quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Os 5 Principais Elementos na Degustação de um Vinho



Depois da apreciação visual e olfativa, vem a melhor parte de uma degustação que é a prova em si! A prova propriamente dita vai permitir uma análise profunda da intensidade, qualidade, equilíbrio e persistência do vinho em questão. O paladar de um bom néctar dos deuses desdobra-se em 5 principais elementos. A idéia deste pequeno artigo é falar um pouco sobre cada um destes artigos e tentar orientá-los em distingui-los. A idéia, sempre, é aproveitar cada vez mais desta bebida deliciosa que é o vinho.

Secura/Doçura: O vinho contém determinadas quantidades de açúcar natural, o que se torna facilmente perceptível com a degustação. Se a sua quantidade for inferior a 2 g/l, será difícil saborear a sua doçura, estando-se provavelmente perante um vinho seco que vai provocar, literalmente, uma sensação de secura na boca. Para além disso, os vinhos que apresentam elevados níveis de álcool tendem a secar com a idade. Em contrapartida, os vinhos doces são claramente açucarados e de fácil detecção, principalmente a partir dos 25 g/l.

Acidez: Uma das características essenciais para um bom vinho é a harmonia existente entre os diferentes ácidos presentes nas uvas – cítrico, tartárico, málico, lático e succínico. Aliás, é a acidez que confere ao vinho parte do seu sabor e frescura, contribuindo para a sua conservação, assim como para o envelhecimento dos vinhos superiores. No entanto, acidez em excesso pode facilmente estragar um néctar dos deuses, conferindo-lhe um paladar demasiado amargo ou avinagrado. O ideal, em qualquer vinho, é um equilíbrio agradável entre o nível de acidez e o grau alcoólico.

Tanino: Refere-se aos compostos fenólicos presentes num vinho e que advêm da pele e das grainhas das uvas, manifestando-se ao nível da cor, aroma, e estrutura do vinho, quase sempre de sabor áspero, seco e adstringente. São estas substâncias orgânicas que emprestam ao consumo moderado de vinho os seus diferentes benefícios para a saúde.

Carvalho: Grande parte dos vinhos passa por um estágio em barris de carvalho, sendo que parte desses vivem o processo de fermentação nesse mesmo ambiente. No caso do vinho branco, o contato aromático com o carvalho influencia o seu paladar final com notas de baunilha, noz-moscada e canela. No caso do vinho tinto mais consistente, o contato com esta madeira confere-lhe uma delicadeza cremosa, perfeitamente perceptível na degustação. Para além disso, se o interior dos barris estiver muito carbonizado, o vinho terá ainda um acentuado sabor a “torrado”.

Fruto: O vinho tem na sua base fatores bioquímicos muito fortes que, aliados às características das suas castas originais, faz com que muitos bons néctares apresentem aromas e paladares frutados. Este verdadeiro bouquet de sabores pode sugerir-lhe a presença de frutos secos (nozes, avelãs, amêndoas…) e frutos vermelhos (framboesas, morangos, amoras, groselhas, ameixas, cerejas…), sem esquecer os figos, passas, damascos, tâmaras, maçãs, limas, limão, pêra, manga, melão, maracujá, alperce, nectarina… resta deliciar-se!.

Aos poucos, aqui no Enoleigos, irei trazer cada um dos pontos acima com mais detalhes, para que todos possam ir se aprofundando no mundo de Baco!

In Vino Veritas!

Gustavo Kauffman (GK)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário é muito bem vindo!!!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...