terça-feira, 7 de setembro de 2010

Revista Wine Enthusiast vai pontuar, pela primeira vez, os vinhos do Brasil



Decisão foi tomada por Adam Strum, fundador, presidente e editor da publicação, uma das mais conceituadas revistas sobre vinhos dos Estados Unidos e do mundo, após degustar produtos de 10 vinícolas verde-amarelas

O entusiasta do vinho saiu emocionado da visita de três dias à serra gaúcha, onde conheceu uma parte da produção brasileira de vinhos e espumantes. Adam Strum, fundador, presidente e editor da revista Wine Enthusiast, uma das mais conceituadas publicações sobre vinhos dos Estados Unidos e do mundo, ficou de quinta-feira (2) a sábado (4) no Rio Grande do Sul. Esta foi a primeira vez que Strum vem ao Brasil para conhecer as cantinas verde-amarelas, a convite do projeto Wines of Brasil, realizado em parceria pelo (Instituto Brasileiro do Vinho) e pela Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).

“Vim procurar uma variedade de uva que pudesse identificar o Brasil. Achei que poderia ser o Cabernet Franc, mas como há uma produção pequena, mudei de ideia”, relatou, ao final do roteiro que incluiu a degustação de produtos de 10 vinícolas nacionais. Segundo ele, o Merlot brasileiro é bom, mas não é mais considerado um vinho para jovens beberem. “Os espumantes são o ponto forte do Brasil, o grande diferencial”, enalteceu. “O que melhor resume o Brasil e deve ser a sua bandeira no mercado externo são os espumantes. Gostei de todos que eu provei. Tanto que saio emocionado com o que vi no Brasil”, comentou.

Uma prova real de que Adam Strum gostou dos vinhos e espumantes brasileiros é a sua decisão de ranquear os produtos nacionais na revista Wine Enthusiast. “Já determinei ao responsável pela avaliação de vinhos sul-americanos, Michael Schachner, que agende uma vinda ao Brasil para degustar os produtos daqui”, informou. “Assim, os nossos rótulos serão, pela primeira vez, pontuados pela Wine Enthusiast”, comemorou a gerente de Promoção Comercial do Wines of Brasil, Andreia Gentilini Milan.

Em uma conversa com Andreia e com o diretor-executivo do Ibravin, Carlos Raimundo Paviani, Strum comentou que ninguém faz espumantes como o Brasil na América do Sul. “Os espumantes brasileiros têm alta qualidade e preço acessível. É uma compra com satisfação garantida”, elogiou. Ele ficou surpreso com o porte das vinícolas visitadas, dizendo que, nos Estados Unidos, não existem empresas tão organizadas e com tamanha estrutura.

O jornalista norte-americano disse ainda que está muito feliz de ter vindo ao Brasil e de conhecer a produção de vinhos e espumantes daqui. “Há 20 anos, eu fui o primeiro jornalista americano a visitar o Chile. E há 15 anos também foi o pioneiro a conhecer Mendoza. Agora, quero levar para o mundo o que está sendo feito no Brasil”, observou.

Roteiro

O jornalista especialista em vinho chegou em Porto Alegre na quinta-feira (2). Foi recebido pelo enólogo Flávio Pizzato, que o recebeu com um jantar em uma churrascaria da capital gaúcha. Da Pizzato, gostou bastante do Merlot, quem tem história pioneira na vinícola.

Na sexta-feira (3), conheceu a Casa Valduga e a Miolo, ambas no Vale dos Vinhedos (RS). “A família Valduga sabe receber como ninguém”, comentou. Para ele, além da qualidade dos espumantes, o vinho Cabernet Franc da Casa Valduga é um “Best Buy” (melhor compra). Na Miolo, Strum gostou do Sesmarias e, principalmente, do RAR. Também elogiou o espumante Millésime Brut.

Na noite de sexta, as vinícolas Courmayer e Don Guerino ofereceram um jantar no restaurante Pirandello, em Bento Gonçalves. Strum apreciou especialmente o Teroldego da Don Guerino e o espumante Brut da Courmayeur.

No sábado (4), o jornalista conheceu a Lidio Carraro. Ficou muito impressionado com o vinho Elos (Malbec/Cabernet Sauvignon) e disse que o Dádivas Chardonnay e o Dádivas Pinot Noir têm muitas chances de agradar o consumidor norte-americano pela excelente relação custo-benefício. Também gostou do vinho Nebbiolo da Lidio Carraro. “É uma variedade difícil de encontrar e nunca esperava que o Brasil pudesse produzir”.

Na Cave Geisse, disse que tomou o melhor espumante do Brasil. A visita na Aurora fechou o roteiro com chave de ouro, segundo ele: “Os produtos da Aurora têm um ótimo custo-benefício”, apontou. À noite, o roteiro encerrou com jantar no restaurante Primo Camilo, em Garibaldi, com vinhos e espumantes da Santo Emílio e Panceri, duas vinícolas de Santa Catarina. Strum gostou bastante do Moscatel Celebrato da Santo Emilio e disse que a Panceri tem uma linha de produtos com um bom custo-benefício.

Interesse

No twitter, Strum anunciou sua vinda ao Brasil. “Off to visit Peru/Brazil/ Porto Allegre where the Brazilian vineyards reside Did you know they have 2 harvests here... only place on earth” [De folga para visitar o Peru e o Brasil. Você sabia há duas safras aqui… único lugar no mundo.”]. Disse mais no twitter: “I wonder what varietals are primarily planted in Brazil? 15 years ago I visited Mendoza and amazing what has happened with Argentina since”. [Fico me questionando quais variedades são essencialmente cultivadas no Brasil? 15 anos atrás visitei Mendoza e é impressionante o que aconteceu com a Argentina desde então.]

Destaques de Adam Strum, editor da revista Wine Enthusiast, sobre os vinhos brasileiros:

- Gostou muito da visita na Casa Valduga. Disse que a família Valduga sabe receber como ninguém. Para ele, além da qualidade dos espumantes, o vinho Cabernet Franc da Casa Valduga é um “Best Buy” (melhor compra).

- Na Miolo destacou o Sesmarias e, principalmente, o RAR. Também elogiou o espumante Millésime.

- Ficou muito impressionado com o Elos (Malbec/Cabernet Sauvignon) da Lidio Carraro e disse que o Dádivas Chardonnay e o Dádivas Pinot Noir têm muitas chances de agradar o consumidor norte-americano pela excelente relação custo-benefício.

- Apreciou o Teroldego da Don Guerino e o espumante Brut da Courmayeur. Da Pizzato, gostou bastante do Merlot.

- Adorou o espumante Moscatel Celebrato da Santo Emilio.

- Disse que o espumante da Cave Geisse é o melhor que ele degustou no Brasil.

- Para ele, a Panceri tem uma linha de produtos com um bom custo-benefício.

- A visita na Aurora fechou o roteiro com chave de ouro. “Os produtos da Aurora tem um excelente custo-benefício”.


Um comentário:

  1. Ele só confundiu um poucos as coisas...

    As duas safras/ano (na verdades, 5 safras a cada 2 anos, mais ou menos, o que dá 2.5/ano) ocorrem no Vale do São Francisco, e não na Serra Gaúcha!

    No mais, bela visita a dele, sem muitas novidades...

    Provou os bons tintos, o melhor espumante é o Cave Geisse, e por aí vai. Mas é ótimo saber que a gente está entrando cada vez mais no roteiro internacional do vinho.

    É um estímulo para os nossos produtores melhorarem a qualidade e o preço!

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