domingo, 5 de setembro de 2010

Série Uvas - A Tinta Touriga Nacional

Chegamos a quinta uva de nossa série. No post inicial da nossa série, colocamos a lista de todas as uvas que serão descritas por aqui. De qq forma, achamos interessante informar sempre as cinco próximas. Vamos lá:
 
  • Chardonnay (B);
  • Petit Verdot (T);
  • Pinotage (T);
  • Sauvignon Blanc (B);
  • Malbec (T).
 
Esperamos todos estejam aproveitando as matérias! Eu tenho aprendido coisas super interessantes.
 
In Vino Veritas!
 
Gustavo Kaufffman (GK)
 
Série Uvas - A Tinta Touriga Nacional
 
Touriga Nacional é uma casta de uva tinta da família das Vitis Viniferas originária de Portugal.
 
Entre as tintas é a casta mais nobre de Portugal. É a rainha das uvas portuguesas e que pelas suas qualidades para a vinificação, começa a ocupar cada vez mais espaço nas produções européias, australianas e californianas.
 
A tinta Touriga Nacional cada vez mais espalha suas raízes por todo o país e se firma como a grande casta da terra.
 
Origem da Touriga Nacional
 
Embora tenha sua fama associada ao Vinho do Porto e aos tintos de mesa do Douro, há um certo mistério á cerca as origens da Touriga Nacional. É difícil precisar em qual região vinícola Portuguesa ela nasceu. Alguns estudiosos dizem que ela provém do Dão, apoiando essa afirmação em antigos relatos. Em 1900 Cincinnato da Costa escreveu, em seu livro "O Portugal Vinícola", que no século XIX 90% dos vinhedos do Dão eram plantados com esta uva - ali chamada de Tourigo ou pelos sinônimos Mortágua, Preto Mortágua ou Elvatoiriga.
 
Enigmático, entretanto, é o declínio da Touriga no Dão depois da tragédia provocada pela Filoxera, a praga que devastou quase todos os vinhedos europeus no final do século XIX.. Ao contrário de outras áreas, as vinhas ali não foram replantadas com a casta que predominava antes. Acredita-se que a espécie perdeu o vigor, por falta de adequação dos porta-enxertos americanos, necessários para escapar dos efeitos mortais da doença.
 
Com as inovações tecnológicas atuais, especialmente na seleção de clones, a Touriga Nacional voltou a ser importante no Dão. "É a nossa grande casta", atesta o respeitado enólogo Manuel Vieira, da Sogrape, que esteve no Brasil no ano passado para divulgar os vinhos da região. Segundo ele, cepa é bastante resistente ao excesso de chuva - o que a torna bastante adequada ao Dão, onde a umidade é um velho problema.
 
Manuel Vieira aponta diferenças entre as uvas colhidas no Douro e no Dão. Segundo ele, no Douro, por ser mais quente, a uva amadurece mais, embora tenha menor grau de acidez. No Dão, a maturação é mais lenta e o vinho apresenta acidez mais equilibrada, o que lhe confere bom frescor. É uma uva que exige paciência do produtor. A cor, por exemplo, demora a tingir o bago, mas no final ultrapassa outras espécies em quantidade de matéria corante. Seus tintos, bem estruturados, suportam bravamente o estágio em barrica de carvalho e se beneficiam com o envelhecimento na garrafa.
 
A Touriga Nacional é sem dúvida o maior exemplar de uvas em Portugal, característica da composição do Vinho do Porto e tintos do Douro, também conhecida no Dão, fez à poucos anos uma viagem para o resto do País, instala-se principalmente no Alentejo onde dá vinhos de grande qualidade, colocando os mesmos entre os melhores de Portugal. A Touriga Nacional que neste momento já começa a despontar interesse de produtores por este mundo fora, reconhecendo o alto potencial desta casta para vinhos de topo. Interessante também que sejam os vinhos estrangeiros com a casta Touriga Nacional que comecem a despertar o interesse dos consumidores estrangeiros e de críticos por este mundo, quando a grande maioria dos nossos vinhos não consegue tal feito, mas até é bom, pois quando a casta ganhar a fama que merece, será muito bom para nós, temos é de continuar a trabalhar a alto nível para estar prontos para tal.
 
Viticultura
 
A videira é muito vigorosa, e os bons resultados dependem de mantê-la sempre em observação. No Douro é cultivada em um calor escaldante nos íngremes vinhedos Schisty que possuem mais rochas do que solo propriamente dito. O nome alternativo de Mortágua homenagem a estas duras condições. É geralmente formada por um dos sistemas Guyot, e precisa de poda severa para mantê-la sob controle. Os rendimentos estão entre os mais baixos de toda a variedade de uvas comerciais. Nos últimos anos, os cientistas têm trabalhado em um possível clone da Touriga Nacional para a produção de vinhas que são capazes de polinizar melhor com o objetivo de aumentar o rendimento. O clone de maior sucesso até agora tem sido o clone R110.
 
Características
 
Entre as tintas é a Casta mais nobre de Portugal, como já falamos. O cacho, pequeno e alongado, possui bagos diminutos, arredondados, de tamanho não uniforme, com a epiderme negra-azul revestida de forte pruína; a polpa é rija, não corada, suculenta e de sabor peculiar.É de maturação média e de produção algo heterogênea, sendo esta pequeníssima com relativa frequência e bastante dependente do modo de condução das videiras.
 
Os Vinhos
 
Alguns especialistas concluiram que esta Casta evoluiu muito nos últimos anos, resultando em vinhos com grande concentração de cor, complexos, elegantes e fáceis de beber. Falta-lhe apenas desenvolver aromas mais intensos de fruta, que podem ser agregados pelo apoio de outras cepas.

Quando usada numa percentagem conveniente, obtêm-se vinhos com bom teor alcoólico, com aromas intensos de elevada complexidade, encorpados, com taninos nobres e susceptíveis de longo envelhecimento.
 
O estágio em madeira de carvalho, e não em madeira de castanho como era tradição no Dão, valoriza as suas notas aromáticas, conferindo-lhes maior complexidade, e acelera-lhes o arredondamento dos taninos, tornando-os bebíveis ao fim de um ano ou pouco mais.
 

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