Chegamos então ao penúltimo vinho de nossa série! Muita coisa boa passou por aqui e as delícias só fazem aumentar a medida que vamos chegando ao final da série.
A região do Douro, visto do alto de um miradouro ou dos píncaros de um monte, desperta sensações e provoca emoções que, ao longo dos tempos, poetas, escritores e artistas tentaram, em vão, imortalizar em palavras ou traços de pincel colorido.
Fértil em assimetrias e contrastes, o Vale do Douro é uma aventura de três séculos de trabalho e paixão pela terra. Numa epopeia sem precedentes, populações inteiras, transformaram solos áridos e rochosos em fileiras de socalcos e vinha para que nascesse o célebre Vinho do Porto.
Toda a região é um convite à descoberta. De carro segundo o fluxo da água ou atravessando vilas e aldeias, de comboio serpenteando junto à margem; a bordo de um cruzeiro, respirando odores fluviais ou simplesmente de balão, apreciando os contornos mágicos da paisagem. Percorrer o Douro é apreciar os seus conventos e igrejas, conhecer o seu artesanato rústico, saborear a sua genuína gastronomia, inflamar o espírito com o folclore das seculares romarias e retemperar, por fim, energias em milagrosas termas ou em repousantes hóteis, pousadas ou unidades rurais de alojamento.
Pela diversidade das características climáticas, e também de fertilidade dos solos, definiram-se “naturalmente” três sub-regiões, com características e potencialidades algo distintas: o Baixo Corgo, compreendendo toda a bacia inferior da Região Demarcada de Barqueiros à foz do rio Corgo; o Cima Corgo, desta ao Cachão da Valeira – S. João da Pesqueira,;e o Douro Superior, que se estende até Espanha (Barca d’Alva)
A partir do Cachão da Valeira, surge o Douro Superior. É a sub-região de maior área, incluída na Região Demarcada do Douro, com uma superfície total de 110 mil ha. No entanto, apenas 7,3% desta área se encontram utilizados pela vinha. Em relação às restantes duas sub-regiões, o Douro Superior é menos acidentado, com encostas geralmente mais suaves e vales menos profundos. O clima é tipicamente mediterrânico, com as temperaturas estivais mais elevadas, e precipitações anuais próximas dos 400mm. É uma região onde se encontram produtos vínicos de elevada qualidade, nomeadamente Tintos do Douro, assim como vinhos generosos para as qualidades de LBV’s e Vintages.
Vamos então ao que achei deste vinho:
Visual: Garrafa imponente e muito bonita. Toda ela muito bem trabalhada. A rolha, como os demais da linha, vem safrada e, claro, é 100% de cortiça. Ao servir na taça vemos uma coloração rubi bem intenso ainda com bastante reflexo violáceo nas bordas.
Olfato: Expressão aromática de muita presença. Frutos vermelhos recém colhidos do pé, especiarias e baunilha ao fundo devido aos 12 meses que passa em barrica. O exame olfativo passa elegência e corpo.
Paladar: Um belo vinho, com taninos tranquilos e sabores fiéis ao exame olfativo. As frutas se mostram mais em evidência. O ataque inicial é mais refrescante e evolui harmonicamente trazendo boa complexidade, com um final delicioso e persistente.
O que a Quinta do Crasto fala do seu vinho:
Castas: Touriga Nacional ; Touriga Franca; Souzão e Vinhas Velhas
Ano: 2008
Vinificação: As uvas, provenientes do Douro Superior da nossa Quinta de Cabreira, foram transportadas em caixas de plástico alimentar e sujeitas a uma rigorosa triagem à entrada da adega. Após um desengace total e um ligeiro esmagamento o mosto foi transferido para cubas de fermentação em aço inox com temperatura controlada.
Cor: Rubi intenso, com tons de violeta vibrante
Nariz: Excelente intensidade aromática com notas frescas de frutos vermelhos, bem integrados com elegantes notas de especiarias.
Boca: Excelente inicio, com notas de frutos vermelhos frescos que evoluem para uma estrutura firme de taninos finos e frescos. Excelente acidez que contribui para um equilibrado, agradável e persistente final.
O que diz a Wine Advocate, de Robert Parker:
Pontos: 88
Degustador: Mark Squires
Maturidade: Beber entre 2011 e 2018
Review:
The 2008 TINTO “CRASTO SUPERIOR” is a new (the 1st vintage, 2007, was not marketed in the USA due to its small debut quantity) Douro Superior version of Crasto’s regular (i.e, non-reserva) Tinto, a blend of Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz and Sousao. It is easily distinguished from the traditional Tinto by its fat, Burgundy bottle. Aged in oak for 12 months, Crasto is also using here, for the first time, some Sousao (from Quinta da Cabreira). Judging from this bottling, this may become a new sweet spot for value in Crasto’s lineup. This is rather charming and seems to one-up the regular Tinto. Initially fleshy, yet focused, this is aromatic, flavorful and penetrating, albeit without a lot of mid-palate concentration. It thins further with aeration. That said, it is beautifully constructed, a wine that has the backbone to hold awhile, yet the flavor and sex appeal to get your attention. It is a nice blend of qualities and very well done. There were approximately 30,000 produced. Production is expected to rise to about 100,000 bottles by the 2010 vintage. Drink now-2018.
O que diz a Wine Spectator:
Pontos: 88
Review:
Ripe and medium-bodied, offering dark plum and smoked cherry flavors that drip with plenty of spiced apple notes, with a firm finish. Drink now. –KM
Um vinho que merece ser provado por todos. Cada dia que passa os vinhos portugueses me encantam mais!
Todos os vinhos da Quinta do Crasto podem ser encontrados em lojas especializadas ou ou então diretamente pela importadora exclusiva, a Qualimpor. Vocês poderão também seguir a Qualimpor em suas redes sociais conforme abaixo:
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In Vino Veritas!
Gustavo Kauffman
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