quarta-feira, 13 de abril de 2011

Campos de Cima colhe safra de uvas excepcional na Campanha Gaúcha



Um terço da produção será utilizada para elaboração de rótulos próprios, como espumantes e os vinhos Tannat e Viognier, além das novidades Chardonnay e Merlot, estas últimas que gerarão vinhos experimentais.

A butique de vinhos Campos de Cima, de Itaqui (RS), comemora a safra de uvas recém colhida nos seus 15 hectares de vinhedos. A quantidade é praticamente a mesma da safra anterior – 98 mil quilos este ano, ante 100 mil quilos no ano passado –, mas a qualidade é infinitamente superior. Tanto que, da safra passada, toda a uva colhida foi vendida a terceiros. Este ano, contudo, foi diferente. “Colhemos uvas de excelente qualidade, muito aromáticas, que certamente originarão ótimos vinhos e espumantes”, afirma a proprietária Hortência Brandão Ayub. Assim, 1/3 da uvas colhidas serão usadas para elaboração de vinhos próprios. O restante foi vendido a produtores da Serra Gaúcha, como Casa Valduga e Vinícola Geisse.

A safra extremamente favorável nos vinhedos da Campos de Cima – como de resto em toda a Campanha Gaúcha, que este ano sofreu com a estiagem tão bem-vinda às uvas – é referendada pelo enólogo da Embrapa Uva e Vinho, Irineo Dall’Agnol. A uva Tannat, emblemática para a Campos de Cima por ter originado o primeiro vinho, em 2006, foi o grande destaque da atual safra. “O Irineo disse que foi a melhor Tannat que ele já viu”, conta Hortência Ayub.

Conforme ela, a branca Viognier também é a melhor já colhida em sua propriedade, que teve os vinhedos implantados, com mudas da França e da Itália, de 2002 a 2004, na Fazenda Campos de Cima, que fica no município de Maçambará, ao lado de Itaqui, na fronteira com a Argentina. A Viognier ficou uma semana a mais no vinhedo para gerar um vinho mais aromático. Em 2008 e 2009, ela foi colhida mais cedo. “A uva está muito equilibrada este ano”, garante.

Hortência Ayub também salienta que a Chardonnay apanhada nos vinhedos da Campos de Cima é especial. Tanto que vai ser usada para um vinho branco tranquilo experimental e não só para espumantes. “Deixamos ela maturar por mais tempo, cerca de 20 dias, para ver o seu potencial em um vinho e não só nos espumantes como nas safras anteriores”, revela. Junto com a Pinot Noir, a Chardonnay também será destinada à elaboração do espumante brut tradicional da Campos de Cima.

A qualidade da atual safra ainda vai proporcionar a elaboração do primeiro vinho com a uva Merlot. “Será um rótulo experimental também, devido ao seu potencial natural”, conta Hortência Ayub. Os espumantes resultantes das uvas colhidas nesta safra serão lançados em 2012. Já os brancos irão ao mercado no final deste ano. O vinho Tannat só será comercializado a partir de 2013, provavelmente depois de parte deste vinho descansar em barricas de carvalho.

Filosofia purista

Esta é uma safra em que a Campos de Cima pode colocar em prática a sua filosofia purista, de expressar o terroir sem interferência enológica. “Pra nós, uma boa uva somada a experiência de um bom enólogo é que gera o vinho”, diz Hortência Ayub. Na Campanha Gaúcha, isto significa vinhos jovens, com mais cor, mais estrutura e mais fruta.

“Elaboramos vinhos para o dia a dia, com bom custo-benefício, produzidos a partir de uvas próprias em pequena quantidade, criteriosamente selecionadas, tendo em vista a extrema qualidade”, observa Hortência. “Plantamos diversas variedades para testar as que melhor se adaptam ao nosso clima. Aos poucos estamos escolhendo aquelas que melhor respondem no nosso terroir”, completa.

2 comentários:

  1. Olá Lúcia,

    Obrigado pela visita! Muitas vinícolas vem sustentando que a safra atual está excepcional. É aguardar para ver, quer dizer, provar! :P

    Um Abraço,
    Gustavo Kauffman

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