quinta-feira, 25 de março de 2010

Os efeitos do álcool na atividade física e nos cinco sentidos

Andei lendo os posts do Tau (é como chamo meu irmão, ok?) e decidi criar um contraponto. Ele segue aí com a boa técnica de enólogo amador, cheio de jargões como “perlagem”, “corte”, “gotas lentas” e aí vai... Já eu vou curtindo, vez por outra, uma garrafa, mais pelo prazer de beber um bom vinho, sempre na companhia daqueles que amo. Sem compromissos.

Por isso decidi escrever um pouco sobre os efeitos do álcool na atividade física ou, igualmente, nos cinco sentidos humanos. Entendam bem. Jamais diria aqui para pararem de beber, não mesmo! Decidi apenas pesquisar um pouco sobre os efeitos que a ingestão de bebida alcoólica causa tanto para aqueles que, como eu, gostam de dar uma corridinha; ou, para os que, como Tatau, se aprazem em encontrar todos os detalhes visuais, olfativos e do paladar do nobre líquido de Baco. Vejam o que encontrei.

Primeiro de tudo quis saber a razão de, usualmente, ser comum que, em degustações, os enólogos cuspam o vinho após provarem. Obviamente não decorre de repulsa pelo vinho provado! O site Wine Society afirma que além de evitar a embriaguez o ato de cuspir reduz a dificuldade em degustar todos os vinhos em uma degustação longa, mas lembra que, mesmo cuspindo, boa parte do álcool é absorvido pelas membranas da língua. No Vinhosnet li que “os degustadores cospem simplesmente para evitar qualquer risco de embriaguez e para manter o espírito desanuviado quando têm de analisar vários vinhos durante uma mesma sessão.” E fulmina: “é aconselhável que todos façam o mesmo”. Até na Wikipédia achei pensamento similar, sempre relacionado com a perda dos sentidos aguçados em decorrência do relaxamento natural que o álcool nos proporciona. Resumindo o que entendi: beber em excesso prejudica o prazer sensorial que o vinho pode nos proporcionar.

Minha experiência é exatamente essa. Várias vezes abri uma garrafa, maravilhado com o cheiro que o vinho trouxe à taça, o paladar do primeiro gole, a maravilha da harmonização com o prato e, meia hora depois, tudo se transformava em apenas mais um vinho. Por isso mesmo, hoje, dificilmente tomo mais de meia garrafa de vinho, se meu objetivo é degustá-lo. E, igualmente, evito tomar o segundo. Se assim o faço – Tatau que o diga (!) – me nego a avaliá-lo.

E qual o resultado de bebermos vinho antes de uma corrida? Excelente artigo sobre o assunto o portal da Revista O2 explica que a desidratação, somada à perda de performance, são inevitáveis. E, caro amigo que nos lê, já senti isso na pele. Tente um dia chegar ao lar depois de uma jantar com vinho e, logo na manhã seguinte, correr. A boca seca, o coração descompassa, bate uma náusea... Sinistro! Senti como se organismo quisesse dizer: - Ei, companheiro, ou eu limpo a bagunça de ontem ou te impulsiono com a corrida de hoje.

Agora, como nem tudo deve ser levado a sério – muito menos esse blog(!) – saibam que na matéria do site de esportes que citei acima consta que na Maratona de Médoca, na França, é servido vinho aos corredores durante todo o trajeto. E não pára por aí... A organização da prova serve também aperitivos, p. ex., ostras, presunto, queijo e... pasmem(!) sorvete!!! Para quem já participou de provas amadoras de corrida pode até imaginar aqueles postos simples de hidratação cheios de iguarias da culinária francesa! Curioso para não dizer paradoxal! Guardada a proporção, aqui no Brasil temos o evento Drink & Run, uma divertida brincadeira.

Em resumo, sou da opinião que vinho em excesso – como qualquer bebida – sempre será negativo. Péssimo para quem quiser desfrutar de todas as qualidades da garrafa que abriu. Horrendo para os que resolverem fazer algum exercício físico depois. Em suma, e como sei lá porque resolvi fechar os posts com uma expressão latina: "Virtus in Medium Est” (A virtude está no meio).

In vino veritas!

(AK)



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