segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Douro Boys estiveram no Brasil e deram um show!





Os “Douro Boys” não são uma banda de música pop, como o nome pode parecer, mas um grupo de amigos e familiares proprietários de cinco prestigiadas vinícolas do Douro: Quinta do Vallado, Niepoort, Quinta do Crasto, Quinta do Vale Dona Maria e Quinta do Vale Meão. Em 2002, eles decidiram se associar informalmente para promover a região, seus vinhos de alta qualidade e, claro, para se divertirem.

Eles representam a modernidade e a revolução na enologia do Douro. Mas "uma revolução tranquila", como costumam justificar, já que buscam a renovação de vinhos seculares, porém respeitando as características desta tradicional região, a primeira demarcada no mundo. Os Douro Boys trabalham para mostrar, cada vez mais, as potencialidades dos vinhos do Douro e conquistar o lugar que eles merecem estar, entre os vinhos mais reputados do planeta.

A masterclass ocorreu no dia 25 de Julho em São Paulo e tive a honra de estar presente neste evento único e super divertido.

No evento tivemos diversos flights aonde degustamos muitos dos vinhos das 5 maiores quintas do Douro.

No primeiro flight foram servidos apenas vinhos brancos. Todos muito jovens (Safras de 2009 e 2010), frescos e com muita tipicidade da região do Douro. Degustamos 4 vinhos, o Crasto Branco 2010, o Vallado Moscatel Galego 2010, o Van Zellers Douro Branco 2009 e, por fim, o Redoma Reserva Branco 2009. Destaco o último vinho servido que trouxe excelente complexidade olfativa, com notas de fruta, floral a madeira bem integrada. Na boca notas de amêndoas, excelente acidez e final persistente.

Na segunda rodada de degustação, já com vinhos tintos, provamos os três vinhos da Quinta Vale D Maria. O primeiro servido foi o Quinta Vale D. Maria 2008 que ainda trouxe um violáceo bastante presente, boa complexidade, frutas e toques de especiaria. Ainda com taninos muito perceptíveis, vivo e untoso. O próximo foi o “CV – Curriculum Vitae”, também da Safra de 2008. As frutas explodiram no nariz, mesclados com baunilha, café e especiarias. Taninos e acidez em harmonia. Por último provamos o mesmo Quinta Vale D. Maria, só que da Safra de 2007. Foi incrível perceber como as safras realmente fazem muita diferença nos vinhos desta região. O 2007 estava mais redondo e integrado, impressionando a todos.

O terceiro flight ficou por conta de 2 também excelentes vinhos da Quinta do Vale do Meão que, para quem não sabe, é a vinícola que produz o lendário Barca Velha que teve sua última safra lançada em 2000. O primeiro vinho que nos foi apresentado foi o Meandro 2008, um vinho com muita, mas muita fruta explodindo no exame olfativo. Além das frutas mostra também excelente complexidade e, ao provarmos, se mostrou um vinho já pronto, com taninos e acidez redondos. Apesar de pronto o vinho ainda envelhece bem. O segundo foi o Quinta do Vale Meão 2008. Este vinho é produzido com as mesmas uvas que são utilizadas na produção do Barca Velha. Mostrou um floral bem presente, mentol, café, chocolate, tabaco e couro, um vinho sensacional que me encantou.

Lembrem que os Douro Boys são cinco e, portanto, ainda teríamos pelo menos 3 flights pela frente.

No quarto painel foi a vez da Quinta do Vallado e três vinhos foram apresentados. O primeiro foi o Vallado Douro 2008, um vinho produzido com as 5 castas mais utilizadas no Douro. Boa complexidade e frutas bem integradas. Taninos firmes, mas já domados. Final de persistência média. O segundo vinho foi um monocasta, o Quinta do Vallado Touriga Nacional 2008. Chamou a atenção pelo aroma de violeta, comum a casa Touriga, estar mais discreto o que me agradou. Taninos e acidez bem balanceados. Por último foi servido o Quinta do Vallado Reserva Field Blend 2008, um vinho que, na minha opinião, dispensa comentários de tão bom!

O quinto flight foi destinado aos vinhos da Quinta do Crasto, alguns já comentados aqui no Enoleigos. Começamos com o Crasto 2009. O segundo vinho foi o Crasto Superior 2009. O segundo vinho se mostrou ainda muito tânico, merecendo descansar um pouco mais em garrafa para ser aberto. O terceiro vinho a ser degustado foi o Quinta do Crasto Reserva Vinhas Velhas 2009, outro dos ícones do Douro! Um nariz delicioso. Na boca já estava pronto, surpreendendo por ser de uma safra tão recente, taninos e acidez muito bem integrados, mostrando na taça a maturidade de suas uvas nesta colheita. Por fim mais um exemplar de Touriga Nacional, o Quinta do Crasto Touriga Nacional 2009. Um vinho para poucos, por sua baixa produção e alto preço. A safra que nos foi servida só estará disponível para venda no final de 2011. Se mostrou, na minha opinião, o melhor exame olfativo de todos os vinhos degustados até o momento. Um vinho que, apesar de caro, vale cada centavo do seu preço!

Chegamos então ao último flight de vinhos tintos tranquilos e foi a vez da Niepoort apresentar três rótulos. Começamos com o Redoma 2008. Coloração bastante escura, com gostosas notas de pimenta e boa mineralidade. Final de boa persistência. O segundo vinho da Niepport foi o Batuta, também da Safra de 2008. Nariz interessante, passando complexidade, mas sem ser exuberante. Um vinho muito elegante, tanto no nariz como na boca. Para fechar, e com chave de ouro, a degustação dos tintos provamos o também delicioso Charme 2007. Me chamou a atenção como que o nome cai como uma luva para este vinho. Um vinho bem delicado, com toques florais e defumados, me remetendo aos vinhos de Borgonha. Com certeza ficou entre os três melhores vinhos degustados na noite.

Quando achávamos que a degustação tinha chegado ao seu final, fomos surpreendidos com um último flight exclusivo para vinhos do porto. A seleção incluiu três rótulos, o Quinta do Vallado Vintage 2009, o Quinta do Vale Meão Vintage 2008 e o Niepoort Vintage 2007. Três vinhos divinos que fecharam com maestria a degustação.

Cada um dois painéis foi dirigido por um dos Douro Boys de uma maneira super divertida como vocês podem perceber um pouco na foto que ilustra esta matéria.

No decorrer desta semana trarei um pouco mais de detalhes de cada uma das cinco vinícolas que citei e, é claro, falaremos também individualmente de cada um dos Douro Boys!

In Vino Veritas!

Gustavo Kauffman

2 comentários:

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