E chegamos, mais uma vez, ao primeiro dia do mês e consequentemente ao dia da deliciosa Confraria Brasileira dos Enoblogs, a famosa CBE! A escolha neste mês coube ao Confrade Marcelo di Morais:
“Um vinho branco brasileiro de até R$80,00”.
Com a chegada da primavera, o frio indo embora e o calor chegando, os vinhos brancos começam a ficar mais em evidência e tem muita, mas muita coisa boa sendo produzida por aqui.
Estive há pouco no Sul e tive a oportunidade, mais uma vez, de visitar a Miolo. Este vinho é uma edição especial produzida pela Miolo para o restaurante Terzetto, dono de uma das cartas de vinho mais premiadas do Rio de Janeiro. Esta é a primeira vez que a especialidade portuguesa é produzida e engarrafada no Brasil. O projeto conta também com um Pinot Noir, produzido com uma videira clone, vinda da região de Dijon, na França.
À frente do projeto estão o sommelier do Terzetto, João de Souza, e o enólogo da Miolo Miguel Angelo Vicente Almeida, que contaram com consultoria do enólogo Michel Rolland. “Conseguimos aromas bem característicos das duas variedades. Mas o Alvarinho, que estagiou um período a mais na madeira, ganhou um pouco mais de corpo, sendo classificado com um vinho maduro”, explica João de Souza. Segundo o sommelier, o Alvarinho tem aroma delicado, que “lembra frutas brancas e cítricas, com notas minerais”.
Em minha estada no Sul tive também a oportunidade de conversar com o Miguel e ele confirmou que a Miolo tem planos de continuar e aumentar a produção da Alvarinho lançando-a também com marca própria. Brinquei com o Miguel dizendo que vem por aí o “Castas Portuguesas Branco”! A região utilizada para a plantação da Alvarinho é a Campanha Gaúcha.
Vamos então ao que achei deste delicioso vinho:
Visual: Garrafa foi produzida especialmente para o restaurante. Elegante e chamativa. Rolha de cortiça personalizada. Na taça uma coloração palha claro, lágrimas gordas e lentas.
Olfato: Podem me chamar de louco, mas achei um vinho sensual. Um vinho elegante e sensual, foi a primeira impressão que me veio a cabeça. As notas aromáticas são, também, bem elegantes. Pêssego, lichia e casca de laranja. Ao fundo um leve aroma de maracujá. Traz também sutis toques florais , talvez jasmim.
Paladar: Bom corpo, estrutura e acidez. Um vinho super equilibrado. Na boca mostra uma untosidade bem interessante. Além das notas olfativas, senti no retrogosto um toque de nozes. A acidez mais alta pede comida, mas é também um vinho super agradável se for bebido sozinho.
Não tive acesso a ficha técnica deste vinho.
O vinho acompanhou muito bem um bacalhau que preparei. Parabéns a Miolo, ao Miguel e ao Terzetto pela iniciativa. Aguardo ansiosamente pelo lançamento comercial deste vinho. Tenho certeza que será um sucesso!
In Vino Veritas!
Gustavo Kauffman (GK)
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