Estávamos passando um final de semana na bela Holambra. Uma cidade de 10.000 habitantes, criada para abrigar imigrantes holandeses no ano de 1948. Fiquei impressionado em saber a pouca quantidade de habitantes, visto que o nome da cidade é conhecido no Brasil inteiro por causa de sua incrível produção de flores.
A escolha do prato contou com a ajuda do garçon que, por sinal, foi super educado e era muito bem informado. Fomos no Jachtschotel Prato do Caçador (Cubos de file mignon em molho com cebola, maçã, cerveja e temperos típicos. Servido com purê de batatas e purê de maçã e arroz.). Um belo prato que pedia um vinho. A carta de vinhos do The Old Dutch ainda está sendo criada, não tínhamos muitas escolhas, e eu acabei optando pelo Porca de Murça. Não era a harmonização ideal, eu sabia, mas achei que sairia muito melhor do que optar por uma cerveja.
Falando um pouco sobre o Porca de Murça, este vinho é produzido pela Real Companhia Velha, famosíssima por seus Vinhos do Porto e uma vinícola com mais de 250 anos de história. O site é rico em detalhes de sua bela história. Além dos Vinhos do Porto, a Real Companhia Velha produz também Vinhos do Douro, categoria na qual está o Porca de Murça.
Porca de Murça é uma das mais antigas marcas de vinhos do Douro. Os seus vinhos são produzidos nas Quintas de Cidrô e do Casal da Granja, respectivamente localizadas em S. João da Pesqueira e Alijó. Estas Quintas produzem das melhores uvas da Região e cujos lotes fornecem o caráter e sabor distintos dos vinhos Porca de Murça. Como estava um pouco quente, pedi um balde de gelo para resfriar um pouco o vinho antes de bebê-lo. Vamos ao que achei do primeiro vinho português que comentamos aqui no Enoleigos:
Visual: Garrafa simples, sem muita frescura. Rolha, como não podia deixar de ser, de cortiça. Vale lembrar que Portugal é o maior produtor mundial de cortiça. Cor escura, bem escura, lembrando o violeta, com gotas bem lentas.
Aroma: Frutas vermelhas e um leve toque de madeira do final, se apresentando com aroma de baunilha. Bastante frutado e agradável, mas com o álcool um pouco mais forte do que deveria.
Paladar: Preenche bem a boca. Vinho jovem e fresco. Além do que sentimos no aroma (frutas vermelhas e baunilha), na boca trouxe também um toque de ameixa. Taninos presentes mas discretos e bem integrados. Final médio com pequeno retrogosto frutado.
O que diz a vinícola:
Castas: Touriga Nacional, Touriga Francesa, Tinta Roriz, Tinto Barroco, Tinto Cão.
Notas de Prova: Dotado de uma bela cor violeta, aromas de especiarias e frutos maduros, apresenta-se redondo, muito macio e com um palato bastante agradável e persistente. Servido entre os 16º e 18º, é o acompanhamento ideal para pastas italianas com molhos de tomate e também carnes brancas.
No restaurante me cobraram R$25,00 pela garrafa. Confesso que fiquei receoso pelo preço baixo. Pesquisando, vi que este vinho é vendido entre R$18,00 e R$25,00 nos supermercados. O vinho não fez feio! A comida, conforme eu esperava, atropelou um pouco o vinho, mas não tanto quanto o imaginado. Leva uma nota 3. Valeu demais o vinho, o restaurante e a belíssima Holambra. Recomendo este passeio a todos!
Todas as fotos podem ser visualizadas em tamanho maior bastando, para isto, clicar na foto desejada.
(GK)
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