjoyable drinkability that
would make it suitable for any palate and situation.
In a certain sense, Rubizzo was a precursor for a taste that subsequently
became very common amongst wineries and wine consumers. It is the wine that has
accompanied Rocca delle Macìe throughout its history, changing and evolving in
step with the winery.
Os vinhos da Rocca delle Macìe são importados pela Decanter: http://www.decanter.com.br/rocca-delle-macie-rubizzo-2013-750ml/p00111113
Não existem críticas da Wine Advocate para este vinho.
Um vinho para quebrar paradigmas. Tenho certeza absoluta que se você
harmonizar este vinho com uma massa ou pizza mais leve você irá se surpreender
positivamente. Ainda temos uma cultura muito ligada a vinhos mais “porrada”,
que também tem seu espaço, mas lembre que na gastronomia muitas vezes “menos é
mais”, e é isto que destaco principalmente neste vinho.
In Vino Veritas!
Gustavo Kauffman (GK)
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