sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Zuccardi Q Chardonnay 2008

Este meu final de mês não está nada fácil! Uma correria danada e a cabeça sempre me lembrando do Enoleigos, que me dá tanto prazer em escrever e atualizar. Finalmente consegui um tempinho e cá estou de volta.

O vinho de hoje é o Penúltimo da “Série Zuccardi”. Na semana que vem vamos finalizar esta série com chave de ouro, não perca! Traremos o Q Cabernet Sauvignon e o delicioso Zeta!

Você que está lendo esta resenha hoje, não pode deixar de conhecer também os outros vinhos da Série Q que já passaram por aqui. Dois vinhaços, o Q Tempranillo e o Q Malbec.

Já falamos um pouco sobre a história da Zuccardi mas vale a pena repetir um pouco. Em 1963, Alberto Zuccardi comprou um pedaço de terra improdutiva em Maipú, na província de Mendonza, para testar um sistema de irrigação. A coisa deu tão certo que, cinco anos depois, em 1968, o engenheiro já tinha aberto sua própria adega.

Mas como ele conseguiu regar as uvas num lugar onde quase não chove? Simples. Localizada aos pés da Cordilheira dos Andes, Mendoza é cortada por rios que, na primavera, são abastecidos pelo degelo das montanhas. Aproveitando os recursos que a natureza lhe deu, o engenheiro Zuccardi criou um mecanismo para canalizar parte desse gelo derretido até suas vinhas, armazenando tudo em pipas subterrâneas. Hoje, toda a água usada na irrigação das parreiras vem dos Andes. Além da propriedade em Maipú, a vinícola conta com outras três, que também ficam na região de Mendoza - Santa Rosa, Vista Flores e Altamira.

A Chardonnay é conhecida como a Rainha das Uvas Brancas, produzindo vinhos deliciosos. Para conhecer mais sobre a história e características desta cepa, leia a “Série Uvas – A Branca Chardonnay”.

Vamos então ao que eu achei deste delicioso vinho:

Visual: Garrafa elegantérrima, seguindo as demais da linha Q. O comentário de que a Zuccardi produz vinhos “do novo mundo com aparência do velho mundo” é perfeito! A Coloração é amarelo dourado claro e bastante brilhante.

Olfato: Frutado, refrescante, complexo e jovem. Frutas cítricas e melão me chamaram mais a atenção. Muito perceptível também são as notas de mel e, mais ao fundo, o toque de baunilha mostrando o período que permaneceu em madeira.

Paladar: Sedoso demais na boca, tendo uma entrada majestosa. A sedosidade permanece até o final de uma forma sensacional. Acidez também da forma que eu gosto. Na boca as frutas amarelas se mostram mais presentes. Final longo e muito saboroso.

O que diz a Wine Advocate, de Robert Parker, sobre este vinho:

A safra de 2008 não foi ainda analisada por eles, mas achei interessante colocar os comentários sobre a safra de 2006.

Pontos: 89
Degustador: Jay Miller
Maturidade: Beber até 2010

Review:

The 2006 Q Chardonnay which was barrel-fermented in French oak and aged sur-lie for 6 months. Light gold in color with a slight green tint, it presents aromas of smoke, butterscotch, pear, and apple. Medium-bodied, on the palate some tropical flavors emerge buttressed by crisp acidity and excellent concentration. The finish is lengthy and fruit-filled. This first-class Chardonnay can be enjoyed over the next 2-3 years.

All of Zuccardi's Q Series wines are very good values.

Familia Zuccardi is a family owned winery started in 1963 when they planted the first vineyard in Maipu, then a desert region, followed in 1973 by a second vineyard in Santa Rosa, another desert. Familia Zuccardi has also been a pioneer in the introduction of non-indigenous varieties into Argentina. These are bottled under the Textual label.

Até o momento deste post a Wine Spectator não tinha avaliado este vinho.

O que diz a Zuccardi sobre o seu Q Chardonnay:

Vinificação: As uvas colhidas manualmente passaram por maceração a frio e depois fermentação em barris de carvalho francês novo por 6 meses.

Cor: Amarelo brilhante com reflexos esverdeados.

Aroma: Aroma delicado de frutas brancas como pera e maçã com notas de flores brancas como jasmin e rosas e toques de baunilha, caramelo e coco.

Palato: Num primeiro momento é fresco e vibrante e depois percebe-se o corpo, untuosidade e intensidade. Muito equilibrado com final longo e delicado.

Harmonização: Ideal com salada verde com lascas de bacalhau ou haddock, carnes brancas grelhadas ou em molho leve. Queijos como o Brie, o Coulommiers e o Camembert. Teor Alcoólico: 13,50 %

Um vinho muito, mas muito gostoso. Sabe aquele seu amigo ou amiga que dizem não gostar de vinhos brancos? Pois é, quero ver se continuam dizendo isto depois de provar este vinho!

In Vino Veritas!

Gustavo Kauffman

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