Ibravin e demais entidades do setor vitivinícola brasileiro voltaram a solicitar ao governo brasileiro a permanência da proibição de importação de suco de uva concentrado da Argentina.
O Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho) e demais entidades do setor vitivinícola brasileiro voltaram a solicitar ao governo brasileiro a permanência da proibição de importação de suco de uva concentrado a granel, destinado à industrialização, vindo da Argentina. O pedido enviado oficialmente às autoridades brasileiras foi motivado pela perspectiva de uma nova investida da presidente argentina Cristina Kirchner sobre a presidente brasileira Dilma Rousseff pedindo a liberação deste produto da Argentina para o Brasil.
O presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Adão Villaverde, informou o Ibravin que o assessor para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, disse que após debater o tema, o governo manteve posição contrária ao pleito argentino. Segundo ele, a posição do governo é que “é legítimo que o governo argentino traga o tema para pauta das reuniões, mas que o governo brasileiro já tem posição contrária a este pleito e pretende continuar apoiando o setor produtor de uvas, sucos e vinhos do Brasil.”
Em almoço com lideranças do setor, na última sexta-feira (25), o secretário-executivo do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Alessandro Teixeira, confirmou a posição do governo federal de apoiar a decisão do setor de não permitir o comércio de produtos derivados da uva e do vinho a granel, conforme estabelece o Regulamento Vitivinícola do Mercosul, construído entre as partes e aprovado ainda em 1996.
Histórico
No dia 27 de julho do ano passado, uma comitiva do setor vitivinícola gaúcho esteve em Brasília em audiência com os ministros da Agricultura, Wagner Rossi, e do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, para solicitar a permanência da proibição de importação de suco de uva concentrado a granel vindo da Argentina. Carlos Raimundo Paviani (diretor-executivo do Ibravin), Arnaldo Passarin (presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Viticultura, Vinhos e Derivados), Benito Panizzon (presidente da Agavi), Raimundo Bampi (Comissão Interestadual da Uva) e José Carlos Estefenon (conselheiro da União da Brasileira de Vitivinicultura) representaram os interesses de 20 mil famílias de viticultores gaúchos e de mais de 700 vinícolas familiares de micro e pequeno porte, responsáveis por mais de 100 mil pessoas.
“Estamos alarmados e angustiados com esta possibilidade, que, se confirmada, será um desastre para a cadeia produtiva vitivinícola gaúcha e brasileira”, disse, na época, o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Viticultura, Vinhos e Derivados, Arnaldo Passarin. “Não se trata de uma discriminação e sim de uma necessária preocupação de proteger um setor frágil e ainda em formação”, argumentou o presidente da Agavi, Benito Panizzon.
Nos documentos entregues no ano passado aos ministros da Agricultura e Desenvolvimento Agrário foram citados quatro argumentos principais contra a importação a granel do mosto concentrado argentino pelo Brasil. São eles: 1) fatores de ordem jurídica: a vedação legal; 2) fatores de ordem sócio-econômica; 3) fatores relativos à concorrência desleal: subsídios aos produtores argentinos; e 4) fatores relativos ao abastecimento do mercado interno.
“Esta justa reivindicação, aceita pelo governo brasileiro, permite a continuidade do processo de crescimento e desenvolvimento da vitivinicultura brasileira, sob pena de levar o setor a um colapso total e sua integral sucumbência, com conseqüências sociais funestas em toda a cadeia produtiva, com mais de 100 mil pessoas atingidas pelo êxodo rural e desemprego”, reitera o diretor-executivo do Ibravin, Carlos Paviani.
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