sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Malamado Viognier 2007 #cbe

E aqui está nosso post sobre o vinho do mês da Confraria Brasileira dos Enoblogs (CBE). O tema deste mês foi “VINHO DO PORTO BRANCO SECO, com preço até $100”, escolhido pelo Confrade André Muricy do blog Bebendo com os Olhos.

Um tema difícil e, no mínimo, inusitado e original. O vinho do porto branco não é lá tão famoso no Brasil e nem mundo agora. Para inovar ainda mais eu optei por uma garrafa que eu já tinha por aqui. Um vinho que segue à risca a forma de produção do vinho do porto, mas que é argentino e feito com a uva viognier. Os vinhos da Zuccardi são importados para o Brasil com exclusividade pela RAVIN, mas, este rótulo em específico não é importado.

Por não conhecer muita coisa sobre vinhos do porto brancos, fui então pesquisar um pouco mais. Produzido na região demarcada das colinas pedregosas próximas à cidade do Porto, na foz do Rio Douro, em Portugal, o Porto é um vinho enriquecido com destilados de uva. A fermentação inicial ocorre como a de qualquer vinho, mas a adição de aguardente vínico interrompe a fermentação, o que destaca a doçura da uva. Essa prática confere ao Porto teor alcoólico superior ao dos vinhos comuns. O teor alcoólico varia de 19 a 22 graus, sendo que nos brancos fica em cerca de 17 graus, com 10% de açúcar natural. Em Portugal há centenas de tipos de Porto, divididos em dois grupos: o branco ou seco e o doce, que pode ser castanho ou tinto. O branco é novo se comparado com o Porto convencional, pois foi criado em 1934. No porto branco são usadas as uvas malvasia fina, viosinho, códega, rabigato, gouveio, entre outras. Ele é envelhecido em barris de carvalho por 2 a 5 anos sem contato com oxigênio, para não perder a cor, que no final varia do amarelo-pálido ao ouro velho, de acordo com as castas escolhidas e o tempo de maturação. Após engarrafar, está pronto para o consumo. São vinhos jovens, frutados e sua classificação se dá pela doçura: secos, meio-secos e doces. Mas ele nunca é completamente seco, pois tem a fermentação interrompida com aguardente, conservando a doçura natural da uva. O Porto branco não é o de maior expressão em Portugal. Puro, tem aroma floral e frutoso e pode ser tomado como aperitivo ou digestivo, de preferência resfriado a 10 graus. Combina com entradas frias, presunto cru, frutos secos e amêndoas. Na cozinha, é usado tanto em receitas doces - sobremesas de chocolate, caldas, pudins, salada de frutas e musses - quanto salgadas, em pratos de vitela, bacalhau, frango, coelho e aves de caça, além de patês e galantinas.

O Malamado, produzido pela Família Zuccardi, é encontrado no Brasil em sua versão Malbec (breve aqui no Enoleigos!). Na Argentina, além do Malbec, eles produzem e vendem este Viognier que vamos comentar e um outro rótulo, o Malamado Extra Dry, que é produzido com um blend de uvas brancas.

Vamos então ao que achei deste vinho:

Visual: Garrafa sensacional, transparente, já exibindo a belíssima cor do vinho que está dentro dela. Na taça a cor fica ainda mais bonita devido à transparência do cristal. Cor amarelo dourado, gotas finas, lentas e abundantes mas que não duram muito.

Olfato: Bastante aromático e agradável, com destaque para o frutado, mas trazendo também notas florais e mel. Nas frutas destaco as amarelas e secas. Curiosamente estou com diversas frutas secas em casa. As que mais se aproximam do vinho são damasco e pêra.

Paladar: Elegante, não tão intenso, e não tão doce como passa a sensação no exame olfativo. Gostei mais na boca do que no nariz. Aqui ele começa aportando as frutas, cresce para o mel e fecha com o floral de forma bastante longa, persistente e saborosa.

O que diz a vinícola:

Este vino fue elaborado permitiendo que las uvas Viognier alcanzaren la sobremadurez en el viñedo, para luego ser cosechas y su mosto fermentado hasta el momento oportuno de detener la fermentación por el enriquecimiento con alcohol vínico; y sí permitir conservar una importante proporción de azúcar natural. Posteriormente fue madurado en barricas de roble francés para desarollar toda su complejidad y elegante bouquet.

Varietal: 100% Viognier.

Origen: Santa Rosa – Mendoza.

Alcohol: 19.5 % vol.

Acidez: 5.90 g/l

Azúcar Residual: 100 g/l.

Crianza: Maduración durante 12 meses en barricas de roble francés.

Color: Amarillo dorado, sedoso, concentrado y con generosas lágrimas.

Aroma: Bouquet bien desarrollado de flores, frutas bien maduras, frutas secas y compota.

Sabor: Entrada untuosa, jugoso desarrollo en el medio de la boca, largo y complejo final.


Não existem análises da Wine Spectator nem da Wine Advocate sobre este rótulo.

No geral foi uma bela experiência. Não achei um vinho sensacional, mas é um bom vinho que, tendo a oportunidade, com certeza beberei novamente. Leva um 3.5!

Vamos agora aguardar o que a CBE nos reserva para Outubro!

In Vino Veritas!

Gustavo Kauffman (GK)

Um comentário:

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